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amor; o que desejo é que ellas representem quanto possível á verdade dos factos, e sejam uma base justa para n'ella assentarem as contribuições. Eu não disse que as matrizes estavam^ em todo o remo péssimas, digo que em algumas partes são aceitáveis, mas precisam correcções, e n'esta parte estou prompto a mostrar os relatórios das auctOFidades fiscaes a qualquer dos dignos pares-, mas não julgo conveniente dar lhes publicidade por ora; portanto não ha contradição alguma da minha parte.

Quando eu entrei para o ministério não admira que não soubesse o estado em que se achavam as matrizes, porque não tinha havido relatório nenhum a esse respeito. O primeiro relatório a respeito do estado das matrizes publiquei-o eu, e foi depois de colher esclarecimentos que vieram imrae-diatamente, mas não se segue que os esclarecimentos que primeiro recebi fossem os mais completos e perfeitos; posteriormente appareceram outros que me obrigaram a fazer um exame mais detido a este respeito, e me levaram á convicção de que era necessária a reforma de uma grande parte das matrizes, era quasi todo o remo; o que ha pois da minha parte não é contradição, é boa fé, emquanto eu julguei que as matrize^ offereciam uma base justa propuz o au-gmento da contribuição predial, e não tive duvida de arrostar cora a impopularidade; desde que pelas reclamações posteriores e esclarecimentos que depois colhi, entendi que essa base nào era bastante justa, com a mesma lealdade e boa fé disse — corrija se a base, e depois apresentarei o au-gmento, mas sobre uma base justa Onde está aqui a leviandade?... A leviandade estaria se houvesse uma base justa e eu nào quizes&e aceita-la.

Sr. piesideníe, procurarei ser breve, porque não quero cançar mais a camará. S. ex.a disse, que a desamortisação devia proseguir em mais larga escala; mas s. ex a até certo ponto deu uma rasão que justifica não ter ella prosegmdo com tanta intensidade como no tempo de s ex.a, e é, porque as melhores propriedades e as maiores foram, arrematadas logo no principio. Ficaram pois as mais pequenas, que não se vendem tão bem, porque nào têem tanto valor, nem tantos compradores. Ao principio venderam-se os melhores lotes, as melhores propriedades, e é esse o motivo porque agora as arrematações não têem tanta importância. Eu agora tenho feito abrir as arrematações nos districtos, alem de continuar na capital, e hei de por todos os modos ao meu alcance activar a desamortisacão.

Alem do resto dos bens dos conventos e cabidos, que é ainda objecto importante, ha o^ bens doa seminários e col-legiadab, cujas avaliações e inventários se estão acabando com toda a actividade, e que em seguida serão postos em praça. S. ex.a sabe que os inventários doa conventos estavam feito* quando começou a desamortisação; mas os dos seminários, collegiadas e cabidos estavam por fazer, e esse trabalho tem levado algum tempo.

A respeito da desamortisacào direi ainda, que na outia camará e«tá era andamento uma importante proposta de lei do governo, que tende a, facilitar o distracíe de capitães, a venda de foros e bens que pei tencem á fazenda, o que tudo tem de affluir ao mercado.

Diz s. ex.a que tenho de gastar até ao fira do anno al-gun= milhares de contos de réis paia pagar as obras dos caminhos de ferro e estradas em construcçào, e que não sabe como hei de fazer isto. Hei de fsze-lo como s. ex.a ou outro qualquer faria; hei de levantar os fundos necessários nas praças estrangeiras, nos termos em que estes negócios se devem, fazer. Não sei que s. ex a ou outrem tenha algum elexir financeiro para seu uso particular.

Disse o digno par que a de=amortisação influía no preço dos títulos de divida publica; não ha duvida que influa au-gmentando-lhes a proeusa e pioporcionando-lhes urna colío cação que o? retira da circulação; mas não é isso que principalmente inspira ci edito nos nossos títulos, é a confiança de que havemos de pagar os juros pontualmente, e de que temos meios para satisfazer esses encargos, porque a prosperidade do paiz tem crescido, e promette desenvolver-se mais com as estrada* e caminhos de ferro.

Não é com mscripçoes, e n'um mercado pequeno como o nosso, que se podem fazei as grandes operações; e a este respe'to disse s. ex.a, para cr.rregar hoje o quadro que ainda hontem pintou eô- de rosa, que as m-cripções estavam a 44Vz, mais próximo da verdade seria dizer que estão de 46 Vz a 463/4. Não sei realmente onde s. ex.a foi buscar e^sa cotação a 44Vá, salvo se abate o juro do semestre, e ainda assim mo é a cotação publicada no Diário, com a qual, quando é ministro, s. ex.a ^ernpre argumenta, e mesmo quando o não é, cempre que se refere ao pi eco dos fundos durante a sua administração.

