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aquelle Ministerio e o Conselho de Saude, incluindo-se tambem as actas do mesmo Conselho desde que appareceu o primeiro caso de febre amarella. Nessa occasião dissera diante do Ministro que então estava presente, que eram fortes e gravissimas as accusações que se dirigiam ás repartições publicas, especialmente ao Conselho de Saude, mas que para julgar com justiça e prudencia era necessario fazer o devido exame. Este requerimento ainda não foi satisfeito.

Tambem tem a lembrar ao Sr. Ministro do Reino, que já no anno passado pediu, e julga que S. Ex.ª estava então presente, que fossem tambem remettidos certos documentos da Bibliotheca Nacional de Lisboa. Espera que S. Ex.ª, attendendo á cortezia com que se lhe dirige, e ás benevolas expressões que emprega, terá a bondade de responder, não deixando sem resolução os seus requerimentos, e mandando os documentos que pede tanto em relação á Bibliotheca Nacional, como ao Conselho de Saude, que é negocio ainda muito mais importante.

O Sr. Presidente do Conselho sobre os primeiros documentos que dizem respeito á Bibliotheca, examinará esse negocio, mas julga que não haverá difficuldade em os mandar.

Quanto aos segundos, o Governo está procedendo á confecção de um relatorio que ha de apresentar ás Côrtes, sobre a febre amarella. Esse relatorio ha de ser impresso, e em quanto não o está, são precisos os documentos, porque tem de se recorrer a elles para se fazer a devida publicação. Esse trabalho, repete, ha de ser presente ao Corpo legislativo, e o Digno Par terá occasião de ser completamente satisfeito.

O Sr. Marquez de Vallada pelo que respeita aos documentos que teem relação com a Bibliotheca, S. Ex.ª os mandará quando lhe convier, não tendo agora tanta pressa delles, porque a todo tempo terá occasião de fazer algumas observações sobre esse objecto, em que dirigirá tambem ao Sr. Julio Gomes, a quem já dirigiu em particular, e julga que S. Ex.ª ha de apoiar depois o que elle orador disser.

Em quanto aos outros documentos, pede licença para dizer que não o póde satisfazer a declaração de S. Ex.ª; isto é, póde sim esperar algum tempo, mas deve já declarar que lhe parece, que o relatorio não o poderá satisfazer de modo algum.

Sabido é o que elle orador já dissera em Camara ao Sr. Visconde de Sá, quando S. Ex.ª tractou de justificar a demora em enviar esses documentos a esta Camara.

Disse que era possivel que o Governo lhe franqueasse as portas da Secretaria, para examinar o que queria; mas que agradecendo o convite tão cortezmente feito pelo Sr. Ministro não o podia acceitar, porque não preenchia o seu fim; pois mesmo por um engano, ou falta qualquer de que não lançaria culpa a ninguem, podia ser que algum dos Officiaes da Secretaria lhe não ministrasse todos os documentos que queria; podendo até deixar de lhe mostrar um só, e esse ser exactamente o mesmo que lhe fizesse falta. S. Ex.ª não ignora as accusações feitas ao Conselho de Saude. Não ignora que o Presidente desse Conselho publicou um folheto tendente a declinar a grave responsabilidade que nestas accusações lhe cabia, defendendo-se e notando-as de falsas. Ora, desses documentos podia elle orador tirar talvez a conclusão segura de que a responsabilidade cabia toda ao Ministerio do Reino, pela pouca actividade que ahi tinha havido; mas como não quer ser imprudente nem injusto, por falta de base, esperará o tal relatorio, que ha de ser obra magistralmente escripta, pelas pessoas incumbidas de tractarem desta materia; mas não se podendo satisfazer com elle, insiste ainda, e espera que depois da sua apresentação o Sr. Ministro não tenha difficuldade em enviar esses documentos, que virão para a Camara, e os examinará para pronunciar a sua opinião.

O Sr. Presidente do Conselho declara que não pediu ao Digno Par que se contentasse com o relatorio; disse-lhe, que se estava fazendo esse relatorio, e que os documentos que S. Ex.ª pedia tambem lhe haviam ser presentes, mas que na actualidade eram precisos para os trabalhos, que já vão adiantados.

O Sr. Marquez de Vallada replica que não tinha intendido bom, e agora o satisfaz a explicação, e espera os documentos logo que não sejam necessarios na Secretaria, isto é, logo que se acabe de imprimir o relatorio.

O Sr. Presidente declara que se passa á primeira parte da ordem do dia que, é a apresentarão de pareceres de commissões.

Pausa.

O Sr. Presidente como nenhum Digno Par pede a palavra, reconhece que não ha nenhum parecer prompto.

Não sabe se a Camara quer que se passe á segunda parte da ordem do dia, que é a discussão do parecer n.º 101, que se acha já impresso e distribuido.

O Sr. Aguiar pois que a hora já deu, ou está a dar, parece-lhe de pouca conveniencia, que se comece uma discussão, que tem de ser logo no principio interrompida.

O Sr. Marquez de Ficalho lembra que o que se póde fazer hoje é unicamente ter o parecer para os Srs. Ministros o ouvirem.

O Sr. Secretario Conde de Mello declara que os Srs. Ministros tem presente o parecer, porque lhes foi remettido.

O Sr. Visconde d'Athoguia tambem opina ser mais conveniente começar a discussão na sessão immediata [apoiados); mas pede agora directamente aos Srs. Ministros que hajam de assistir á sua discussão, pois muito necessita do seu auxilio para sustentar o projecto contra a opinião dos membros da commissão. Espera portanto de SS. Ex."" que coadjuvarão com as suas luzes, e mesmo com o seu voto, aquelles que o possam aqui dar contra a opinião dos membros da commissão, de quem sente estar discorde.

O Sr. Presidente declara que a ordem do dia para a sessão do dia seguinte era a mesma que vinha para hoje, e levantou a sessão.

Eram quatro horas e tres quartos da tarde.

Relação dos Dignos Pares, que estiveram presentes na sessão do dia 22 de Fevereiro de 1858.

Os Srs.: Visconde de Laborim; Duque da Terceira; Marquezes: de Ficalho, de Fronteira, de Loulé, das Minas, de Pombal, de Ponte de Lima, e de Vallada; Condes: das Alcaçovas, d'Alva, dos Arcos, de Arrochella, de Azinhaga, do Bomfim, de Fonte Nova, da Louzã, de Mello, de Paraty, de Rio Maior, do Sobral, da Taipa, e de Thomar; Viscondes: de Algés, d'Athoguia, de Balsemão, de Benagazil, de Castellões, de Castro, de Fonte Arcada, do Fornos de Algodres, da Luz, e de Sá da Bandeira; Barões: de Chancelleiros, de Pernes, e da Vargem da Ordem; Mello e Saldanha, Sequeira Pinto, Pereira de Magalhães, Ferrão, Aguiar, Larcher, Izidoro Guedes, Silva Sanches, e Brito do Rio.