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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

Discursos do ex.mo sr. Conde de Castro, ministro das obras publicas, respectivos á sessão de 27 de fevereiro, publicada no Diario n.º 48 de 20 do mesmo mez.

O sr. Ministro das Obras Publicas: — Sr. presidente, eu sinto que não esteja presente o nosso respeitavel collega o sr. bispo de Vizeu, porque era a s. ex.ª a quem eu mais particularmente me queria dirigir.

Queria-lhe dizer que contava com o seu voto approvativo n'este projecto, porque elle o tinha posto dependente de condições ás quaes eu podia com facilidade corresponder.

A primeira cousa que s. ex.ª desejava saber é se as expropriações se elevavam alem de 200:000$000 réis; e a mim cumpre-me dizer que todas as probabilidades são de que não cheguem a esta cifra; e se não se póde apresentar como bem averiguado este facto, é porque o contrato se faz dependente de estudos e de projectos, que hão de ser apresentados ao governo e por elle approvados.

E sempre assim se fez, desde que ha caminhos de ferro ou emprezas para elles em Portugal.

O primeiro contrato de caminho de ferro estabeleceu como ponto de partida Lisboa, como terminus Badajoz, e como ponto obrigado Santarem.

E quem sabia n'essa occasião quanto haviam de custar as expropriações? Ninguem.

As apreciações dos engenheiros, e não foram menos de quatro ou cinco, todas foram inferiores a 200:000$000 réis, e até houve uma de 60:000$000 réis, e o sr. engenheiro Sousa Brandão, aliás desapprovando o contrato na outra casa do parlamento, não acreditava que ellas passassem de 120:000$000 réis.

E não admira isto, porque a maior parte do terreno que tem de cortar-se na margem direita é por propriedades rusticas, e todos sabem que o valor d'estas é menos consideravel; apenas ha dentro da cidade um, ou, quando muito, dois kilometros, tudo o mais são campos, aonde as expropriações são mais suaves.

O digno par o sr. Larcher tirou a prova real n'esta questão, porque nos apresentou aqui o custo das expropriações em Lisboa, no centro da cidade, que tem sido de 1$200 réis por metro quadrado, entretanto que divididos os 200:000$000 réis pelos metros quadrados correspondentes ao total da linha da margem direita até á estação, sáe cada metro quadrado a 1$380 réis, no que ha uma diferença de 180 réis ou 15 por cento a favor do nosso calculo.

Tudo o que se quizer inculcar acima disto e fim d'isto são apreciações gratuitas e sem a menor base. Até aqui se