O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

684

Discursos do digno par o sr. conde d'Avila, proferidos na sessão de 9 do corrente, publicada no Diario de Lisboa n.° 58 de 13, que não poderam entrar no seu devido logar por não terem sido restituídos a tempo.

O sr. Conde d'Avila: — Sr. presidente, eu sinto ter de combater esta proposta na sua primeira e segunda parte. O digno par pede primeiramente que a mesa seja auctorisada a entender-se com a da camara dos srs. deputados a fim de pedir a sala das suas sessões. A segunda é esta camara annuir a que haja uma sessão nocturna ámanhã, em virtude da resposta que deu o presidente da outra camara, e que eu não quero julgar como filha de uma falta de consideração por esta camara (apoiados), comtudo, depois daquella resposta, não me parece ser proprio da nossa dignidade o repetir um pedido da mesma natureza áquella casa.

Sr. presidente, eu desde o principio entendi que não podiamos funccionar n'este logar, porque realmente nós estamos aqui em sessão secreta, mas não me parece conveniente que só nos lembremos d'isto na occasião em que se agita na outra casa do parlamento uma discussão acalorada, e que póde tambem repetir-se aqui; entendo que não devemos continuar n'esta casa as nossas sessões em toda e qualquer circumstancia. Até aqui não quiz fazer observações a este respeito, porque o que temos feito pouco tem sido; mas quando se tratarem as altas questões d'estado, taes como as de fazenda, em que é quasi sempre numerosa a concorrencia dos espectadores, não podemos obrar de encontro á carta constitucional, que garante a publicidade; e n'um recinto como este podemos nós garantir essa publicidade? Tenho muitas duvidas a este respeito. O que entendo termos obrigação de fazer é pensar muito seriamente, de accordo com o governo, em nos transportar d'este local, visto a nossa casa nova não estar ainda prompta, para um local mais conveniente ç mas, sr. presidente, não me parece que nós o façamos só para esta occasião (apoiados).

É necessario que nos lembremos, que havemos provavelmente ter discussões talvez mais importantes do que aquella que vejo agitar-se (apoiados). Eis-aqui as rasões que me levam a não approvar a proposta do sr. marquez de Niza. A minha opinião, como velho parlamentar, de que V. ex.ª tambem é testemunha, porque é meu collega desde 1834, e creio que a de outros cavalheiros que são mais antigos do que, eu, é que pouco se aproveita nas sessões nocturnas. Depois de uma sessão, que póde ser agitada, começar uma outra, que póde igualmente promover agitação, não me parece conveniente; e a camara dos dignos pares, que deve dar ao paiz todas as demonstrações de prudencia, deve collocasse na altura da sua dignidade. Parece-me portanto que o mais conveniente é mudarmos de casa, não só para este incidente excepcional, mas tambem para o exercicio de todos os nossos trabalhos, que não podem ter logar n'esta sala São estas as rasões que tenho a apresentar contra a proposta.

Não mando nada para a mesa, mas peço á camara que se una á minha idéa, pedindo a V. ex.ª que se entenda com o governo, a fim de que as nossas sessões se celebrem em outro local mais accommodado, onde possamos exercer convenientemente as nossas funcções.

O sr. Rebello da Silva: —........................

O sr. Conde d'Avila: — Sr. presidente, V. ex.ª e a camara comprehenderão de certo que eu não posso deixar de apoiar com todas as forças esta proposta, por isso que ella esta inteiramente de accordo com as considerações que ha pouco fiz; e se pedi a palavra foi unicamente por não me parecer muito regular a renovação do pedido da sala da outra camara, para ali podermos funccionar.

(Interrupção do sr. marquez de Niza, que não foi ouvida.)

No entanto entendo que é inutil que esta questão se profunde mais. O digno par marquez de Niza já mandou para a mesa a sua proposta, redigida no sentido em que fallei, e portanto nada mais ha para dizer sobre este objecto. Voto pela proposta do digno par.