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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

SESSÃO DE 15 DE FEVEREIRO DE 1865

PRESIDENCIA DO EX.MO SR. CONDE DE CASTRO

VICE-PRESIDENTE

Secretarios, os dignos pares

Conde de Peniche

Mello e Carvalho

(Presente o sr. ministro da guerra.)

As duas horas e meia da tarde, sendo presentes 43 dignos pares, foi declarada aberta a sessão.

Leu-se a acta da precedente, que se julgou approvada, na conformidade do regimento, por não haver reclamação em contrario.

Não houve correspondencia.

O sr. Secretario (Conde de Peniche): — O digno par o sr. Moraes Carvalho, participou hontem á mesa, já quasi no fim da" sessão, que não podia comparecer n'esta casa por incommodo de saude.

O sr. Ministro da Guerra (Ferreira Passos): — Pediu a palavra para responder ao digno par, o sr. Rebello da Silva, relativamente á pergunta que s. ex.ª na anterior sessão lhe dirigira, de haverem annunciado os jornaes da capital, que se tirara uma nota do livro competente, lançada em virtude de um processo crime.

O sr. Rebello da Silva: — Explicou a sua asserção.

O Orador: — Continuou, declarando que tinha ali presente o processo, para se poder examinar.

O sr. D. Antonio José de Mello: — Participo a V. ex.ª e á camara que o digno par o sr. visconde de Benagazil, não póde comparecer á sessão por incommodo de saude.

O sr. Amaral Osorio: — Participo a V. ex.ª e á camara que o digno par o sr. Barreto Ferraz, não póde comparecer á sessão, nem talvez compareça a mais algumas, porque se acha incommodado.

O sr. Moraes Carvalho: — Pedi a palavra sobre a ordem, para participar á camara, que não assisti á sessão de hontem, por me achar incommodado.

ORDEM DO DIA

CONTINUAÇÃO DA INTERPELLAÇÃO AO SR. MINISTRO DA GUERRA

O sr. Silva Cabral: — Sr. presidente, estou desgraçadamente debaixo da influencia de um grande incommodo, e não obstante isso, entendi que não devia faltar hoje á sessão, a fim de continuar a cumprir a tarefa que me impuz na defeza da verdade e da justiça.

Sr. presidente, quando eu lia e fazia do estudo a minha applicação predilecta, lembro-me de ter encontrado em Diderôd o memoravel pensamento seguinte: «Nas discussões sempre aquelles que têem menos rasão são os que mais se agastam ou escandalisam». Observei que no discurso da sessão de hontem, quando eu estava discutindo no campo da rasão e expendia os argumentos que eram a condemnação da censura que se dirige ao sr. ministro da guerra, vi que um movimento, electrico se tinha declarado em differentes pontos da sala, e que diversos dos mais eminentes oradores da camara pediram a palavra. Sr. presidente, eu dou os parabens a mim mesmo de ter concorrido para este movimento, que é o movimento da liberdade; eu dou os parabens á liberdade por ver cumpridas as suas condições e satisfeitas as suas aspirações; é do choque das opiniões que resulta a verdade: e eu quero que essa verdade appareça em toda a sua luz. Sr. presidente, seria porque eu tivesse proferido alguma herezia constitucional, algum erro juridico, algum paradoxo contra a rasão? A minha consciencia não me accusa de similhante cousa; mas não me jacto de infallivel, seria isso necedade: por consequencia se eu tiver commettido algum desvio d'esses principios, que eu en-