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"o "moda de obter os meios das algibeiras dos corn tribuintes; tudo ò mais reduz-se a nada, ou a sentimentalismo. Sr. Presidente, eu declaro que antes quero ser por um pouco- de tempo inartyr da opinião do vulgo, e martyr dos escrivinbador.es jornalistas , dos escrevinhadores, digo, e ,não dos escri-ptores, que a estes respeito eu conto devo, do que ser martyr da... Sim ! Da anarch-ia ! Volto á questão ; pede-se a eliminação deste Artigo, porque delle devem vir 128 contos propostos pela Cotnmis-são , e não se querem conceder estes rneiós necessários para a existência1 do Governo, salvas honrosas excepções, porque estou persuadido que na Opposição ha indivíduos que desejam que o Governo tenha meíbs de existência, mas não querem dar mais do que aquelles que em seus cálculos sup-poem serem-lhe bastantes; mas a questão não é dos-meios de que elle precisa; essa sê-lo-hia ern relação a urn Orçamento futuro, mas não assim em relação a um Orçamento votado, a questão e' neces* íario olha-la pôr este lado; e demonstrado como está a todas as luaes e aspecto p^ara a» consciências de todos os Deputados que se acham nesta' Casa, para que digam se entendem que os meios votados são sufficientes para occorrer ás despezas também votadas ! Não são : e' mister procura-los , a questão pois reduz-se a procurar aquelles que me-TJÕS onerosos forem ao povo, dos quaes resultem menos inconvenientes á industria, e que mais rea-lisaveis possam ser na sua arrecadação, e cobrança, esta e' que é a questão; são máos estes? Sim, são máos, porque são máos todos os impostos, estamos de] accordò no principio ; mas são necessários, e sen-dò-o convém procurar os menos vexatórios para o povo, e note-se que todos nós somos povo-, que não ha alguém que o não soja , rnas já que se fazem differenças de classes alias, baixas, medias etc., é preciso que se diga que todos somos Portuguezes, e que todos temes obrigação de contribuir para as

Disse-se , estes meios não são bons, e verdade confesso que não são bons; e o Sr. Deputado offe-recc outros melhores ?. . . Quer o Sr. Deputado ser Maunia? Quer governar? Ofíereça outros melhores, porque nào podemos deixar de os aceitar, havemos vota-los, e o Sr. Deputado está constituído Maioria no mesmo momento; mas não prestam estes, e não se indicarem outros melhores, é o que não entendo , e modo de argumentar que jamais foi ad-fnittido como procedente, nem é possível que oseja; não prestam estes, venham outros melhores, porque são necessários, e nós os aceitaremos!

Agora, Sr. Presidente, demonstrada a sua necessidade, e demonstrado que não lia outros melhores porque não se indicam, direi que a Cotnmis-sào luctou muito para achar matéria sobre que havia de lançar esses impostos de que absolutamente carecia para os votar ao Governo ; discutiu muito seriamente este ponto, e são muito respeitáveis as assignaturas que aqui estão (salva a minha) para *e suppôr que todos estes signatários não houvessem considerado a matéria debaixo de todas as faces, e a todos os respeitqs, e por todas as maneiras, VOL. 8.°—DEZEMBRO 1843.

porqtre os Srs. Deputados tem encarado o imposto f fora suppôr muita ignorância na Commissão, e eii estou persuadido que lhe não querem fazer esta injustiça; sim, Senhor, tem inconvenientes, ninguém os nega, mas no meio desses inconvenientes, não se achavam outros que os tivessem menos, porque se existissem, aComomsão os teria necessariamente preferido; e fora fazer de nós muitíssimo máo con-eeito, suppondo, que por nosso bel-prazer, poro nosso bom desejo.de sobrecarregar o povo> quizea-semos lançar mão daquelles que mais onerosos fossem ! Também não supponho que os Srs. Deputa-, dos da Opposiçâo nos queiram fazer esta injustiça. Estes impostos tem inconvenientes , já o disse, alguns ficam í»pontados; mas os que o Sr. Deputada apontou são os mínimos; mas aquelles a que allu-diu o Sr. Deputado, que se assenta no banco inferior, mais algum valor tem, confesso ingenuamente que até certo ponto não lhe sei responder, mas a Lei da necessidade é tão forte que não vejo remédio senão recuar diante delia para fazer mais este sacrifício diante do Altar da Pátria.

Disse o Sr. Deputado que este imposto recahia sobre as classes baixas; ora o Sr. Deputado deve" saber que, quem come a Carne, é quem a pôde pagar, quem a não pôde pagar, não a come; isto é evidente e claro; logo quem apode pagar, e' que paga o imposto, Sr. Presidente, aqui está o que disse um illuustre Deputado em outra S«ssâo, combatendo o Projecto (leu).

isto disse o illuslre Deputado, e é verdade ; quem fòr ao Minho verá, que a maioria de seus habitantes comem Carne, mas é da que criam era sua casa , isto é, Carne de Porco; porque a Carne de Facca apenas pelas festas, apenas em utn dos dias de folia, daquelles a que alludiu o meu nobre amigo, que se assenta no banco superior, é que a vêem na mesa j e eu digo mais, a pluralidade dos liabi. tanles não gosta delia, não se lhe dá bem com o-estômago ; estão acostumados a um Pão de Milho áspero, que comem com a Sardinha ou Bacalháo, adoçam esse Pào, bebendo-lhe em cima b Vinho verde, que quasi sempre preferem a maduro: tem-acontecido comigo mesmo rejeitarem elles a Carne que lhes tenho offerecido, para preferirem a Sardinha ou Bacalhúo : mas deixemos os facto», que são estes, e voltemos ao ponto em questão: a maior parte dos habitantes de Portugal das classes baixas, a que allude o Sr. Deputado, não comem Carne; logo come Carne a classe media, e a classe alta , porque estas lêem mais meios de a pagar; este tributo por consequência não affecta tanto a classe, a favor da qual o Sr. Deputado esteve a orar pára os seus fins. .