O sr. Ávila.—É o preço do mercado.

O Orador: — Eu d'go a *. ex.a que não me consta que o pi eco f-eja esse, ?alvo *e esse preço é dado por algum tios seu? .amigos da, rua dos Capelistas.

O ?r. Avilfi: — Peço que o sr. ministro seja convidado a esphcar-se sobre sirnilhante phrase.

O Orador: — Eu me explico não tenho nenhuma duvida n^o, porque '^o tenho idéa de fazer oífensa

O ?r. Aqui'ar: — Pon vanm" 3 ouvir; purque isao realmente !

O Orador: — Ei' acho fácil a explicação.

O sr. Conde d n Taipa: — Para que deu logar a isso? E falia em provocações!

O Orador.—Isto não foi provocação, por 13*0 mesmo que não teve a menor idéa r.ffen^va: referi-me a informações que o. ex.a podia ter de algum amigo ?e" qne quize.se ksonjea-io dizendo-lhe, que u.) te ui> ua administração de s, ex.s tinham muito maior preço P« .L^crjpcões do que íêem hoje. E de-io^ c^em que o digno par iião julga que seja cousa má ter amigos na rua dos Capellistas.

Uma voz:—Não é bastante ciara a explicação.

O sr. A. J. d1 Ávila: — O sr. ministio disse, dirigindo se a mim =que talvez as minhas informações fossem dosmeus amigos da rua dos CapeUistas! = Ora eu posso perdoar a imprudência da phrase, mas peço que o sr. ministro seja convidado a retira-la; não basta dizer que me não quiz of-fender.

O sr Ministro da Fazenda:—Eu já disse que não tinha tido idéa offensiva, mas também não tenho duvida, por isso mesmo, em dizer que retiro a expressão, se ella não é do agrado da camará.

O sr Presidente:—Mui ta bem, está retirada a expressão

O Oradoí •—Eu queria dizer que só por informações particulares podia s ex a julgar que era aquelle o preço das mscupções porque consultando-se os Diai ios não se ha de ver isso

Quanto ao preço dos fundos na praça de Londres tem-se mantido, os bonds ali também estão a 46 Vz sempre acima de 46, não têem mesmo experimentado abalo algum apezar dos meios que se empregaram para me desacreditar, começando-se logo a fazer me victirna das maiores calumnias, taes como dizer-se=lá vendeu 9 000-000^1000 reis de in-scripções, lá diminuiu o rendimento das alfândegas por culpa do ministio, lá contraliiu um empréstimo a 12 por cento, finalmente cada dia unia balella para me crear difficuldades e fazer acreditar que era impossível viver assim, porque eu no dia seguinte nào tinha com que pagar, e que se fazia qualquei opeiaçâo era para esbaujcir a fazenda publica = Ora eu queria que se me dissesse quaes são as m-scnpções que eu vendi e quaes são as operações ruinosas que eu fiz que nie possam, desacreditar como ministro.

O s. Ávila:—Não fui eu que disse isso.

O Orador:—Não digo que v. ex a é que foi, mas digo que lastimo estas misérias não por mim, que as desprezo, mas porque esta& cousas sempre fazem mal ao paiz.

O sr S. J dti Carvalho.—E como o boato a respeito dos quarenta pares

O Orador —Assim como digo que reprovo tudo isso, digo também que não serei eu que tente jamais pôr mordaça na boca da imprensa; é eoni o decurso do tempo, com o aperfeiçoamento dos costumes, e com os progressos da ci-vilisação que a imprensa se ha de ir corregmdo, e cohibin-do-se de excessos deploráveis; não é por meio de provisões violentas que se regula e modera a liberdade de imprensa; pelo contrario qualquer regime oppressor leva no seio o gérmen de uma reacção, que mais tarde vem a aggravar excessos em vez de os attemiar

