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que a verba correlativa do respectivo orçamento na cons-' trucção da ponte da Alliviada, e advertiu a camará por ter despendido outias quantias sem a pievia PuctonsaçSo legal, as quaes todavia abonou. São os fundamentos do julgado,_ que a camará despendera nas obras da referida ponte 1IcOÒOõ réis, quando, como acima substancialmente se indica, no orçamento lespectivo ao anuo económico de 1860-1861 somente estava auctonsada a despeza de 400^000 réis; que é expressa a disposição do artigo 156.° do código administrativo leprovando qualquer pagamento que n3o esteja auctorisado no orçamento annual ordinário ou supplemen-tar, e que a coaictada a que a camará =e soccorre de se achar^auctorisado esse excesso de despeza no orçamento de 1850-1856, não eia admissível, pois que os orçamentos são annuaes, e com elles finda a auctonsaçào para as respectivas despezas. A camará na petição de recurso nada al-legou contia os fundamentos do accordào reconido, reportando s& ao merecimento dos autos; examinados estes com a de\ida attençno c-onhecem do recurso por ser interposto e apresentado em tempo ; e considerando que a doutrina do accordão recorrido, po^to que conforme com o genuíno sentido do código administrativo, não tem sido na piatica geralmente seguida, entendendo muitas camarás rnumcipaes que a despeza uma vez aucton;ada podia effectuar-se em qualquer tempo, considerando que não se coaduna com oa princípios de equidade a apphcacão ngorosa da sancçào da lei, e a imposição da lesponsabilidade civil aos vereadores, em quanto não foi risada pela jun^piudencia dos tribunaes «'ipe-inres admm-trat'vos a verdadetia mtelligencia do código, e proseiipta a pratica enonea, a que a camaia recorrente allude ; constelei ando que o próprio tribunal le-coiiido lecouhejeu a pioc.;-den'jia d'e5tas iv.:3es, quando abonou na coâta da camará i acorrente as despezas, não aucto-risadas, tom Higio*, com a ele.cão dês deputados e com uma pequena obra feita a requisição do juiz de direito da corna»ua LO coiiedor cio ed'ficio dos paços do concelho (onde, cio o i e jr.:rce, se fazem também a- audiência- geraes) fundando -e em que, paia Uts despeza?, tena sido concedida aucíij';:fírlio se pedida fosse, íasão que importa a da nece~S'.L us ou da útil dade d'essa3 despezas paia o conce lho, e que m.hta igualmente na de&oez.i aue o con.tflbo de ' ' ' ^ "

çào industrial do corrente armo de 1862, pelos indivíduos

os constantes das

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\ ' "•" V__Tí- 'a*- ">r o O?H^ ' 'u 'i>"> \' "(V '^ ^^ ^011103 "~ Autos ci-

ve\ ,^ u''i.""io do LJ-I-M, i^cnnentes P Franeisca Carolma de As-ejs S '' iJ o"e outus iccon-Ja D C\iio'ina Rosa \ iena /.uzaite de

^a^°" CL'\L CUF^CIA

X ' n Mnni à.x foncou.io ^os Giuiiifliães

N - i "ti i - Ro' u >i o cis.-elV'io % :30oude de Fomos — Autos CH-MV~ .51 ro'và.1 ilo L'*l>

" x * 'i -n ' — R -Litor o co'i-e'h,Mro x iscontle de Fornos — Autos ci i-a.e- ih uU^i.J ao roii.\ .^re.ite Autouio Jc-a-iuim bob.al da Ko-i'..T '• ••, lnin"1' f i ou ! n l"» ^ nun^rpi i'"> publvo

X u;,,,a 'obv-< — líe'aim o co-^lhci.i» Tonlo — Autoscneis ,31"!,.'^'^ .1.. IV i r" l -1 r. coiiente Di--_'0 Baiaf. de L an Tonar, j "

