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desconceituar pela imprensa, e para isso vae buscar um responsavel, e entre nós ainda não faltaram editores responsaveis para a calumnia (apoiados). Sinto não ver presente o sr. marquez de Vallada, porque de certo me havia de dar apoiados.

O sr. Marquez de Vallada: — Eu hei de replicar.

O Orador: — Eu fallava a favor de V. ex.ª, que tambem tem sido calumniado, e por isso disse que nunca faltavam editores responsaveis para a calumnia___

O sr. Marquez de Vallada: —......................

O Orador: — Eu não fallei em documentos, disse que infelizmente, não tem faltado editores responsaveis para a calumnia, e julguei fazer justiça a s. ex.ª e a todos que têem sido calumniados pela imprensa.

N'este caso, sr. presidente, todo o inferior tem os meios de desconsiderar o seu superior, e o sr. ministro da guerra em nome da moralidade, suspende-o até que se justifique; o litigante injusto e doloso que temer a imparcialidade de um juiz probo, segue o mesmo alvitre, e o sr. ministro da justiça em nome da moralidade suspende-o, até justificar-se; o bandido, o assassino, todos os criminosos que temerem a vigilancia, o zêlo e a actividade de uma auctoridade administrativa, lançam mão do mesmo meio, e o sr. ministro do reino, em nome da moralidade, suspende-a até se justificar; qual será o resultado d'este principio? Não póde haver administração possivel com tal principio, nem governo que se possa manter um dia. Mas não é só isso, em Portugal, não sei se em toda a parte acontece o mesmo, formigam pretendentes aos empregos publicos, e tanto mais facilmente conseguirão os seus intentos, quantos mais logares houverem em que possam ser providos; e entendo que por aquelle meio conseguirão o seu fim, não duvidarão lançar mão da calumnia; aqui esta a rasão porque eu disse que isto era um incitamento para praticar actos que a moralidade reprova, e para dar vida á calumnia, que é mais terrivel do que o ferro do assassino, porque este fere o corpo, e aquella fere a honra (apoiados).

Sr. presidente, os dignos pares do reino a quem tenho respondido, os srs. Sebastião José de Carvalho e marquez de Vallada, são moços de alta intelligencia, são' moços assás estudiosos, e são moços muito esperançosos para a nação, e nós, mais cedo ou mais tarde, havemos vê-los sentados daquellas cadeiras, e hão de ser alvo da calumnia, como têem sido todos os outros; e se então uma voz n'esta casa ou na outra se levantar, e nem é mister que se levante; se a voz da consciencia lhes bradar, em nome da coherencia, em nome da honra, em nome do pundonor, em nome da moralidade publica — segundo os vossos principios = largae essas cadeiras porque o vosso conceito esta maculado, largae essas cadeiras até que vos justifiqueis =, o que fareis? Como cavalheiros ireis logo ao paço pedir a Sua Magestade a vossa exoneração. Mas o ministerio que se seguir tem a mesma sorte, e assim é impossivel o governo do estado.

Já se vê, sr. presidente, que pelas considerações que tenho feito não posso deixar de votar contra a moção de censura, que esta sobre a mesa. A camara terá observado que em todo o meu discurso não proferi uma só palavra nem a bem nem contra o sr. general Lobo á Avila; não vim aqui ser seu accusador nem seu defensor, não podia nem devia faze-lo, porque não vejo aqui o réu, nem vejo aqui tribunal com competencia para o julgar. O sr. Sebastião José de Carvalho disse bem: «Essa questão, disse s. ex.ª, deixo-a fóra das portas d'este templo»; o sr. marquez de Vallada um pouco se afastou d'esta senda, mas respeitou o principio, e lá fóra ficou essa questão. Eu não sei se aquelle general é um criminoso ou um innocente, não sei se o que se diz' nos jornaes é uma verdade ou uma calumnia; mas como esta questão já esta entregue aos tribunaes, aguardemos o seu Veredictum, e direi a V. ex.ª que se esse veredictum for contrario a esse cidadão, e o sr. ministro, da guerra não cumprir com o seu dever, não póde contar com o meu voto.

O sr. S. J. de Carvalho: —.......................

O sr. Moraes ¦ Carvalho: — Se V. ex.ª me dá licença, eu explico.

Eu não disse que ao supremo de justiça militar cumpria só consultar; mas disse que se o sr. ministro tinha a responsabilidade - de conceder a medalha de prata pelo comportamento exemplar, essa responsabilidade tambem cabia ao supremo conselho de justiça militar, que tinha consultado a favor da concessão.

O sr. S. J. de Carvalho: —......................

O sr. Moraes Carvalho: — No contencioso administrativo tratou-se de uma questão em que o governo não se conformou com a consulta, e decidiu contra ella. Isto foi na questão do sr. barão de Barcellinhos.

O sr. S. J. de Carvalho: —......................

O sr. Moraes Carvalho: — Se V. ex.ª me dá licença eu rectifico. O que eu disse foi que a nota de censura ser collectiva ao ministerio era bastante para votar contra ella, mas se fosse relativa só ao sr. ministro da guerra tambem votava contra, e portanto já vê-o digno par que eu votava contra a sua proposta ou fosse collectiva, abrangendo o governo, ou restrictiva ao sr. ministro da guerra.