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China. Nós temos para isso, a maior facilidade porque já temos muitos chinas nossos contribuintes; e este povo tem, como é sabido, mais sympathia pelos portuguezes, do que pelas outras nações.

Ha muito tempo deveriamos ter um navio de guerra em Macáo, mas sobre tudo neste ultimo anno. (Apoiados) O sr. ministro da marinha deu ordem para se apromptar a corveta D. João. Apromptou-se: o que dependia dos empregados da inspecção, fez-se immediatamente; e a corveta está prompta ha muito tempo, e já podia ler saído.

Eu tenho feito todos os esforços para, col responder á confiança dos meus patricios e constituintes; e agora, mais do que nunca, devo redobrar de energia, pela reeleição, a mais livre e espontanea, que mereci dos meus patricios, e que honra tanto ao eleito, como aos eleitores, pelo que dou neste logar o mais authentico testimunho de meu justo agradecimento. (Apoiados)

Sr. presidente, a camara está a fechar-se: Julgo do meu dever apressar-me a fazer duas declarações, que minha posição especial me impõe. Sou representante da nação; mas sou-o tambem de um districto, que tem uma condição especial. A camara e os srs. ministros sabem, que tenho votado com o ministerio em todas as questões vilães; ninguem, portanto, poderá attribuir a um sentimento diverso daquelle, pelo qual assim votei, o que me leva agora a fazer as seguintes declarações, que o mais rigoroso encargo dos meus deveres exige neste momento da separação da camara.

Tomo a camara dos srs. deputados por testimunha, de que arredo de mim toda e qualquer responsabilidade moral do prejuiso, que para o futuro possa provir a Portugal e a Macáo, por não ter já um navio de guerra, com o auxilio do qual podesse conseguir vantagens politicas e commerciaes na presente lucta, similhantes áquellas, que as outras nações hão-de conseguir.

Segunda declaração. — Se o navio, que está destinado para Macáo, ahi chegar ião tarde, que nós já não possamos conseguir vantagens, que aliás conseguiriamos em presença de alguma foiça, eu formularei accusação contra os ministros da corôa, e com mais especialidade contra o ministro da repartição da marinha e ultramar, apenas se abrir o parlamento na proxima e futura sessão.

O sr. Ministro da m arinha (Visconde de Athoguia): — Declaro em nome do governo, que elle não tem espirito conquistador, e nem sei que nação alguma hoje manifeste similhante idéa.

O nobre deputado pugnou, e com razão, pela provincia, que o elegeu seu representante; mas o sr. deputado sabe, que ella não tem sido esquecida, porque Portugal faz o sacrificio de lhe mandar mensalmente 500 libras, além de 2 contos para despezas extraordinarias; e quando não ha meios para distribuir por todos, já é algum favor.

Em (pranto á corveta, fez-se quanto humanamente era possivel para se apromptar com a maior brevidade; ha de partir para o seu destino; as consequencias só Deos as sabe; e se se verificarem as hypotheses, que o sr. deputado estabeleceu para lazer a accusação, se na proxima sessão ainda occupar o logar de ministro, ouvirei essa accusação, e submetter-me-hei á resolução da camara.

Parece-me pois ler respondido ás duas partes do discurso do sr. deputado. Em quanto á primeira, não domina o governo o espirito de conquista; e houver partilha, o governo ha de pugnar pelos seu, direitos em concorrencia com as nações alliadas: em quanto á segunda, a corveta ha de partir logo que, esteja prompta: e espero que parla em breves dias.

O sr. Pegado; — Peço licença ao sr. ministro da marinha para reflectir, que em tudo quanto eu disse, não propuz que se mandasse exercito ou frota, para Portugal fazer conquistas na China. A principal força dos portuguezes lá e a força moral, o a maior sympathia, que os chinas teem pelos portuguezes, do que para as outras nações. E os chinas hão de preferir pagar aos portuguezes uni cruzado annual rio que u contribuição de repartição nos mandarins. Mas em tudo, em todos os actos governativos, ha precisão tambem de força fysica, que mantenha n ordem, o a obediencia, e faça reconhecer e representar a nacionalidade: este modo de augmentar a nossa influencia, o nosso poder, e mesmo as nossas possessões, e uma cousa mui diversa do que se chama conquista.

Eu sempre reconheci que o governo da Portugal, principalmente depois que o actual ministro tem a pasta da marinha o ultramar, tem attendido ás necessidades da minha patria, subsidiando-a, sem duvida alguma, do melhor modo que o thesouro publico permitte. Por este conhecimento e, minha convicção, tenho em minhas conferencias, em meus impressos, e mais que tudo no parlamento, dirigido louvores e agradecimentos ao sr. ministro. Nada tenho de que me queixar neste ponto. Mas o que eu pertendo, e por vezes tenho pedido ao sr. ministro, o, que uma despeza que tem de fazer-se, se faça já. Com a differença, que a despeza que fôr necessaria para a saida da corveta, será perdida, ou mal aproveitada, se a corveta saír já tarde. (Apoiado») Não consta que ministerio algum lenha deixado de achar dinheiro, quando o queira deveras; mas o que me parece é, que ainda se não sabem apreciar bem as cousas do ultramar. (Apoiados) Tenho-o dicto outras occasiões, e repito isso mesmo agora. — Nós ainda não apreciamos bem toda a nossa importancia no ultramar; (Apoiados) ou não se tem idéas claras das cousas do ultramar.

Peço ao w. ministro, que não demore os navios depois de elles estarem promptos. Uma das causas dos mãos êxitos das nossas commissões maritimas, é fazer saír Os navios fóra do tempo opportuno.

O sr. ministro da marinha disse que, se houver partilha terão os portuguezes a sua parte: peço licença para ponderar, que fraca devo ser essa parte, triste presente da generosidade e favor! Finalmente, a minha responsabilidade, no que possa havel-a, salva está.

O sr. Presidente: — Por inadvertencia dei a palavra a sr. Pegado, quando a devia ler dado ao sr. Cezar de Vasconcello, que ficou inscripto de hontem para antes da ordem do dia. Por isso não obstante ser já hora de se entrar na ordem do dia, eu espero que a camara me permitta emendar o meu equivoco, dando a palavra ao sr. Cezar de Vasconcellos.

O sr. Cezar de Vasconcellos: — Tendo eu asseverado n'uma das sessões pastadas que entre outros abusos commettidos nos batalhões nacionaes, ha o de um cidadão alistado n'um desses batalhões ter pedido 6 mezes de licença, e o commandante ter-lhe comedido apenas 2 mezes, coruja condição de pagar 3 pinto cada mez em quanto o sr. ministro da ma-