O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

SESSÃO N.º 13 DE 8 DE FEVEREIRO DE 1892 3

serviço, porque amigos meus se têem dirigido a mim, fazendo-me perguntas com referencia aos adiantamentos á companhia do caminho de ferro de Ambaca e á empreza da mala real. Como estas duas emprezas dependem do minis terio da marinha é o publico não distingue bem o que são operações de thesouraria do ministerio da fazenda e o que depende dos outros ministerios, não admira que se façam taes perguntas.

Não só com relação aos mencionados assumptos, mas a todos os que são dependentes da minha pasta, estou sempre prompto em qualquer occasião a dar completas, amplas e cabaes explicações.

O que eu asseguro á camara é que não adiantei cousa alguma a ninguem durante os ultimos tempos da minha gerencia do ministerio da marinha.

Ha uma empreza que fez os estudos do caminho de ferro do Chire; com relação a ella cheguei a praticar o acto barbaro de não attender a uma sua pretensão, porque julguei que, nas circumstancias em que se encontrava o paiz, eu não podia despender a quantia de que se tratava, sem fazer uma tal ou qual perturbação na economia do orçamento.

Sr. presidente, eu não quero para mim privilegios de virtude nem diploma de honestidade que não preciso se me passem, mas nas circumstancias em que estamos, gravissimas, porque na minha opinião não se trata de uma crise financeira nem economica, mas de uma crise social, não desejo que a minha voz fique afogada debaixo do peso de uma suspeição qualquer. Estimo liquidar responsabilidades para ter a minha palavra livre e dizer ao paiz a minha opinião.

Repito, as circumstancias são gravissimas, a onda não póde parar onde nj5s quizermos, póde chegar mais longe, póde subverter as instituições que temos obrigação de conservar e é isso que eu hei de combater e contrariar quanto poder.

Por ora não digo mais nada.

Se qualquer dos meus illustres collegas deseja alguns esclarecimentos sobre qualquer assumpto, creia que não me contraria absolutamente nada; não fará senão dispensar-me um favor a que eu corresponderei agradecendo e dando as explicações que me forem pedidas.

O sr. Presidente: - Não ha mais ninguem inscripto.

O sr. Conde do Bomfim: - Peço a palavra.

O sr. Presidente: - Tem o digno par a palavra.

O sr. Conde do Bomfim - Sente não ver representado o governo, porque desejava chamar a sua attenção para alguns assumptos importantes.

Entretanto communica que deseja interpellar o sr. ministro da guerra sobre os effectivos do exercito, relacionados com a segurança interna e externa do paiz; sobre o tempo de serviço nas. fileiras para a arma de cavallaria, sobre as necessidades da escola pratica de artilheria, e sobre diversos assumptos referentes a um tempo á organisação militar e á questão financeira.

O sr. Presidente: - Acho que o mais regular é v. exa. escrever a sua nota de interpellação o mandal-a para a mesa.

O sr. Conde do Bomfim: - Vou então escrevel-a.

(Pausa.)

Mando para a mesa a minha nota de interpellação e mais um requerimento.

O sr. Presidente: - Vae ler-se a nota de interpellação enviada para a mesa pelo digno par.

Leu-se. É do teor seguinte:

Nota de interpellação ao sr. ministro da guerra

Sobre os effectivos do exercito, relacionados com a segurança interna e externa do paiz; tempo de duração nas fileiras para a arma de cavallaria; necessidade da escola pratica de artilheria, e diversos assumptos communs com a organisação militar e questão financeira.

Sala das sessões da camara dos dignos pares. = O par do reino, Conde do Bomfim.

O sr. Presidente: - Vae ser remettida ao sr. ministro da guerra, e logo que s. exa. se declare habilitado, será dada para ordem do dia.

Vae ler-se o requerimento.

Leu-se na mesa e é do teor seguinte:

Requerimento

Requeiro o ultimo relatorio da escola pratica de cavallario. = Conde do Bomfim.

Mandou-se expedir.

O sr. Presidente: - Como já não ha nenhum digno par inscripto, vou levantar a sessão. A seguinte será na sexta feira, 12 do corrente; a ordem do dia será apresentação de pareceres.

Está levantada a sessão.

Eram tres horas e quinze minutos da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 8 de fevereiro de 1892

Exmos. srs. Antonio Telles Pereira de Vasconcellos Pimentel; Marquez de Pomares; Condes: d'Avila, do Bomfim, de Carnide, de Lagoaça, de Linhares, de Paraty; Visconde de Sousa Fonseca; Antonio Candido, Serpa Pimentel, Cau da Costa, Augusto Cunha, Bazilio Cabral, Bernardino Machado, Palmeirim, Sequeira Pinto, Hintze Ribeiro, Jeronymo Pimentel, Holbeche, Bandeira Coelho, Ferraz de Pontes, Ponte Horta, Mexia Salema, Bocage, Julio de Vilhena, Camara Leme, Bivar, Vaz Preto, Mathias de Carvalho, Rodrigo Pequito, Sebastião Calheiros, Thomás Ribeiro.

O redactor = F. Alves Pereira.