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280-D DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

Mas ainda ha mais.

Não viu s. exa. tambem o artigo 34.°?

(Leu.)

Quer dizer, repito, quando o conselho do mercado verificar que se está vendendo trigo por preço superior ao valor da tabella dirige-se então, e só então, ao governo para que elle, de accordo com a lei, decrete o livre despacho dos trigos estrangeiros.

Aqui tem s. exa.

Sr. presidente, quanto ao que se passa no momento actual no mercado, nada tenho com isso.

Lá está o sr. ministro da fazenda para responder, ou corrigir.

Do que estou certo, porém, é que s. exa., como intelligente que é, não prescindirá do mercado.

(Apoiado do sr. ministro da fazenda.)

Poderá s. exa. aperfeiçoar o pensamento do sr. Marianno de Carvalho, mas não aniquilal-o; esse ha de sempre ser respeitado e creio que os proprios lavradores poderão reclamar o melhoramento, mas nunca a extincção de um mercado central assente nas bases geraes da sua actual organisação.

Creio ter respondido, em especial, ao sr. visconde de Moreira de Rey, quanto ás suas allegações contra o regulamento da lei dos cereaes. No que respeita á benevolencia de que o digno par diz estar disposto a usar para com os meus actos, como ministro dos negocios estrangeiros e da fazenda, permitia me s. exa....

(Interrupção do sr. visconde de Moreira de Rey, que não se ouviu.)

Eu agradeço a s. exa. essa sua benevolencia, honro-me muito com ella nas relações particulares; mas não a desejo, não a quero, e até a declino, como homem publico.

Como tal o meu desejo é que os meus actos sejam julgados com justiça e mais nada.

Por exemplo: na questão internacional, embora o digno par o não queira comprehender, se eu convenho em qualquer demora no exame dos meus actos, creia que faço isso por altas rasões de conveniencia que ha em não prejudicar os interesses da causa nacional em negociações ainda pendentes; pondo de parte em presença d'isso e temporariamente os meus melindres pessoaes.

Pois não quer o digno par comprehender quanto, a não ser essa superior consideração, eu seria pressuroso era desfazer as accusações gravissimas de deslealdade e má fé que me foram feitas em uma tribuna estrangeira?! (Apoiados.)

Termino aqui; mas, em vista de algumas considerações do sr. visconde de Moreira de Rey, não podia deixar de me referir tambem a este ponto.