Entretanto direi que alguns excessos actualmente tem sido provocados; por exemplo, um jornal de Braga eseieveu que os ministros eram inahometanos, que prefenam o crescente de mafoma á ciuz de (Jhristo; que &e que,ia trocar a nossa religião pola leligião dos musuloiaoLb. S tudo ioto porque? Porque não partilhamos a opinião de que aã oídens religiosas sejam necessanas para haver religião' Eis-aqui como até certo ponto se jubticam os que defendem oa mmibtros, que de seu moto próprio respondem a íaes provocações como entendera , eu lastimo as exagerações tanto de uua como de outra pai te. Diz-se, mas o governo que eufrei e os seus jornaeb. Oh' senhoies; pois será esba a missão do governo?! Nãrt ha duvida de que o goveino tem os seus amigos políticos, que escrevem alguns d'elleb em difteren-te*. jornaes, mas elles escrevem com independência, sustentam as aiiaa doutrinas e defendem o governo confoime entendem, ma» o governo não pôde *er responsável por aquillo que escrevem os jornalistas, estou bem ceito de que o digno par n£.o ha de querer a responsabilidade dos jornaes que o sustentaram (O sr. Ávila:'—'Bem cei isso, mas o que eu sustento é que o jornal pemi-official devia dizer o sentir do governo sobre essas cousas que ultimamente se tem escripto e que produzem tão mdu effeito). O governo já tem expressado no parlamento o eeu pensamento sobre todas as questões do dia, consultem, te 01- Jianos, emquanto PO jornal sem.-officirí não me consta que n'olle tenham vmdo ameaças contra a religião e contra os bout> princípios; agora o qae eu também sei é que nenhum jornal cordato deve provocai questões d e^a. oídem; o silencio mesmo é preferível á piovoeacão. E diz-^e que a agitação no paiz tem sido por cauaã da política do goveino, poi motivo da* máb providencias, e creio que até pur ber ir.usulmauo! ^0 31. Ávila: — Eu não dit-se isso ) Nào rKse' Bem não dena melo mas atnbue-lhe muitas culpas, que elle não tem, fa Io re&pont.a-vel por tudo o que a .mprensa escreve, e i'uei qiK- elle previna qualquer exue-^o de phrase, qualquer opiEuro mais audaz sobre uma das casas do parlamento. (O sr. Sebastião José de Carvalho : — Apoiado.)

O sr. A. J. d'Ávila:—Eu disse que u to a da3 causa? dos lULcuitutJ eram as idéas dissolventes e anat chibas sustentadas ptílod joinaes que apoiam a política do gov-ri o, e que nào eram combandas nem pelos s r.-., ministros aã tribuna parlamentar, nem oelo jornal senr-official. Responda por tanto b. ex." a itto, que é -orneate o que eu di^e (npoio,-dos)j e lembre se de que eu ^Iludi designadamente â noticia dada e repetida pelos me&mos jorime-. de que o governo ia crear cmcuema pares com obrigação de votarem peia ic-forma n'e,-ía cara ai a, mandando o governo ^roce^ dicta-tonalrnente ao preein-hirnento dos íogares vagos, na ..n.m?''a dos senhores deputaaob.

O sr. S. J. de Carialho: — Apoiado, apoiado.

O sr Ministro da Faz&nda:—Eu sinto o ar mtimativo do apoiado do joven par, que parece ainda estou vendo na outra camará ligado com os homens de outro partido político no intuito de defender a liberdade, sinto que s ex^ hoje mostre o desejo de nianeatar a liberdade de uma opinião que lhe uào agrada O •>!' -S. J dz Carvalho (para uma explicação',. Se vós quereis o ensino entregue ás corporações religiosas, e proclarnaes a liberdade absoluta d'esse eusuío como o dogma da vo>sa escola, a luta aberta entre

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todas as opiniões como a condição do governo liberal, onde está a vossa coherencia, onde a appbcação da vossa doutrina, quando vos insurgis contra a manifestação de qualquer opinião contraria á vossa, e quereis que o governo algeme a liberdade da imprensa?!

O governo sr. presidente não pôde ser responsável por aquillo que escrevem os jornaes, esta é que é a verdade; o governo não pôde nem quer ter a missão de preboste do imprensa (apoiados)f nem ha de concorrer nunca para que se faca uma lei de, rolhas.

O governo não toma a responsabilidade de certas idéas, mas não pôde impedir que haja quem as tenha

O governo pôde lastimar que se propaguem idéas que tendam a agitar os espirito^, mas também, lastima que haja quem especule para fins políticos com o sentimento religioso, porque essas agitações que tiveram logar são ern grande parte devidas a tão censuiaveis e perigosas especulações, e não me consta que houvesse nenhuma com receio de que haja uma reforma da camará dos dignos pares.