1^ F.ir.a Pinto, mulhei e opíro-. o.d ic-

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IV

UíTVIVST. O ^S rVZEX!>V DOS 3 VIRROS PE LISBOA

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pertencentes a cada grémio, e que são relações que n'essa occasiao Imo de ser apresentadas, das quaes se mostra também a somrna das taxas respectivas. ' PEOPISSÔES

Dia 6 de novembro, quinta feira

Cobre, fabricante de objectos de pequenas dimensões (cal-^ deireiro)— 7 * classe ~ ás nove horas da manhã Cobre (official fabricante) — S.a classe — idem Feiro (fabricante de objectos de pequenas dimensões)—7.a classe — idem

Feno em moveis (fabricante ou mercadoí) — 6.a classe__

idem

Feri o (official de fei reiro e serralheiro) — 8.a classe — idem

Fundidor de metaes (official de)—idem — idem

Fimdidor de typos (ofiBcial de) — idem — idem

Lithographia (emprezario de) —6.a classe — ás nove horas e meia

Lithographos (officiaes)—-S.a classe — idem

Livros scientificos ou litteranos (mercador de) — 6.a classe — idem

Louça de pó de pedia (mercador de) — idem — idem

Louça de porcelana e outras finas (mercador de) — 3.a classe — i Jem

Luveiro ^fabricante ou mercador de luvas)—7.3 classe — ás dez horas da manha

Luveiro (official) — 8.a classe — idem

Madeira de construcçào (estancia de) — 4a classe — idem

Maifim (fabricante ou mercador de objectos de) — 6.aclas-t-e — idem

Peníeeiio (fabncante ou mercador)—7.a classe — idem

Penteeno íofficial) — 8 a classe — idem

Photogiaphia (estabelecimento de)—6.a classe—ás onze ho.as da manhã

Photographos — 8.a clatse — idem

Picheleiro (fabricante ou mercador de objectos de e*,tenho) —7 a classe— idem

Picheleiro (official) — 8.a classe — idem

Seda (rjeicador de) — 6.a classe — idem

Dia 7 de mnembio, sesta-feua

Agencia cointnercial (emprezario ou dono de escriptorio) — 4.B classe — ás nove hoias da manha

Barcos (dono de)—7.a classe — idem

Bilhar (casa de) sem botequim. — 4.a classe — idem.

Botequim sem bilhar nem sorvetes (empresário de) — 6.a classe — idem

Botequim com bilhar ou outros jogos e sorvetes — 4.* classe — 'Clêill

Cal. areia, tijolos e outro? objectos análogos (mercador por 1 miúdo l — 6.a c!asce — ás cíez horas da rapnhã, Candeeuoá da bronze e outros metaes. u,om ornatos (merca-

' V

dói) — idem. — idem

; Capitão oa ine^tie de navios—3.a classe — idem ! Cei veja (mercador de) — ô.a cia.;se — ás nove horas da ma-

nhi Coinmissanos nos inercadoc — -I."* classe — á1? dez horas da

riauhã

C^nserveiios — idem — 'dem

Con?erv&iio3 e pastelleiroi (orac aes?) — 8.a clas=,e — icem Comueiias com (ipeiar.as — idem — ás ooze horas da ma-

uhà

Cordoeiro ^fabricante ou mercador somente de corda, cordel e fio)—7.a classe — idem Cordoeiro (official) — 8." classe — idem Especi ladores — 2 a classe — ás nove horas da manhã Especulado!er, que não SLO eonMerados negociantes —

classe — ideoi Leilões Agente dei com estabelecimento ou sem elle — idem

— ás dez hoias da manlu Papel para escrever (meicador de) — 3.a classe — ás nove

hm as da manhã

Pattellenos — 5.a classe — is dez horas da manLã, Pilotos de navios — 3.a classe — idem.

E paia constar se publica e affisa o presente.

Lisboa, 3 de novembio do 1862. = Os escrivães de fazenda dos baiiros de L^bop, António Bandeira, de Mello = Marcos Cosmtlli = Antu.úo José d& Almeida e Aroujo = Manuel Joaquim de Mascarenhas.

