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38 DIARIO DA OAMAEA DOS DICÍNOS PARES no REINO

a V. ej£.a que & esia camara pertence sem.duvida tomar coiita dos acto a dos Sfs. ministros; mas II Tio creio que ã esta caniarã pertença pedir contas ao auctor de" qualquer eseripto pelas opiniões que iieile tenha expendido. Parece-me pois ter sido pouco conveniente que v. exa. touha dirigido ao sr. ministro da marinha, coui referencia ao que B. ex. ex.a°escreveu em uma epocha muito anterior áqticlla em que subiu ao ministerio.

O Orador:-Peço desculpa a v.º ex.% mas eu de corto iião entendia que isto fdsse contrario áspraticas consiitueio-naes.

Eu não obriguei, nem podia obrigar, o sr. ministro a responder; se julgasse que o devia obrigar, dirigia-lhe uma interpellação. Mas como s. exa. parecia desejar que eu me dirigisse a elle, fi-lo com a devida attenção e côrtezia." O nobre ministro é um estiriptor que toma de certo a responsabilidade do que escreveu, e eu entendo que os actos da vida politica "são do dominio publico. .

Foi v. exa., sr. presidente, quem me ensinou isto; v, exa. que é parlamentar antigo, e que tornou lima parte activa na opposição ao governo do sr. conde de Thomar, tratando muitos de seus actos e da sua politica que julgava perni-. ciosa ao paiz. E não foi só v. exa., foram outros homens politicos, que fazendo opposição áquelle ministro, se occu-paratn de muitos actos cVelle que nada tinham de conimum com a administração publica.

O sr. Presidente:-Declarou não ser "da sua dignidade, nem á camara cumpria nella estabelecer-se uma polemica, entre o digno par, que orava, e clle presidente (apoiados). Eão era esta a occasião de elle presidente fazer a sua apologia; se bem que, sendo devidamente acciisado responderá. "Todavia, desejava fazer observar á camara que Bera sair dos limites do Sdu dever, lhe declare que o que acabava de dizer o digno par, o sr. rharquez de Vallatla, era inexacto. Se elle, orador, ftis opposição a um ministerio, ri ã o receiava confirma-lo; mas fora conscienciosa essa opposição; e appellava para o testemunho da camara, que nunca o viu recuar perante ministerio algum, na consciencia do seu proprio dever; assim como, elle orador, nunca viu cen-surar-se ao governo actos que não fossem da responsabilidade da endidade governo (apoiados).

Emquanto a actos da vida particular nunca, elie orador, atacou alguem, nem da mesma- forma por qualquer publicação que ãlguin individuo podesse ter feito na qualidade de particular.

O Orador:-Adopto o que v. exa. diz, e procurarei não sair* das regras da boa discussão parlamentar".

Entendo que na parte politica posso alludir aos factos, assim como entendo tambem que todo o homem deve responder pela sua vida politica, e mesmo pela particular.

Eu já nesta casa enunciei uma proposta que muito desejava ver adoptada, para que os pares do reino não tenham privilegio algum de foro especial. Quando algum eora-metter um crime, pois como homem póde commette-los, que vá responder aos tribtmaes oiide respondem oã outros cidadãos. E preciso que acabe o regimen dos privilegios.

Sr. presidente, eur como já disse, não quero obrigar o sr. ministro da marinha a fallàr; e se v. exa. entende que não deve ter logar esta discussão, peça ao ST. ministro que me não responda. Eu apenas me referi a actos da vida publica, e a esses sempre os homens publicos se referirão em as assembiéas politicas. O sr. ministro fará o qite entender; eu pela minha parte declaro que entendo ter prestado Um serviço ao meu paiz, e não hei de recuar diaiitè de quaesquer dificuldades, diante de quaesquei intrigas, ani-mosidades ou tramas, e muito menos de quaesquer ameaças, venham donde vierem, para continuar a seguir a mesma senda, proclamar os mesmos principios que tenho proclamado e hei de proclamar até á morte.