Quem propaga a calumnia de que se quer atacar a reli giâo que todos nós professamos e acatamos é que faz muito na ai. Pôde &e ser muito religioso, e não querer as ordens regulares; é preciso que se iaiba e proclame que estas ordens não constituem dogma religioso, nem são essenciaes á religião, e por cont-equencia quem entende que o seu restabelecimento seria prejudicial não offende a religião; portanto, faz uni grande mal quem piopaga essas idéa^ faleas sobre assumpto tão melindroso.

Existe aui um jornal, que sustentando em outra epocha doutrinas da escola liberal mais adnntada, e atacando a camará dos pares com a maior vehemencia, é hoje dos que tem accusado o governo de ter sustentado proposições heréticas, porque nào begue os seus princípios reaccionários; e eu lastimo todas estas exagerações, tanto de um lado corno de outro, entendo que é melhor nào as haver, mas para que as não haja de um lado é necessário que do outro as não provoquem; lastimo portanto todab as exagerações, e a prova de que assim é, é que com a minha palavra, e a minha mfiLiencia pessoal como amigo, hei de fazer sempre com que se evitem, mas não posso tomar a responsabilidade d'ellas (apoiados).

Sr. presidente, como esta discussão tomou outro caracter', e quasi que se pôde dizer que aquillo de que se tratou menos foi do projecto em discussão, parece me que com o que expendi aã precedente sessão sobre as matrizes, disse suífi-ciente paia biistentar o projecto do governo, e provar que elle merece a approvaçào da camará.

' O sr. D. A. J. de Mello: — Mando para a mesa três pá-recere= da comiuissão de marinha e ultramar.

A imprimir.

O sr. Marquez d& Niza: — Peço para ser inscripto para apre&entar na próxima se^ão um projecto de lei.

O cr. Presidente •—A hora já deu, e pjr is=o a próxima sessão terá logar na seguada feira, coaUnuc-íido a mesma oídym do dia.

Está levantada a sessão

Eram cinco horas e, um quarto da tarde.

Relação dos dignos pares que estiveram presente? na sessã© do dia 21 de junho de Í862

Os srs,: Visconde de Laborim, Marqueze=, das Minas, de Niza, Condes, d'Alva, de Mesquiteíla, de Paraty, da Ponte, Ponte de Santa Mana, do Rio Maior, da Taipa; Viscondes, de Balsemão, de Castro, de Fonte Arcada, de Fornos de Algodres, da Luz, de Mouforte, de Ovar, de Sá da Bandeira, da Praia; Barão de Foscoa; Ávila, Mello e Saldanha, Pereira Coutmho, Sequeira Pinto, Ferrão, Mar-giochi, Aguiar, Braamcamp, Reis e Yapconcelíos, Isidoro Guedes, Silva Sanehe;; Fonseca Magalhães, Velíez Caldeira, Brito do Rio, Sebastião José de Carvalho

Recebemos folhas de Madrid de 27 do passado, de Paris de 25 e de Bruxellas de 24 do menino mez.

A Correspondência de Espana publica os seguintes TELEGRAMMAS

Paris, 27 de junho—Na camará dos deputados censurou o sr Júlio Favie B, expedição ao México, e disse que es-pe-ava que a França não apoiaria Aíraonte, nem as reclamações de Parker. Na opinião do deputado democrata, o único partido conveniente e>a o de negociar com o México, porque retirar ou avançar ^ena empreza funesta.

O mimatic Biílault disse que a histórica perpetraçao de roubos e assassinos, no: bens e pe?soas dos estrangeiros, motivou s intervenção das ti es potências Expoz as causas dah difficuldades qup sobrevieram entie os alliados; mostrou a differeriça que havia entie a retirada dos he-panhoes e a dos luglezes, recordando que os últimos nunca foram de voto que se fizesse a expedição ao Anterior; e manifestou que, apezc-r do de?accordo momentâneo, os três governos permaneceu em boas relações.

O mms=tro acie^centou mais que, quando a bandeira frauceea Í.Q hastear na capital do México, será o povo con-sultadu para que eleja quem lhe aprouver; e que n'este seni-.do mandou o imperador instrucções quando constou que os alliados tinham abandonado o México.

Finalnente, o sr. Bilíault repellm energicamente o alvitre de n^gocipr-se com o México, quando a honra da bandeira franeeza está coiapromettida. Estaií palavras do ministro foram recebidas com applauso.

O orçamento foi approvado com as modificações sobre o importo na<_5 p='p' ara='ara' de='de' luxo='luxo' carruagem='carruagem' cavailos='cavailos' e='e' rejeitado='rejeitado' m='m' cp='cp' pela='pela'>