Não se tendo reunido oà grémios das classes abaixo men-•louadas no d:a de hoje, para o que foram convidados pelo

Lisboa, 4 de novernbio de 1862. =^

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escrivães de fa-

zenda, Manuel Joaquim de Mascarenhas=Maicos Cosmdli = António José (h Almtida e Araújo = António Bandeira de Mello. inmir ....... _

BIBLEOTHEGA 1VAGIOIVAI. DE LISBOA

Annuncia-se que a matricula para a aula de numismática, ^estabelecida n'esta bibliotheca pela cai ta de lei de 19 de julho de 1855, está aberta até ao dia 15 do corrente rnez, nos termos do aitigo 5.° da mencionada lei.

Bibliotheca racional de Lisboa, em 5 de novembro de 1862 = O seci etário inteuno, António José Cdffs Guima-

i aes.

PROGUR4DOÍIIA REGIA BA RELAÇÃO DE LISBOA

Pela procuradoria regia da relação de Libboa se annun-cia achar se a concurso o fornecimento de 250 arrobas de palha de centeio para as enxergas dos presos das cadeias civis, segundo as condições que se acham patentes na secretaria da mesma procuradoua segia, onde poderão ser examinadas todos os dia^, das nove horas da manhã ás três da tarde.

As pessoas que ee propozerem a fazer este fornecimento, devei ao enviar a esta seci etária, até o dia 15 do corrente, as suas propostas em carta fechada, contendo o seu nome e morada, e o menor preço porque se obnga a faze-lo.

Secretaria da procuradoria regia na relação de Lisboa, b de novembro de 18b2. -=O secretaiio, Annibal A. Martins. - ^^.^^___

CORSELHO BE ADMINISTRAÇÃO DE MARINHA

No dia 7 do conente/ pelo meio dia, ha de o conselho de admmi&tração de marinha, na sala das suas gestões, proceder em hasta publica á eompia do seguinte:

100 kílogrammas de aguaras

500 ditos de óleo de linhaça

100 ditos de pós de papato?.

Conselho oíeadministração de marinha, b de uovembro de 1862. =0 secietano, Marculinc Goints de Almeida.

4.

ci

ed'tal de 27 de outubro, são de novo convidados os indivíduos que devem conat-tuir os mesmos grémios, para se reunirem nos paços da camará mun-cipal pelas dez horas da pjanha do dia 10 do corrente mez; na certeza de que, n:o se constituindo os mesmo» grémios, tem a repartição nas taxas da contribuição indir-tnal de ser feita pela camará municipal ou pela janta dos repartidores: Actores e dançarinos Batatas (-nercador por miúdo cie) Cantei i o (ufficial de)

Cereeiro (fabricante oa mercador de velas ae cei-a) Cereeiro (oíScial de) Chapéus (fabricante ou mercador de) Chapéus (official fabricante de)

Couios cuitidos de qualquer qualidade (mercador de)_ Couros curtidos de qualquer qual-dade (mercador por miúdo) Cuteleiros com estabelecimento Cuteleno (oínciai de) Eivanarlo, mercador de sauguesugas Escreventes de cai tonos de tabelliàes c esenv. e* Eículpíor ero madeira n^parteiro (omcial de) Esteira? finas (mercador ou fabricante de; E:teiras Unas (omcial fabricante de).

^^

Itllfl

C1MÃRÃ DOS DIGNOS PARES

REUNIDO NO DIA õ DE KOVEMBRO DE I&62 ÁS DUAS HORAS E ifSIA DA TÍIÍDE

O sr. Pnsidintr: — Pediu a attençao dos dignos pares que se achavam pre~ente*.

Con-tando-lha que na camará electiva n?o estava algum dos dignos pare^, eia de intuição que não podia haver hoje sessão.

Declarou no:, digrms pare=i pi ementes, que recebera uma comniimicpção da viuva do faliecrlo depurado da nação por-tugueza o sr. Jcr-é E«tevào Coelho ri e Magalhães, ura dos homens com quem 0-3 ravalheiins poiit-c-os d'esíe paia se achavam libados por Jobiados mohvos o raeõesj e mais ainda do que i-sso, pelo seu di^tincto merecimento.

