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6 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

havia só cheiro de santidade; agora ha tambem cheiro de syndicato, e é preciso afastarmo-nos d’elle.

Permitta-me, sr. presidente, que assim falle, porque estou expondo a minha opinião como par do reino, e creio que isto é não só um direito, mas um dever, que toda a camara reconhece.

Estou com saudade d’aquelles nossos antigos tempos, d’aquellas antigas luctas em que de accordo pelejavamos para a consecução dos nossos ideaes, que miravam, como s. exa. muito bem sabe, a fins justos e patrioticos.

Estou com saudade d’aquelles bons tempos em que, sob a bandeira do duque d’Avila, prestavamos bons serviços ao paiz.

Era e ainda sou amigo de s. exa., e lembro-me de que estava sempre na defeza das idéas liberaes, que são aquellas que tem aqui sempre sustentado muito dignamente o nobre visconde de Chancelleiros. Faço portanto uma excepção ao meu proposito de não dar votos de confiança.

Aqui não ha illegalidade, aqui não ha crime.

No em tanto terminarei aconselhando o sr. ministro das obras publicas a que se acautele contra os syndicatos. São lobos devoradores, embora se revistam com a pelle das ovelhas.

(O orador não reviu.)

O sr. Presidente: — Não ha mais ninguem inscripto.
Vae ler-se.

Foi lido.

O sr. Presidente: — Os dignos pares que approvam este projecto na generalidade tenham a bondade, de se levanta.

Depois de verificar a votação.

Está approvado na generalidade. Vae ler-se o artigo 1.°

Lidos os artigos l.°, 2.° e 3.° foram successivamente approvados.

O sr. Presidente: — Vão ler-se duas mensagens vindas da outra casa do parlamento.

Foram lidas e são ao teor seguinte:

Officio da presidencia da camara dos senhores deputados, enviando a proposição de lei que tem por fim cuidar do tempo que deva contar-se para a reforma dos officiaes do exercito.

Para a commissão de guerra.

Outro officio da presidencia da camara dos senhores deputados, enviando uma proposição que tem por fim declarar applicavel ao major de infanteria Alexandre Alberto da Rocha Serpa Pinto o disposto no decreto de 20 de abril de 1886, quanto á isenção do pagamento de direitos por mercês ou titulos honorificos em virtude do serviço de exploração em Africa.

Para a commissão de fazenda.

O sr. Rebello da Silva: — Peço a palavra para um requerimento.

O sr. Presidente: — Tem v. exa. a palavra.

O sr. Rebello da Silva: — Peço a v. exa. que se digne de consultar a camara sobre se consente que entre em discussão o parecer n.° 158, que tem por fim auctorisar as camaras municipaes dos concelhos de Constancia e do Sardoal a desviar dos cofres da viação umas certas quantias para fazerem face a trabalhos importantissimos n’aquellas localidades.

O sr. Presidente: — O digno par sr. Rebello da Silva requer que entre em discussão o parecer n.° 158. Os dignos pares que approvam este requerimento tenham a bondade de se levantar.

(Pausa.)

Está approvado o requerimento e o parecer a que o digno par se referiu entrará em discussão na sua altura.

O sr. Bernardino Machado:— Peço á camara que dispense o regimento para poder entrar em discussão o parecer n.° 81, que diz respeito aos professores de desenho da escola polytechnica.

Consultada a camara assentiu ao pedido do digno par.

O sr. Rego Botelho: — Por parte das commissões de obras publicas e de administração publica mando para a mesa este parecer.

Peço a v. exa. que consulte a camara sobre se permitte que elle entre em discussão.

Foi lido na mesa.

O sr. Presidente: — O digno par Rego Botelho mandou para a mesa o parecer que acaba de ser lido e pede que elle entre em discussão. Os dignos pares que se conformam com este pedido tenham a bondade de se levantar.

(Pausa.)

Peço aos dignos pares que tornem bem sensivel a votação.

(Pausa.)

Está approvado o requerimento do sr. Rego Botelho, e o parecer entrará em discussão na devida opportunidade.

O sr. Marquez de Pomares: — Não se ouve, sr, presidente, não sabemos de que se trata.

O sr. Presidente: — O digno par sr. Rego Botelho pediu que se dispensasse o regimento para poder entrar em discussão o parecer n.° 86.

(Leu-se.)

Consultada a camara annuio.

O sr. Presidente: — Entrará em discussão na sua altura.

O sr. Conde de Castello de Paiva: — Sr. presidente, mando para a mesa um requerimento, pedindo documentos, pelo ministerio da guerra.

Leu-se e é o seguinte:

Requerimento

Requeiro com urgencia, pelo ministerio da guerra, copia de toda a correspondencia trocada entre este ministerio e o conselho administrativo do regimento 19, de Chaves, para a construcção da carreira de tiro, proximo do forte de S. Neutel, indicação do numero de metros a expropriar para a referida carreira, e outrosim indicação dos que o conselho administrativo pretende adquirir para e alargamento do campo de manobras. = Conde de Castello de Paiva.

Mandou-se expedir.

O sr. Jeronymo Pimentel: — Mando para a mesa um parecer da commissão de administração publica, relativo á illuminação de Braga; e requeiro que seja dispensado o regimento para elle entrar em discussão.

Foi approvado este requerimento,

ORDEM DO DIA

O sr. Presidente: —Passa-se á ordem do dia. Vae ler-se o parecer n.° 145 sobre o projecto de lei n.° 87.

Leu-se na mesa. É do teor seguinte:

PARECER N.° 145

Senhores. — A vossa commissão do administração publica tomou conhecimento do projecto de lei sob n.° 87? vindo da camara dos senhores deputados, tendente a tornar definitiva a concessão provisoria feita á camara municipal de Abrantes, por decreto de 3 de dezembro ultimo, de todo o edificio e respectiva cerca do supprimido convento de Nossa Senhora da Graça, d’aquella villa, para installação das ré-partiç5es publicas e de varios serviços a cargo do municipio; e examinando, discutindo, e pesando as rasões do projecto apresentado, dos motivos que inspiraram as dignas commissões de administração de fazenda da camara dos senhores deputados, e tendo respeito ao voto da camara dos senhores deputados, é de parecer que o projecto deve ser approvado, a fim de, seguindo os tramites legaes? ser convertido em lei do paiz.