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tituição, que está em Portugal em completa e crassa ignorancia, é que não quereis no quadro effectivo da armada um official que serve este paiz ha 12 annos, já como com mandante de uma estação naval, já como official de guarnição, e declarado habil e intelligente pelas repartições competentes, pelo proprio ministro da marinha, pela com missão de marinha da camara dos deputados. Quereis que este official não seja official da marinha.

Sr. presidente, eu não tenho obrigação de callar as minhas ideias, porque eu não venho fazer a corte a ninguem, e tudo quanto me ferir, hei-de rebatel-o com toda a indignação. Não me importa que desagrade a toda a camara, porque toda a indignação da camara contra mim não é bastante, para que ou retire uma unica palavra que exprima o meu pensamento. Ora, sr. presidente, quer v. ex.ª que eu fique quedo, que me não rebello, ou que não me indigne, quando vejo dizer — este official é e não é official da armada; — seja da armada, e não seja da armada. Pelo amor do Deus! Que e isto? Eu não o intendo, a não ser que se explique por uma fantasmagoria espantosa. Deseja-se que este official continue a commandar a estação naval de Moçambique; mas que não seja da armada sem clausula. Pelo amor de Deus! o illustre deputado não leu o projecto. Pois o official da armada de que se tracta, é official da armada sem clausula? Aonde viu o illustre deputado que o projecto não tem clausula? Pois o que diz o artigo 1.º (Leu) Pois não está aqui uma clausula? E qual e a clausula que teve o tenente Silva Carvalho? E não poder ser promovido sem completar os seus estudos. Pois se esta clausula do tenente Silva Carvalho é immerecida, use o illustre deputado da sua iniciativa, traga um projecto á camara, para que se tire esta clausula do despacho do tenente Silva Carvalho. Mas o projecto em discussão diz respeito ao Sr. Antonio Maria Guedes, e o

Sr. Antonio Maria Guedes não tem nada de comparação nem de analogia com o Sr. Silva Carvalho. Aqui tracta-se do Sr. Antonio Maria Guedes, e devemos julgar pelo que aqui está. Eu não sei se isto que aqui está, é verdade, porque eu não privo com o governo; não sei nada da vida do governo, e por consequencia não sei se o governo falla verdade, ou se não falla verdade: mas se me engana, é porque não tem o sentimento da boa fá. Porem, se isto é verdade, se este official ha 12 annos que commanda, eu não vejo inconveniente em que se lhe retire a clausula — de não pertencer ao quadro effectivo da armada. Pois este official não é da armada já ha muito tempo, não commanda navios, não está incluido no orçamento como 2.º tenente da armada? Então que quer o illustre deputado. Não tenho mais nada que dizer; rejeito a substituição do sr. deputado, e approvo o artigo tal o qual está exarado no projecto.

O Sr. Presidente: — Passa se á votação visto que ninguem mais se acha inscripto.

Foi approvado o artigo 1.º, e logo rejeitado o additamento do Sr. Pegado.

Foram introduzidos na sala os srs. Mamede, e Teixeira Queiroz, que prestaram juramento, e tomaram assento.

Seguidamente foi approvado o artigo 2.º do projecto n.º 99.

O Sr. Presidente — Na segunda feira, depois do expediente, dividir-se-ha a camara em commissões nas quaes se vai tambem agora dividir em virtude da ordem do dia. — Está levantada a sessão. — Eram 2 horas da tarde. >

O Redactor.

José de Castro Freire de Macedo.