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Ora, sendo os generos de primeira necessidade muito mais caros em Lisboa e Porto que no resto do paiz, e não tendo estes escrivães nem o tabellionado nem o crime, é claro que se lhe fez uma injustiça relativa, que é facil de remediar. Entrego pois este negocio á consideração do sr. ministro e aos seus desejos, esperando que lhe dê prompta solução.

O sr. Ministro do Reino: — Direi apenas duas palavras em resposta ao digno par, o sr. marquez de Vallada. S. ex.ª nos seus discursos, sempre eloquentíssimos, colloca ás vezes as phrases de maneira que, nas allusões que faz, se não sabe se quando elogia censura, e se quando censura elogia. Entre outras cousas, disse o digno par que, quem tem assento n'esta casa, deve vir francamente dizer a sua opinião, e não deve andar pelos corredores dizendo uma cousa, e aqui vir dizer outra. Não sei se queria alludir a mim; mas o que posso affirmar a s. ex.ª e á camara é que nunca tive receio de manifestar a minha opinião. Não tomo a palavra por vontade de fallar, porque reconheço que não tenho dotes oratorios; mas quando entendo que devo sustentar e defender a minha opinião, não me recuso a faze-lo, e hei de faze-lo sempre quando tiver necessidade. O meu voto n'esta casa foi sempre franco e de accordo com as opiniões sustentadas por mim fóra d'aqui. Nada mais julgo dever dizer a este respeito. Agora, em relação a outros pontos do discurso do digno par, e que dizem respeito ao interesse publico, a esses devo responder, e é o que vou fazer.

Emquanto á syndicancia da camara municipal de Belem, tem s. ex.ª a resposta na portaria que vem publicada no Diario de Lisboa do dia seguinte áquelle em que o digno par pronunciou um discurso, no qual se referiu a esta syndicancia. Mandei perguntar ao governador civil pelo estado d'esse negocio, ordenando que fosse remettido ao ministerio do reino, onde se não achava, e onde esta hoje. A respeito da syndicancia da camara municipal de Setubal, o que só posso dizer é que ainda não esta concluida. È o que tenho a responder.

O sr. Presidente: — Devo participar á camara que a deputação encarregada de apresentar a Sua Magestade o autographo das côrtes geraes, concedendo o subsidio para a exposição internacional do Porto, cumpriu a sua missão, sendo recebida por Sua Magestade com a costumada benevolencia.

O sr. Marquez de Vallada: — Acabando o sr. ministro do reino de declarar que a syndicancia da camara municipal de Belem esta no ministerio a cargo de s. ex.ª; presume á vista d'esta declaração, que elle orador póde fazer um requerimento para que venha a esta camara essa syndicancia. É um requerimento como se tem feito muitos, e como elle proprio já fez a respeito do masso 16, relativamente á moeda falsa, requerimento que foi deferido.

O sr. Ministro do Reino: — Parece-me melhor deixar que na secretaria do reino se colham os esclarecimentos para resolver a questão, para então virem todos os papeis relativos a esse negocio.

O sr. Marquez de Vallada: — Esta de accordo, e fará o requerimento n'esse sentido. Entretanto reserva-se o direito de pedir mais explicações ao sr. ministro do reino, conforme o andamento que for dado a tal negocio.

Emquanto á syndicancia da camara municipal de Setubal, s. ex.ª acabava de dizer que ainda continua...

O sr. Ministro do Reino: — Esta pendente.

O Orador: — Muito bem, e se o illustre ministro julga que se devem tratar estes negocios em sessão secreta, elle, orador, não terá duvida em annuir a isso, que depois se tratará em sessão publica.

A respeito das outras asserções que apresentou, são a expressão das suas idéas e dos seus principios. S. ex.ª deve saber que ha homens politicos que vem manifestar ao parlamento opiniões contrarias ás que têem lá fóra. Se bem que tal procedimento seja censuravel, infelizmente não é menos verdade que se tem dado e repetido, o que não absolve de ser castigado. A independencia é o primeiro dever do homem politico, e é necessario saber mante-la com franqueza e lealdade em todas as questões politicas. Em vista d'estes principios é preciso pedir aos ministros a responsabilidade dos seus actos, e era só isto o que elle, orador, fazia.

O sr. Presidente: — A ordem do dia para terça feira é a mesma que vinha para hoje, isto é, explicações e a apresentação de pareceres de commissões.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas da tarde.

Relação dos dignos pares que estiveram presentes na sessão de 24 de março de 1865

Ex.mo srs. Silva Sanches, vice-presidente.

Marquez de Ficalho.

Marquez de Fronteira.

Marquez de Niza.

Marquez de Sabugosa.

Marquez de Sá da Bandeira.

Marquez de Vallada.

Conde de Alva.

Conde de Bretiandos.

Conde de Linhares.

Conde de Peniche.

Conde da Ponte.

Conde de Santa Maria.

Conde de Rio Maior.

Conde de Torres Novas.

Visconde de Benagazil.

Visconde de Condeixa.

Visconde de Fornos de Algodres.

Visconde de Gouveia.

Visconde de Monforte.

Visconde de Ribamar.

Ex.mos srs. Visconde de Soares Franco.

Visconde da Vargem da Ordem.

Visconde de Villa Maior.

Barão de Villa Nova de Foscôa.

D. Antonio José de Mello.

Macedo Pereira Coutinho.

Rebello de Carvalho.

Silva Ferrão.

Francisco Simões Margiochi.

Moraes Pessanha.

Osorio e Sousa.

Joaquim Filippe de Soure.

Pinto Basto.

Reis e Vasconcellos.

José Lourenço da Luz.

José Maria Baldy.

Baião Matoso.

Vellez Caldeira.

Vaz Preto Geraldes.

Canto e Castro.

Menezes Pita.

Sebastião José de Carvalho.

Ferrer.

Entraram durante a sessão:

Ex.mos srs. Conde de Fonte Nova.

Castro Guimarães.

Visconde da Borralha.