Tendo recebido portanto esta, commiicneaçfio, que lhe foi transmiti1 da por oídem du ecposa do finado, que ae acha bastante mcomniodada, mas que assina procurou que cheirasse ao conhecimento da camará, quanto desejava que eila ficasse certificada do s=eu conteúdo, cumpria cora este encargo; dando testemunho de que um cavalheiro muito respeitável fora o transmissor d'esra comraimieação.

Convidou portanto os dignos pares pré entes a e«ta reunião a praticaiein o acto caritativo e religioso de acompa-uhar á sepultura os restos moitaes de tão prestante cidadão.

Declarou que muito desejrva ir também não e ó pela amiaade, como pelo ies»-,eito, tributar ao finado as derradeiras honras Fúnebres, mas encontrando-se tão doente ee lhe relevaria a sua fjlta de comparência, pois lhe consta mais, que o acompanhamento se effectuará por forma e a uma hora a que não pôde sem grave prejuízo de sua saúde concorrer.

Declarou aos dignos pares presentes, que amanha se reuniria a camará á hora do costume

Relação dos dignos pares, que estiveram presentes na sessão do dia 5 de novembro de Í882

Os es.mos s's. • Condes de Laborim, de Peniche, da Ponte de Santa Maria; barão da Vargem da Ordem; Margiochi, Filippe da Soure, Pinto Bastos, e Vasconcellos.

CÂMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

SESSÃO DE 5 X3E NOVEMBRO DE 1362

Sendo duas hoias da tarde oc:upuu a cadeira da presidência o sr. Cypnanno Justino da Costa, como decano da assemblca, e convidou aos si s. José Augusto da Gama e José de Menezes Toste, para pervirem de secretários, por serem os deputados mais novos.

Feita a chamada, verificou se estarem presentes 67 srs. deputados.

O sr. Secretario (J. à. Já Qamu):--D^i conta de um officio do sr. Te;seira de Sampaio, no qual, em nome da es.ma sr. D. Rita de Miranda de MagaMee, participa que faíleceu honteni á meia hoia da noite o sr. deputado José Estevão de Magalhães, o qual se ha de sepultar hoje, saindo da casa da sua mo:ada ás três horas da tarde. — Inteirada.

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saudade pelo viituoso Passos (Manuel), que outra grande calamidade publica havia de cobrir de luto o ineu coração ! Aquella cadeira (apontando paia a que occiijwu o sr. José Estevão que esfaia coberta de crepe, e sobre dle uma coroa de perpetuas) diz-uos o que os rneiiã lábios cerrados pela convulsão de angustia mal podem proferi i. Moneu o primeiro orador poittiguez' Desappareceu da scena política o rnais eloquente detentor das libeidades publicas! Falleceu o sr. José Estevão Coelho de Magalhães!. . O meu espirito assombrado pela immensidade d .i perda que o paiz acaba de soffrer não me deixa continuai. Choieraos o amigo, honremos a sua memória e imitemos os seus nobres exemplos amando a hbeidade e combatendo a reacção (apoiados.)

Mando para a mesa a seguinte proposta (leu).

Creio que a camará toda queieiá prestar este ultimo serviço á memória do nosso homado amigo, mas parecia-me conveniente nomear-se uma commissão para acompanhar o cadáver.

O sr. Casal Ribeiro: — Consíitue-se a camará em com-missão.

O Orador: — Parece-me isso mais nobre e mais digno d'ella.

Leu-se na mesa a seguinte

PEOPOSTA

Proponho que se lance na acta, que a camará recebeu com o mais profundo sentimento de dor a noticia da morte do primeiro orador portuguez, o sr. José Estevão Coelho de Magalhães.

Sala das sessões, õ de novembro de 1862. = Jacinto Augusto de SairfAnna ti Yasconctllos.

Foi logo approiada unanimemente.

