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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

SESSÃO N.° 30

EM 10 DE MARÇO DE 1904

Presidencia do Exmo. Sr. Alberto Antonio de Moraes Carvalho

Secretarios - os Dignos Pares

Visconde de Athouguia
Fernando Larcher

SUMMARIO. - Leitura e approvação da acta.- Expediente. - O Digno Par Ferreira do Amaral prosegue nas suas considerações na defesa do engenheiro Croneau. - O Digno Par Jacinto Candido envia para a mesa um requerimento pedindo documentos ao Ministerio da Fazenda. Foi expedido.

Ordem do dia. - Continuação da discussão da proposição de lei que trata da reforma dos contractos com o Banco de Portugal. - O Digno Par Sebastião Telles manda para a mesa e justifica uma proposta. É admittida e ficou em discussão conjuntamente com o projecto. - Responde a S. Exa. o Sr. Ministro da Fazenda. - O Digno Par Costa Lobo, que tinha pedido a palavra para antes de se encerrar a sessão, pergunta o que ha de verdade n'umas noticias que se referem a roubo de livros nas Bibliothecas de Mafra e da Academia Real das Sciencias. - O Sr. Presidente do Conselho promette informar-se e providenciar devidamente. - O Digno Par Costa Lobo pede ao Governo que providencie tambem de forma a pôr a coberto de um incendio as preciosidades que existem na Torre do Tombo e em outros estabelecimentos. - Encerra-se a sessão e designa-se a immediata, bem como a respectiva ordem do dia.

Estava presente ao começo da sessão o Sr. Ministro da Fazenda, e entrou depois o Sr. Presidente do Conselho.

Ás duas horas e quarenta minutos da tarde, estando presentes 20 Dignos Pares Sr. Presidente declarou aberta a sessão.

Foi lida, e seguidamente approvada, a acta da sessão antecedente.

Mencionou-se o seguinte expediente:

Officio do Sr. Ministro do Reino sobre documentos pedidos pelo Digno Par Sebastião Baracho.

Á secretaria.

A Mesa apresentou á Camara as contas da commissão administrativa relativas á gerencia do anno economico de 1902-1903, as quaes foram enviadas á commissão de fazenda.

O Sr. Ferreira do Amaral: - Continuando na ordem de considerações que teve de suspender na sessão anterior, dirá á Camara que lhe parece ter provado que os navios feitos sob a direcção do engenheiro Croneau satisfazem pelas condições em que foram projectados e construidos ao problema que ao Sr. Croneau foi ordenado resolver.

A canhoneira Patria tem uma velocidade de 16 milhas, que é superior a todos os outros typos iguaes no estrangeiro.

Poderia citar a canhoneira ingleza Bramble e as suas similares, bem como muitos typos de canhoneiras allemãs que teem a velocidade de 13 milhas, ao passo que a Patria na experiencia deu 16 milhas sem esforço algum.

A altura das cobertas d'estas canhoneiras é de lm,90; nos pavimentos por baixo dos vaos é de lm,82.

Estas alturas são perfeitamente consentaneas com as dimensões geraes do navio, e tanto mais que canhoneiras de pequena tonelagem não podem ter cobertas com a altura que teem os grandes couraçados. Tem uma crista de aço como só tem a canhoneira dos Estados Unidos Helena, que serviu de inspiração á sua construcção.

Não se póde conseguir que machinas verticaes estejam abaixo da linha de fluctuação em barcos tão pequenos, sendo d'isto prova todas as canhoneiras estrangeiras. Conseguiu-se pôr os apparelhos motores n'estes navios quando estavam em uso as machinas horisontaes, hoje completamente postas de parte por muitos motivos que seria longo repetir.

Com relação a poder militar, póde-se ver por uns mappas feitos pelo Sr Baptista Ferreira, distincto lente da Escola Naval, que a energia por tonelada é, no D. Carlos, 2,450; no D. Amelia, 3,080; nos Santos, 2,557; no Adamastor, 2,450; no Vasco da Gama, 1,670, e no Patria, 2,480.

Os numeros são bastante eloquentes para escusarem commentarios.

(Leu).

Navios, como os construidos no nosso Arsenal, não podem ter tubos lança-torpedos submarinos. Ha um unico cruzador inglez de 3.ª classe de 1:580 toneladas o Scout, construido em 1887, typo que não foi reproduzido, que teve um tubo lança-torpedos submarino. O limite minimo de tonelagem em que esta installação é usada é de 2:655 toneladas.

Os navios allemães, que são os que no ponto de vista da tonelagem mais cedo começam a empregal-os, são todos superiores a 2:600 toneladas.

Em Inglaterra passou este numero para cima de 4 mil e tantas toneladas.

A razão é muito simples. É porque o tubo lança-torpedos submarino exige um grande espaço para a sua installação, que em navios de pequena tonelagem não se pode conseguir sem absoluto e completo prejuizo de todas as qualidades e installações exigiveis.

Posto isto, de uma forma geral, e sem descer a mais minucias, nas ques-