A independencia nacional será o sonho dourado dos rceuã dias, porque esta idéa generosa e grande nunca morrerá no meu coração, porquanto os meus voto/s de hoje espero

iião serão "jamais desmentidos por nenhum acto durante a vida, e acabarei os meus dias com a consciencia tranquiiia para nunca ter atraiçoado a minha patrio., sendo-me por isso dado o poder soltai1 com o ultimo brado a ultima expressão do meu patriotismo, è-essa expressão se resumirá nas seguintes palavras proferidas com fé e enthusiasmo: « Triumphe a justiça, triumphe. a liberdade, triumphe a independencia nacional.» (Apoiados.)-

"O "sr. Ministro da Marinha (Latino-Coelho): - Sr. presidente, começo por agradecer ao digno par o sr. marquez de Vallada, o ter-me proporcionado esta occasião, que ha muito desejava, do dar ao parlamento e ao paiz algumas explicações ácerca das accusaçÕes que me teem sido feitas no mesmo sentido em que as repetiu o digno par.

S. es.ª lendo um folheto que escrevi ha muitos annos, e .de cujas phrases já me será difficultoso recordar-me, in-terpellou-rae para que eu dissesse se ainda professava hoje as doutrinas que então manifestei. São j á decorridos tantos annos depois da publicação do folheto a que s, exa. se referiu, e de que fea a leitura de alguns trechos, que eu pedia-lhe o obséquio de ine emprestar o exemplar de que fez uso, onde de certo estão annotadas e commentadãs (visto que as tencionava ler), as palavras incriminadas, para que mais facilmente eu possa responder ás interrogações que o digno par me dirigiu. Se s. exa. .se dignar emprestar-me o exemplar deste opusculo que pertence hoje ao dominio da historia" li-tterafia (se porventura bagatellas desta ordem podem pertencer á historia li iteraria), far-me-ha um grande favor, porque são já decorridos tantos annos depois que foi escri-pta áquella obra que não me lembra agora bem quaes foram as phrases que empreguei. (O sr. Marquez de Valia-da: - Corn todo o gosto.) Desejo dar do seu sentido, e ao seu significado explicações, que hei de procurar que sejam-satisfactorias, e não o conseguindo, não terei duvida alguma em annuir á segunda parte do pedido, ou interpellação, do digno, par, fazendo a retractação de quaesquer doutrinas, qne pareçam, ainda que» remotamente, ser ofiensivas desta sacratissima religião, que todos os "portuguezes devemos professar, do amor pela nossa patria, e de respeito pela sua independencia e autonomia.

Tenho sido accusado muitas vezes por este prólogo, que halargos annos escrevi, e que tem sido menosverdadeiramente interpretado na imprensa e no parlamento. Este prólogo é antes um esoripto litterario do que uma affirma-ção politica. A memoria á qiie serve de introducçao, pela leitura se conhece que é antes um tratado de philosophia sobre as vantagens dá união pacifica dos dois povos, do que um folheto destinado a fazer uma propaganda activa, energica e immedtata.

Ora,-quem ler despreoccapadamente as poucas linhas que servem de introducçSo á memoria do sr. D. SinibaldodeMas ha de ver desde o principio que o prólogo em vez de ser um, dscripto de&tinado a combater por uma idéa iinmerlia-tamente realizavel, não é Senão uma utopia philosophica, UÍH destcs idylids politicos que passam pela cabeça de todos og homens quando começam a sua carreira de escri-piores, quando se lhes afigura que a humanidade seria mais bem regida, toais frcctuosatisefite" governada, os seus interesses mais bem tutelados, se destruidas as fronteiras historicas, todos se congregassem em ágapes eomrauns, e em convivio sincero e paternal. Se combatidos-c annullados todos os dissentimentos e antipathias internacionaes, se podesse realisar-se o sonho querido de muitos utopistas, amigos sinceros da humanidade; o ideal de uma republica de paz constituida por toda a christandade...

O ST..Marquez de Vattada:-Sem o papa por chefe.

O Orador: - Ou. com o papa por chefe. Quem ler pois aqitèlle escripto com o animo despreoccupado, e sem intenção d0 fazer delle" uma aftiia politica, ha de immediata* mente convencer-se" de que a idéa~ que o dominou é esse mesmo principio que tem. inspirado a muitos scismadôres da pás e da fraternidade universal j é áquelle mesmo prin-