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404 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

Por consequencia, para que serve este caminho de ferro? Espero que o illustre ministro o dirá á camara.

Eu vou continuar ainda a leitura de mais outro trecho, porque desejo que a camara fique bem instruída:

"Se o illustre deputado não quer o caminho de ferro para transporte de mercadorias, então para que o quer? Para passageiros e raras mercadorias? Exactamente o que eu acabei de affirmar á camara. A baldeação é um phantasma que persegue muita gente...

"O sr. Marçal Pacheco: - Eu não fallei em baldeação.

"O Orador: - Eu estou referindo as minhas proprias idéas. As despezas da baldeação estão hoje computadas pelos engenheiros conhecedores desse serviço, determinadas pela experiencia em muitas linhas onde elle se acha organisado e montado como deve ser, estão reputadas ao equivalente a um percurso de 4 kilometros de via férrea e 1 kilometro de estrada ordinaria. Pois v. exa. quando fica com o caminho a mais de 1 kilometro de estrada ordinaria já não quer o caminho de ferro? Já o assustam para o transporte de mercadorias as despezas de mais 1 kilometro a percorrer por estradas ordinarias?"

Aqui estão bem claras as idéas que o sr. Lourenço de Carvalho professava quando era deputado; ficava-lhe, pois, muito bem que fosse coherente, e que não imitasse os maus exemplos que lhe dão os seus collegas.

O sr. Lourenço de Carvalho estando convencido, como está, de que o caminho de ferro do Algarve é inutil para transporte de mercadorias, insere neste projecto a condição de o poder adjudicar sendo de via larga.

Pois s. exa. ignora que este caminho de via larga custa 3.000:000$000 réis, e que de via reduzida custa apenas 800:000$000 a 900:000$000 réis?

Sr. presidente, parece-me ter demonstrado, que olhada debaixo de todos os pontos do vista a alienação do caminho de ferro do sul, pela forma que se apresenta, é prejudicial ao paiz.

Isto melhor ainda se demonstrava se este projecto de lei não viesse desacompanhado dos respectivos dados e de esclarecimentos que poderiam derramar luz na discussão.

Dizem-me alguns dos meus collegas que já deu a hora. Peço, pois, a v. exa. que me reserve a palavra para a sessão nocturna.

O sr. Barros e Sã: - Requeria a v. exa. que consultasse a camara sobre se permittia que todos os pareceres, que estão impressos e distribuidos, se considerassem em ordem do dia, dispensando-se nesta parte o que dispõe o nosso regimento, segundo o qual só depois de quarenta e oito horas poderão ser discutidos.

O sr. Presidente: - Já deu a hora. Como hoje ha outra sessão, logo consultarei a camara sobre o requerimento que acabou de fazer o sr. Barros e Sá.

Os dignos pares que tiverem de apresentar alguns pareceres de commissões, podem manda-los para a mesa.

Leram-se na mesa alguns pareceres,

O sr. Presidente: - A sessão nocturna começa ás oito horas, sendo a ordem dos trabalhos a que estava dada para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram quatro horas da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 12 de abril de 1878

Ex.mos srs.: Duque d'Avila e de Bolama; Duque de Loulé; Marquezes, de Ficalho, de Fronteira, de Sabugosa, de Vallada; Condes, do Bomfim, de Cabral, de Cavalleiros, do Farrobo, da Fonte Nova, de Linhares, da Ribeira Grande, de Rio Maior, da Torre; Viscondes, de Alves de Sá, de Bivar, de Fonte Arcada, dos Olivaes, de Porto Covo, da Praia, da Praia Grande, do Scisal, da Silva Carvalho, de Soares Franco; Barão de Ancede, D. Affonso de Serpa, Ornellas, Mello e Carvalho, Sousa Pinto, Barros e Sá, D. Antonio de Mello, Fontes Pereira de Mello, Serpa Pimentel, Costa Lobo, Barjona de Freitas, Cau da Costa, Xavier da Silva, Palmeirim, Carlos Bento, Sequeira Pinto, Barreiros, Larcher, Martens Ferrão, Mamede, Braamcamp, Pinto Bastos, Reis e Vasconcellos, Vaz Preto, Franzini, Menezes Pita.