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CAIARADOSDIGMOS PARES.

' EXTRACTO DA SESSÃO DE 21 DE JANEIRO.

Presidência dõEx.tno Sr. José da Silva Carvalho,

vice-Presidente.

Secretários — os Srs. Conde de Fonte'Nova. x - Conde da Louzã.

(Assistiam os Srs. Ministros do Reino, e da Ma* ririhaj.

Pelas duas horas e meia da tarde, tendo-se verificado a presença de 37 dignos Pares, declarou o Ex.ffl0 Sr. Presidente.aberta a sessão.

Leu-se a acta da antecedente, contra a qnal não houve reclamação.

O Sr. vice-Seeretario Conde de Fonte Nova mencionou a seguinte

CORRESPONDÊNCIA.

Um officio do digno Par D. Manoel de Portugal e Castro, accusando o officio desta Camará, que acompanhou a remessa do authographo da acta da Sessão Real das Cortes Geraes, em que < Sua Magestade El-Rki o Senhor D. FERNANDO prestou o juramento como Regente destes reinos, durante a minôridade de Seu Augusto Filho o Senhor D. PEDRO V.

 Camará ficou inteirada.

-—do digno Par Conde do Casal, participando que não concorrerá por algum tempo ás sessões da Camará,, pelo estado em que o deixou o falle-cimento de sua esposa.

O Sr. Presidente—Na conformidade do estylo tem de ser desanojado o digno Par o Sr. Conde do Casal, e parece-me que deve ser encarregado desta commissão o Sr. Secretario, que é a quem realmente pertence.

0 Sr. Confie de Thomar—Peço que se siga para com o Sr. Conde do Casal o mesmo que se tem seguido a respeito de todos os outros dignos Pares.

Õ Sr. Presidente — Proceder-se ha na forma do estylò»

Agora nomeio os dignos Pares os Srs. Marquez de Fronteira, e Con.de do Sobral, para introduzirem na sala o Sr. Visconde de Fornos de Al-godres.

Saíram os dignos Pares introãuctores, e pouco depois entraram com ò novo digno Par, o qual sendo recebido com as formalidades do costume, prestou o devido juramento, e tomou assento.

O Sr. Marques de Ficalho aproveitou a occasião de estarem presentes dois Srs. Ministros, para fazer um pedido ao Governo, S.Ex.* está bem certo que os Srs. Ministros hão-de propor uma pensão para a viuva do Sr. Goude de Lumiares, e por isso o seu pedido limita-se a desejar que o façam quanto antes. O nobre orador julga que faria uma injuria á Gamara, se, para fundamentar este pedido, fosse fazer a narração dos serviços do falle-cido a quem se refere; e que igual injuria faria ao Governo e á família daquelle illustre varão (apoiados); pois ninguém ignora que o Sr. Conde de Lumiares foi dos primeiros a emigrar, e a sua emigração não foi uma simples emigração, como a delle orador, porque elle foi carregado de família, isto é, com mulher e seis'filhos: notou

ainda que também ninguém ignora, que quando se experimentavam todos os horrores daquella situação, um dos mais íntimos amigos do Sr. Conde de Lumiares, e parente chegado, o convidou a fazer uma demonstração qualquer de arrependi? mento, porque isso lhe faria muita conta ao arranjo dos seus negócios; entretanto, escusado é dizer, que S. Ex.a se negou, e quando foi preciso correr ás armas, não se apresentou só, mas, por assim dizer, levando comsigo um recrutamento» por que todos os seus filhos que tinham forças physi-cas sufficientes, ou probabilidade de as ter (por que um era de tal modo creança, que muita gente julgava impossível que elle podesse servir), também immediatamente se apresentaram, e não se lhes procurou posição favorável, antes, de accórdo com seu pai, foram tomar praça em infanteria 3, caçadores 3, e infanteria 9; sendo certo, que foram dos soldados mais valentes !

O orador está persuadido que nenhum membro desta Camará deixa de conhecer, que a nossa emigração foi muito feliz, por isso que não só teve synapathias no partido liberal, mas até no partido opposto; para o que muito concorreram certos nomes respeitáveis que lá estavam, e um delles sem duvida nenhuma foi o Sr. Conde de Lumiares. ®ra com estas pensões quasi sempre se premeia, nas viuvas, os serviços dos maridos, mas no caso actual, crê S. Ex.a que se vai premiar mais alguma cousa.

: S. Ex." mostrou que essa mesma viuva fez os serviços compatíveis com a debilidade do seu sexo; mas por isso mesmo mais appreciaveis: e observou que aos exemplos que de pessoas taes recebia a emigração, se deve attribuir a coragem com-que os emigrados resistiram a todos os conflicto» e privações, mostrando-se nella uma cousa, bem rara, e que muito a honra, como foi o não haver nem uma só transacção com um General, um Coronel, um Capitão, ou mesmo um soldado; pois todos os que juraram a bandeira da emigração, foram sempre fieis a ella, apezar de tudo. Em quanto a acontecimentos posteriores, isso-foi mais de filhos adoptivos, do que dos que eram legítimos filhos da emigração.

Depois de diversas outras considerações, concluiu repetindo que estava persuadido, de que o> Governo reconhecia a justiça do seu pedido, & por isso instava que tenha lagar quanto antes o deferimento. *

O Sr. Ministro da Marinha eaos negócios Estrangeiros— julga que o digno Par não esteve presente á discussão que teve logar no ultimo dia de sessão, em que o Governo expôz as cir-cumstancias em que estava a respeito de pensões, depois que o Sr. Ministro da Fazenda se comprometteu na outra Camará a apresentar um projecto de lei geral, declarando ao mesmo tempo, que antes disso se não proporia mais nenhuma pensão, de modo que este embaraço está hoje-tolhendo o Ministério até para que possa attender a algumas pessoas, que não foram relacionadas-com outras para quem o Governo propôz a concessão de pensões, em virtude do desgraçado acontecimento da explosão da fragata que se perde® na China.

Notou que o digno Par devia saber qne elfe-Sr. Ministro não podia ignorar os distinctas serviços desse general, de quem foi companheira, que encontrou em todas as occasiões importantes^ e tanto basta para que saiba apreciar os seus, serviços ; sem duvida, é tal a difficuldade qae o Governo tem hoje em propor novas pensões, antes de apresentar a proposta que prometteu, quesuc-cede, que tendo a Camará dos Srs. Deputados exigido uma lista nominal para votar as pensões ás famílias dos indivíduos que pereceram na explosão a que já se referiu, acontecendo que se não mencionaram algumas pessoas que agora apparè-cem a reclamar, o Governo acba-se na impossibilidade de faser promptamente cessar o seu queixume, aliás justo.

O Sr. Presidente —Q digno Par o Sr. Marr^re^ de Ficalho não mandou proposta alguma por e*-cripto, e nesse caso faz-se somente mençS» na acta de que S. Ex.*" chamou a attenção da; Governo sobre os serviços feitos pelo Sr. Cond-e ds Lumiares, qae S. Ex*.* deseja sejam remunesâííos com uma peníão para a respectiva viuva.