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Pois o mesmo principio de jusliça não abrange as duas classes? Porque vamos nós capitalisar a divida atrazadâ das classes inactivas? E' porque julgámos que se lhe» não podia fazer ponto sem se ajustar a sua conta alrazada, e pagar-se-lhes. Pois então a classe activa é considerada em peior situação? Porque se lhe não paga eui dia, capitalisando-lhe o atrazado ? Sr. Presidente, em que paiz estamos nós? Onde eslão os princípios de jusliça?

Ora agora o Sr. Ministro da Fazenda tem-nos aqui aterrado, de-de o principio da discussão (r» o do Sr. Ministro da Fazenda.), e escusa elle de se rir, .porque eu fallo muito swrio ; e por outro lado também me não importa o seu riso. O que parecia que o Sr, Ministro queria era autómatos aqui sentados , bonecos de barro , que se sentassem e levantassem á sua voz; porque apenas hontern aqui ap-pareceu este Projecto começou a exclamar — «o Projecto não passa » —; e não passava porque al-guem se queria esclarecer, e porque se não fiou na palavra do Sr. Ministro, querendo examinar o que a Comrmssão escreveu. De maneira que S. Ex.* queria que sem exame, sem discussão se votasse imme-diatamente.

E que pressa é esta ? Pois eu não vejo o Corpo Legislativo reunido? Pois então, se não se poder vencer esta questão n* u m dia, não se poderá vencer em dous ou três? Que. pressa é esta? Quer o-Governo fechar o Parlamento? Feche-o embora; mas fique sobre elle a responsabilidade: se o Projecto não patsar, não é por culpa do Corpo Legislativo, e' porque o Governo não quiz que elle passasse, é porque encerrou o Parlamento sem o Corpo Legislativo ter o t^mpo necessário para discutir, porque elle não pôde approvar sem discussão. SS^Por tanto, Sr. Presidente, consignada a capita-lisação para as classes inactivas, não se pôde, sem gravíssima injustiça, deixar de a consignar para as activas. E que mais pôde isso lev.ir ? Podará levar a Sessão d'hoje, a dnamanhâ? Mas, torno a repetir, não está o Corpo Legislativo reunido? Não se armunciou que esta Sessão era para refundir o sys-tema financeiro, para salvar o Paiz, para assentar esse systema financeiro sobre bases solidas, e tudo o que se disse por essa occasião ? Pois então quando se está na cupola desse edifício, do qual estou convencido que nern as bases se lançaram ; mas em fim, suppondo que se tenh-im lançado, quando está para se ultimar a cupola é que são todas estas pressas, e que já não ha logar a salvar o Paiz, a estabelecer a regularidade na Fazenda, e tudo o mais que se tem assoalhado? Façam o que quizerem ; eu por mim tenho dito.

O Sr. Lacerda: — Rogo "a V. Ex.* que proponha *e a questão do adiamento está suficientemente discutida.

Decidiu~*e afirmativamente.

O Sr. J. A. de Magalhães: — Requeiro votação nominal sobre o adiamento.

Não se admittiu a votação nominal e foi appro-vado o adiamento.

O Sr. Presidente : —-Continua a discussão sobre os outros Artigos.

O Sr. Xavier da Silva: — A hora está a dar; peço a V. Ex.a que haja de consultar a Camará se quer prorogar a Sessão por mais meia hora, porque julgo será bastante para concluir este Projecto* VOL. 9.* — NOVEMBRO— 1841.

O Sr. Líbano: — Eu proponho que seja até se concluir es>ta discussão.

j4ssim se venceu.

'O Sr. Presidente: — Lembro aos Srs. Deputados que se sahir um, já não pôde haver Sessão, porque não haverá numero.

O Sr. J. A. de Magalhães: — (Retirando-se.} Eu saio, não posso aqui estar.

O Sr. Presidente: —Então acaba a Sessão.

O Sr. César de f^asconcellos : — Pedi palavra para uma explicação — para rogar á Camará que pondere bem o inconveniente que pôde haver em não passar com esta Lei o Art. que foi adiado. Para as classes inactivas já está votado o ponto, e portanto já o Sr. Ministro da Fazenda declarou que lhes havia de pagar o mei de Novembro. Ora ha uma porção dos Empregados em serviço activo que, não se fazendo ponto paru elles, e não se lhes pagando em dia, lêem o recurso de ir rebater ao Banco; e são os Officiaes arregimentados. Mas que hão de fazer os desgiaçadosOfficiaes da 3."Secção do Exercito, dos Corpos de Veteranos ele. urna vez que não passe esse ponto? Eu tenho cartas de muitos destes Oíficiaes que desde Março não lêem recebida um só mez...

O Sr, Presidente: —Isso não e explicação; e a Camará ainda não resolveu que não houvesse ponto para essas classes, rnas que se traclasse delle depois.

O Orador: — Mas antes de entrar esse Art. em discussão talvez não tivessem occorrido a muitos Srs>. Deputados estas observações. Ha Empregados das classes activas, repito, que desde Março não recebem um mez de soldo; ha sete mezes e meio. Ora agora se não passar o Art. a respeito destas classes, todas ellas virão pedir que querem ser consideradas inactivas, porque estas ficarão em melhor condição que as activas.