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tuação financeira ha de melhorar por meio de economias perseverantes e methodicas, e não por outra fórma. A camara sabe perfeitamente que a dotação extraordinaria das obras publicas tem sido uma das causas efficazes do augmento do deficit, e se os adversarios do projecto querem de repente economias decisivas nada mais facil. Supprime-se a dotação das estradas; põe-se veto ás linhas ferreas internas e não se poupa mesmo a communicação telegraphica. Paralysia de todos os melhoramentos physicos, e extincção momentanea do deficit.

Querem este meio expedito? Pois era quasi logico. Que necessidade temos de concorrer ao banquete social, de participarmos dos beneficios da viação acelerada, se entendemos que a economia ordena que nos conservemos afastados do resto da Europa? Podemos fazer uma grande economia...

(Interrupção do sr. Silva Cabral que se não percebeu.)

Bem sei; V. ex.ª não sustenta a diplomacia consular. Não o podia fazer. Mas o corpo diplomatico mal organisado vale tanto ou menos do que os agentes consulares inventados em ministros plenipotenciarios!

E preciso que os nossos diplomatas, alem de representarem a honra, os interesses e a civilisação do paiz, representem igualmente o seu futuro desenvolvimento; por isso affirmo que as despezas feitas com a diplomacia, podem produzir muito, podem dar grande receita no futuro (apoiados).

Acaso é para se comparar hoje o trabalho e actividade da secretaria dos negocios estrangeiros com os da epocha, em que ella, unida á da guerra, era regida sob tutela pelo segundo Diogo de Mendoça; ou com o tempo em que Pedro da Mota hybernava na cama com o seu barrete de folhos expedindo os despachos de el-rei seu senhor urbi et orbit (Riso — apoiados.)

Não seguramente. Hoje as cousas fazem-se por outro modo. Não sei se vão melhor, mas sei que são diversos os methodos e distinctos os principios.

Estamos pouco ligados com a Europa, e quando tratar de outra questão, a das pautas, mostrarei a necessidade de nos approximarmos mais dos mercados que deveriamos ter conquistado ha muito. Pois bem, essa questão e toda diplomatica hoje, e póde ser muito funesta, ou muito util, segundo for dirigida.

A secretaria dos negocios estrangeiros é muito mais importante do que se cuida, e não posso deixar de asseverar que approvo a nova reorganisação proposta, porque tenho a certeza de que ha de melhorar muito o expediente das repartições, e o que vale muito mais ainda — a instrucção dos negocios.

Preciso ainda de expor varias considerações, ácerca do projecto; mas a hora deu, e peço a V. ex.ª por isso que me reserve a palavra para ámanhã, e á camara que me desculpe por ter de continuar a pedir a sua attenção.

(O orador foi comprimentado pelos srs. ministros, e por muitos dignos pares de todos os lados da camara.)

O sr. Presidente: — A seguinte sessão será ámanhã, e a ordem do dia a continuação da que veiu dada para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram mais de cinco horas da tarde.

Relação dos dignos pares que estiveram presentes na sessão de 27 de fevereiro de 1867

Os ex.mos srs.: Condes de Lavradio e de Castro; Duques, de Loulé e de Palmella; Marquezes, de Alvito, de Ficalho, de Fronteira, de Niza, de Pombal, de Sabugosa, de Sousa, e de Vallada; Condes, de Alcaçovas, d'Alva, d'Avila, de Avilez, de Azinhaga, de Cavalleiros, de Farrobo, de Fonte Nova, de Ponte, da Ponte de"Santa Maria, de Rio Maior, de Sobral e de Thomar; Viscondes, de Algés, de Benagazil, de Chancelleiros, de Fonte Arcada, de Monforte, de Ovar, de Seabra e de Soares Franco; Barões, de S. Pedro e de Villa Nova de Foscôa; Moraes Carvalho, Mello e Carvalho, D. Antonio José de Mello, Costa Lobo, Rebello de Carvalho, Pereira de Magalhães, Silva Ferrão, Margiochi, Larcher, Moraes Pessanha, Braamcamp, Silva Cabral, Pinto Basto, Izidoro Guedes, Reis e Vasconcellos, Lourenço da Luz, Eugenio de Almeida, Casal Ribeiro, Rebello da Silva, Castro Guimarães, Fonseca Magalhães, Canto e Castro, Miguel Osorio, Menezes Pita, Fernandes Thomás e Ferrer.