O sr. Fontes Pereira de Mello: — Senhores' Eu não pretendo excitar o sentimento da camará, que assas o vejo pintado em todos os semblantes.

Também não venho aqui como amigo, que procura desabafar a dor que lhe oppnme o coração, porque não é este o logar próprio á expansão dos affectos particulares. Porém quero, como repiesentante do paiz, pi estai homenagem de respeito e de saudade á memória de Jo^é E-tevao Coelho de Magalhães, aqui n'este recinto, que foi o theatio da sua glona, e onde tantas vezes ouvimos o som da sua voz poderosa e eloquente, vibrando sempre pela pátria e pela liberdade.

Senhores' N'estes tempos que correm, quando a ficção substitue a verdade, quando as apparencias mentem tantas vezes aos sentidos, e quando o ouropel encobie tanta- me-diocridades, é ju"to, é nobre, que no seio da icpresentação nacional honremos a memória de um homem, que foi grande, nà"o das giandezas, que se compram, que se hei dam, ou que se outorgam, mas das grandezas que conquistou com o seu talento gigante, collocaudo-se a si piopno no pedestal, que lhe alevanfarani os amigos do paiz, cujo* interesses elle tantHs. veze* defendeu, e os amigob da, liberdade que elle ajudou a fundar entie nós.

ISTe^ía casa, do que foi aro. disímctos ornamentos Rodrigo da Fonseca Magalhães, João Baptista de Almeida Gaireít e Manuel da S'lva Pa^o^, coutem pi Ti m os agora vasia a cadeira onde se a-seutava o Deruosíhenea poituguez. Succes-sivamente a morte nos tern anebatado <_3 de='de' homem='homem' sentimentos='sentimentos' aos='aos' podemos='podemos' inysíenos='inysíenos' procurando-nos='procurando-nos' do='do' enthusiasrno='enthusiasrno' pelo='pelo' mais='mais' zelosamente='zelosamente' liberdí-de='liberdí-de' derramar='derramar' lagrima='lagrima' pela='pela' providencia='providencia' vez='vez' vamos='vamos' respeitemos='respeitemos' eu='eu' sobre='sobre' hoje='hoje' as='as' servindo='servindo' nsto='nsto' decretos='decretos' saudade='saudade' já='já' inspirar='inspirar' sua='sua' que='que' fogo='fogo' dedicada='dedicada' causa='causa' seus='seus' estevão='estevão' curvemos='curvemos' uma='uma' prestantes='prestantes' anebatados='anebatados' jo-é='jo-é' nos='nos' fronte='fronte' paiz='paiz' túmulo='túmulo' cidadãos.='cidadãos.' eleadrr-='eleadrr-' memória='memória' pois='pois' palavra='palavra' ser='ser' a='a' seu='seu' daquelle='daquelle' os='os' e='e' aquecidos='aquecidos' existe='existe' m='m' grande='grande' honremos='honremos' o='o' p='p' coração='coração' geneioso='geneioso' cada='cada' insondáveis.='insondáveis.' beneméritos='beneméritos' todos='todos' eloquência='eloquência' nào='nào' da='da'>

O sr. Casal Ribeiro: — N'e=«íe dia tristemente solemne, quando a patuá acaba de soffrei uma peida irreparável, as primeiras palavias que se proferem n'e-ta casa, de qualquer lado que partam, queesquer que sejam os lábios que as pronunciem, não podiam ser, nào foiam, nào são outra cousa senão a expiessao de uma magoa immeosa, de uma saudade profund,-., de uma dor unanime.

Falta-noa aqui o collega que iodos queriam e estimavam, falta ao paiz o homem, que por justos títulos veneiava, o orador eloquentíssimo, o primeiro vulto da tubuna portu-gueza, o que por talentos e caracter honrava o sysíema representativo, de oue era filho, apoio e sustentáculo ("apoiados).

