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Discurso do D. Par Sousa Azevedo, que devia ter sido consignado na Sessão de 16 de Fevereiro a pag. 202. col. 3.ª, logo depois da ordem do dia e não o foi pelo motivo ahi indicado.

O Sr. Sousa Azevedo — Sr. Presidente, com razão me resignei á demora de tomar parte neste debate; era na verdade difficilima a minha posição, já pelo sentimento natural de pertender dar contas, quem sabe que deve presta-las sobre objectos importantes do serviço publico, e de sua responsabilidade; já porque tinha observado que de differentes lados desta Camara, se haviam dirigido attaques e accusações á Administração de que tive a honra de fazer parte: mas, Sr. Presidente, eu via nos bancos dos Ministros o que tinha sido Presidente daquella Administração, e entendi que S. Ex.ª por todos os titulos e razões devia ser o primeiro a explicar nesta Camara os principios politicos da Administração de 6 de Outubro, e os principaes actos della; e com effeito não me enganei. O nobre D. de Saldanha com quem a natureza foi tão prodiga que o dotou com valor e conhecimentos, tanto para o campo de Marte, como para o gabinete de Minerva, explicou nesta Camara com tanta exactidão e clareza todos os pontos que deviam ser esclarecidos, que quasi me dispensou de fazer uso da palavra; e digo quasi, Sr. Presidente, porque a alguns actos se referiu o nobre D. de Saldanha a respeito dos quaes não podia prestar minuciosas explicações, porque S. Ex.ª se achava ausente da capital, commandando o Exercito de Operações, quando elles se verificaram; mas não se entenda por isto que o nobre D. de Saldanha fosse alheio a algum dos actos importantes daquella Administração, muito pelo contrario, em quanto eu tive a honra de estar nos Conselhos da Rainha, desde 13 de Outubro de 1846 até 20 de Fevereiro seguinte, tudo foi previamente referido a S. Ex.ª, porque eu entendi que sendo o chefe do Ministerio, e devendo ter o verdadeiro pensamento politico daquella Administração, nenhuma medida se devia adoptar sem que fosse primeiro por S. Ex.ª approvada.

Venho pois, Sr. Presidente, fazer uso da palavra, não tão amplamente como tencionava, e para que estava habilitado com innumeros apontamentos e provas documentaes, mas em relação aquelles actos que, como mencionei, não podiam ser explicados em detalhe pelo nobre Duque de Saldanha, como por mim que fiquei na Administração em Lisboa. Não venho pois, Sr. Presidente, fazer um discurso com liberdade, escolhendo sobre os differentes objectos que tem estado em discussão aquelles que mais me agradassem para sobre elles discorrer; mas venho unicamente preencher o dever de um membro da Administração em julgamento para prestar os esclarecimentos necessarios; não venho, Sr. Presidente, defender os actos das outras Administrações que tem estado tambem em julgamento, para que não pareça que com isso pertendo obter procedimento igual, quanto aos