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zer que o acto da dissolução nos impunha uma grande responsabilidade, por se não terem dado as circumstancias precisas para aconselhar uma similhante medida.

Sr. presidente, nós escusámos de gastar tempo com uma discussão, que eu julgo esteril (não quero porém com isto dizer que as discussões n'estas assembléas possam nunca reputar-se estereis), mas é força confessar que as discussoes que mais importam, e especialmente na situação presente, são as questões de fazenda e outras que com esta prendem. E effectivamente são escusadas estas discussões quando brevemente haverá occasião de todos os homens de força de intelligencia e de recursos oratorios provarem a sua iniciativa, as faculdades do seu espirito e o seu zêlo na resolução dos negocios mais importantes da governação do paiz. Por certo nada mais nobre, nem mais elevado, para o homem parlamentar que confia na sua intelligencia, no vigor da sua palavra, na vastidão dos seus conhecimentos, do que esperar a occasião em que as questões se apresentem para, de uma maneira franca e clara, patentear as suas idéas e combater os seus adversarios!

Sr. presidente, o governo tem trabalhos importantes preparados sobre a questão de fazenda, e ha de apresenta-los na outra camara no dia immediato aquelle em que n'esta passar o bill de indemnidade; esses trabalhos pensa o governo que hão de aplanar o caminho para se poder acudir ás difficuldades da nossa má situação financeira.

O governo, repito, logo que na camara dos dignos pares for relevado da responsabilidade em que incorreu pelas medidas dictatoriaes, apresentará" na camara electiva os trabalhos que tem preparados; e então, sr. presidente, ha occasião para os homens competentes, se julgarem que o devem fazer, atacarem o governo pelas idéas que apresentar. Mas que significa fallarem agora em economias e despezas aquelles que estiveram por tanto tempo calados, votando augmentos de despeza? É muito serodio e tardio o patriotismo.

O programma das economias e das reformas é meu e de todo o ministerio, é o programma do governo.

Teremos então, sr. presidente, occasião de apresentar os alvitres para melhorar as finanças, mas agora como pôde o digno par pedir contas ao governo de não ter feito economias? Pois quem esteve tanto tempo ao lado de um governo que creou tanta despeza nova, vem agora com um patriotismo, que eu não posso avaliar devidamente, exclamar que o paiz está em perigo! Que Catilina bate ás portas de Roma!

Sr. presidente, como eu sei a historia dos outros hei de faze-la, porque os outros tambem fazem a minha. Eu direi as occasiões em que ministros da fazenda pintaram a situação do thesouro publico em estado grave, sem que os apostolos do patriotismo tardio se levantassem contra medidas despendiosas que então eram apresentadas.

O sr. Vaz Preto: — Se se refere a mim está enganado, que eu votei contra algumas d'essas medidas, e sempre contra todas que eram augmento de despeza; o meu voto ficou sempre bem consignado; leia as minhas declarações, e seja mais exacto.

O Orador: — Pois o digno par votou contra! Nós fallaremos das grandes economias que o digno par votou. Ora, na verdade, é melhor não fallar em economias para votar ao mesmo tempo medidas de augmento de despeza.

Sr. presidente, ponho ponto ás minhas observações, porque realmente não tenho mais nada a dizer. Concluo de novo com os meus agradecimentos ao digno par, e espero que s. ex.ª em occasião opportuna apresentará todos os alvitres e economias que são indispensaveis e necessarias para tirar a administração e a fazenda publica do estado difficil em que se acha; e a illustração do digno par supprirá a deficiencia dos ministros.