Nào é e^te c IOÍT.-T, não che^oM a o^casi-io, nem o animo se acha bi=ií»it2 íraaqirlío, para f P z-? t a apolcg a de José Estevão Coelh» de Magalhàe-

Ha n'e~íT. CP-a i>in logar va^o. "jue é d;ítr:il, se nílri im-po^ivel, Qiia venha a ?er pieenchido (wvifov apoiados) E esse logir va*:

Fique ao monos consignado e^te testemunho universal de respeito e ^u^ida pelo parlamentar illistre, pelo liberal corajoso, pelo çiajd? cidadão. Suva de exemplo a todos, e de lenitivo a nó- qpe do peito o tratámos e fomos seus amigos, que p-jdénicj ppieeiar a vaba daquelíe coração digno d'aquella cabota.

Adherinflo a pi oposta, que se mandou para a mesa, vou mandai outra rmphondo a jcléa d'ella, e perpetuando a expressão do Fenímiento que nos doraiua Se a demonstração que proponho rríe íora das praticas communs, também muito acima do nível vincar estava o homem que a mereceu (mvitos apoiados),

Não a commenío nem a justifico. Mando para a mesa a proposta, e conto para ella com o assentimento da camará e com a sancção do povo portuguez (muitos apoiados).

Honrámos a pátria, quando honramos os mais illustres e dedicados de seus filhos Pague se esta divida a José Estevão. Pague lh'a a paína, que era o mais fundo e entranhado do^ seus aôectos.

E a seguinte.

PROPOSTA

A camará dos deputados, sabendo com profunda magoa a morte do seu distincti^simo membro o sr. deputado José Estevão Coelho de Magalhães, e querendo bom ar condi-gnameníe a memora dos seus talentos e virtudes, resolve*

l.8 Consignar na acta a espiessao do seu sentimento por tão lamentável peida;

2.° Abrir uma etib?cnpção nacional, á qual serão convidados a concorrer não só os membros da camará, mas todos os cidadãos que voluntariamente o queiram fazer, a fim de se erigir uru monumento fúnebre á memória do grande orador;

3 ° Encanegar a mesa, podendo esta reunir a si os deputados que julgar conveniente, da execução da resolução precedente;

4.° Fazer constar estas resoluções á viuva do illustre finado.

Sala das sessões, õ de novembio de 1S62. —CcmzZ Ribeiro.

Foi logo unanimemente approvada.

O sr. Cláudio José Nunes.—Dispense-me a camará de fazer comruentano algum á proposta que vou mandar para a mesa. O corameníano já está feito pela palavra eloquente dos cavalheiros que me precederam, e, mais do que tudo, pelo próprio nome do finado e pelo luto que veste aquella cadeira.

É a seguinte:

PROPOSTA

Proponho que a camará dos deputados, paia honrar a memória de um do? mais beneméritos filhos da terra por-tugueza, o faílecido deputado o «r. José Estevão Coelho de Magalhães, mande lavrar em mármore o busto d'esíe egrégio cidadão, a fim de ser collocado na bibliotheca do corpo legislativo.

Camará doa deputados, õ de novembro de 1862. = Clau-dio José Nunes.

Foi logo unanimemente apprnindd

O sr. Xavier da Silva: — Depois de tantas propostas, como as que íêem sido oííeiecida?, é ceitamente uma temeridade da minha parte ir apresentar ainda outra; entretanto peço aos meus collegns que a aceitem como uma prova do sentimento de que e*tou possuído.

A mmha proposta é a seguinte: PROPOSTA

Proponho que por empaco de oito dias se conserve co berta de crepe, como está, a cade'ra do fallecido deputado por Aveiro o ^r José E^vâo Coelho de Magalhães, que tão dignamente honrou a sua paina e a tribuna portugue-za = Augnttn Xuiitr da

Foi loqn unanimemente

U sr. Presidente: — Vou levantar a sessão, por se appro-ximar a hora do préstito fúnebre do sr. José Estevão, de que a camará quer fazer pai te. Amanhã continuai Só o? trabalhos ordinários.

E^íá levantada a sessão

Erim, duas horas e meia da tarde.

CONTINENTE

Lisboa — Foram hoje conduzidos ao jazigo da família Ferreira Pinto, no cemitério dos Prazeres, os restos inor-tae* de José E^tevro Coelho de Magalhães. Ali dorme o somno eterno da morte a voz mai* eloquente que nos moderno4' tempos hunrou esta terra E diffi il, se não impossível, descrever a mage*tade do saimento, ainda rnai^, a saudade que elle revelava. Se a magoa, se a dor, se as lagrimas podessem imprimir sopro de vida a um cadáver, a cadena parlamentar de José Estevão já não estava cobeita de crepe. Mas níio se quebram os decretos da Providencia, e embora mil ais patenteassem ha poucas horas qual o sentimento que dominava milhares de cidadãos, nunca mais ouviremos aqueile prodigio da palavia

Eiam quatro horas da tarde quando o préstito funebie se poz em mai chá de casa do finado. Uma massa enorme e compacta de cidadãos de todas as categonas formava esse préstito. Ministros d'esíado efíectivos e honorários, os membros das duas casr.s do pai lamento, altos dignitários, veieadores, muitos oíScioe» superiores do exercito e maimha, numero sãs der.utav.jues do rentio piomotur, associação dos empie gado? no commercio e industria, grémio popular, associação íypp£rapb.:ca, ^oc^dade dos artistas, e de quasi todas as outras aseocMar-oe^ de L/sboa, muitos estrangeiros distin-ctos, e o mais luzido concurso de populares, tal era o acompanhamento que conduziu á sepultura os restos inanimado? d'aquelle que figuiará na historia contemporânea, como do? maib valentes e esforçados paladinos da hbeidade poitu-gueza.

Piosimo ao largo do Rato incorporaram ao préstito as creanças lecnlhidas no a^ylo de S. João, de que José Es-íevao fora o principal instituidor. Foi mais uma iccorda-çao saudosa que se juntou a tanta amargura.

Antes do caisíío cer depositado no jazigo o sr. ministro da maimha, Mendes Leal, e o sr. Rebello da Silva, em breve mas eloquente quadro, expozeram os dotes políticos, e talentos que por tanto se coutavam no illustre finado. Não podia ler melhores apologistas aquella superior intelhgen-cia. Ei a o génio pagando devida homenagem á realeza do talento

Com a voz entrecortada pelos soluços, debatendo-se com

as lagrimas que a saudade do amigo lhe trazia espontâneas aos olhos, também orou o sr Freitas e Oliveira e o sr João Manuel Gonçalves por parte do asylo de S. João.

Com as descargas dadas pelo regimento de mfantena D.° 16, que prestou as honras fúnebres, devidas á patente do fallecido, terminou a lugubie ceremoma, eram perto de sete horas da noite.

Á morte deste vai ao prestante levou a tristeza a todos os homens sinceramente amigos das instituições liberaes e do paiz. Se tantos testemunhos o não manifestassem, o que hoje se passou aã camará dos senhores deputados ahi estava para o certificar por modo inecusavel

Para a leitura da sessão chamamos a aítenção dos leitores.

Todos sentem a perda que experimentaram a pátria e as liberdades publicas, porque se José Estevão era o ornamento da tribuna poríugueza, também era o mais firme esteio das franquias constiíucionaes.

ILHAS

Terceira — As folhas recebidas d'esta ilha alcançam de 20 de setembro a igual dia do mez próximo passado.

O vapor Açoriano entrado no dia 22 de outubro, e o patacho Fafel no dia 21, levaram aquella ilha a grata noticia de ter chegado a Lisboa a excelsa rainha dos portu-guezes, e de se ter celebrado o régio consorcio. O sr. governador civil havia ordenado que os dias 27, 28 e 29 de outubro fossem os destinados para na Terceira, S. Jorge e Graciosa se festejai tão augusto enlace.

Os terceirenses, porém, demonstraram immediatamente a sua alegria por noticia tão saíisfacíoria. Apenas o Fafel a commumcou deu-se uma salva no castello de S. João Baptista, subindo também ao ar, do palácio do go-veino civil, muitas girandolas de foguetes A noite esteve illuminado o paço municipal, palácio do governo civil e muitas casas particulaies

Afora estas demonstrações preparavam-se grandes festejos para os dias designados pela auctoridade civil para «e solemnisar o régio consorcio. Muitos dos preparativos estavam quasi concluidos, em que se contavam as obras feitas para a illummação que se devia effectuar em frente dos paços raumcipaes.

-----No dia 20 de outubro reuniu-se a commissSo promotora de instrucçSo em uma das salas do governo civil e sob a piesidencia do dr. António Momz Barreto, onde foi discutido e approvado o regulamento, que, sanccionado pelo governo, tem de reger a sociedade piomoíora de letras e artes no districto de Angra do Heioisnao.

Com este trabalho terminou a commissão o encargo que lhe deu o alvará do sr. governador civil.

-----Proseguiam com bom resultado os trabalhos da eorn-

missào cieada por alvará do governo civil de 16 de setembro ultimo, para pioaiover o abastecimento de aguas para as fieíruezias de S. Matheus, S Baitholomeu, Santa Barba: a, Doze Ribeiras, Altares, B'scouíos e iogat do Raminho. Tinham-se nomeado commissões filiaes em todas estas parochia=. A cauiaia municijial de Ançra poz á disposição da CGinrmsfào a quantia de 30^000 réis, e 440 metros de encanamento; declarando mais que no orçamento supple-mentar que ia votar sei ia mcluid-i mais outra verba para esta obra de tanta utilidade pubhua. A junta de parochia da fieguezia de S. Baitholomeu concorreu immediatamente com a quantia de Hõ^ôSO réis. Da? comrnissoes fihaes também já Fe tinham recebido paiticipações oíBciaes de que os povos da melhor vontade se prestavam a concoirer para obra de tal magnitude.

Em presença d'isto a cornmi^ão- deliberou que immedia-íameute se começassem 0=? tiabalnos pela espioiação da nascente chamada Fonte Nova, ac'ma das Doze Ribeiras, para que, conhecidos os recursos d'esía nascente*, se po-desse resolvei o que mais conveniente parecesse, encarregando-se o sr. pie^dente de dar as ordens necessárias para esse fim, apphcando íe ás primeira5? de?pezas os donativos já offerceidos, á excepção dos trabalhadores que se prestam gratuitamente e independente de posturas mumeip^es.

Effecíivameníe os trabalhos começaram. Eis o que diz o Angrenae de 16 du passado a similhaníe lespeito:

« Na segunda feira 6 do corrente começaram os trabalhos para o abastecimento de aguas das freguezias de oeste. É a obra de maior vulto oue ha muitos annos se tem ern-prehendido, e que muita homa faz a quem a emprehen-deu. »

-----Xá mesma folha lê-se também:

«Pelo patacho TirceireA&e foi remettida mais a quantia de 2400000 réis. moeda do Sirzil, paia o asyio de mendicidade da Praia. Sobe j-i a l 240;>000 réis, moeda do Brasil, a quantia com que n-? nossos u mãos n'aquelle império favoícceni o pio estabelecimento que começa a florescer na muito notarei villa da Pra;a daYictona. »

-----«Reuniu se a direcção da sociedade agrícola, convocada pelo sr. governado» civil, a fim de proceder a trabalhos preparatórios p^ra n reunião da assembléa geral em novembio próximo

cEÔectívaraente (Testa iniciativa, que tanta gloria dá ao er. Jacome de Bruges, preparam-se grandes frucíos; a direcção deliberou promover, de accordo com a es.ma camará municipal, o aforamento do teneno necessário para um passeio publico, que sirva ao mesmo tempo para adi-mação de plantas e para uma exposição de productos agrícolas no anno futuro, í

-----«Foram abertas as aulas do lyceu e R bibliotheca

publica d'esta cidade. O comniissano dos estudos, o dr. A. M. Barreto Corte Real, recitou uro breve discurso apropriado a esta solemnidade.»

-----a Falleceu em Angra, no dia 5, o es.fflo conselheiro

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