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334 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

que estava comprehendida no emprestimo. Se isto assim é, parece que s. exa. estava ligado com este homem e tinha relações com elle, e que tratava de negocios tão importantes que deram em resultado o que a camara ouviu.

Este negocio, permitta-me o sr. ministro que lhe diga, não tem corrido nesta parte como s. exa. acaba de declarar.

Quando se apresentou este negocio, o nosso agente quiz leva-lo pelo lado criminal, e effectivamente levou-o á presença do lord maire, o qual não quiz tomar conhecimento delle pela parte criminal. Note v. exa. e a camara. Em virtude disso, o nosso agente não podia deixar de levar o negocio a outra estação, e levou-o á chancellaria.

O stock-exchange, que não tinha querido até ali cotar aquelles fundos, mandou-os depois cotar e achou que estavam bem vendidos. Note bem a camara como as cousas correram.

Mas, sujeito este negocio á chancellaria, o lord chanceller decidiu a questão contra o governo portuguez.

Ora, sr. presidente, eu não suppunha que os tribunaes inglezes fossem dar uma decisão similhante, sem terem documentos importantes em que se baseasse a sentença que deram.

Se esses documentos existem, está claro que esse homem tinha direito á sessão estipulada.

Custa-me a acreditar que elle pedisse uma quantia pelos serviços feitos para certa e dada operação se elle não tivesse encarregado, porque era imprudência de mais, portanto se elle não tivesse feito serviços e não tivesse documentos que haviam de partir do ministerio de s. exa; encarregando-o de alguma missão, elle não procederia por certo como procedeu, apossando-se dos fundos que não lhe pertenciam.

Note s. exa. e a camara que parte dos serviços feitos eram os seus antecessores pelos quaes pedia 4:000 libras, e as 16:000 de que elle se apoderou tambem referiam-se aos serviços que prestou a s. exa. para a realisação do contrato Goschen.

Pergunto pois ao sr. ministro como andou este negocio, se ha algum documento sem que auctorise ou encarregue aquelle corretor de alguma operação? Como se explicam estas contradicções que eu não posso perceber, e que os tribunaes inglezes, em vista de documentos, julguem que não temos rasão.

Sr. presidente, digo isto e para que a camara se possa esclarecer mais, peço ao sr. ministro da fazenda que mande todos esses documentos á camara (muitos apoiados). É um negocio importantissimo, em que se ataca o nosso brio, offende o nosso credito e desprestigia o nosso nome, e por isso da parte dos poderes publicos deve haver toda a circumspecção e cautela, e empregar os meios para que sejamos respeitados como até aqui, e como merecemos.

Rectificação

No discurso do exmo. sr. visconde de Fonte Arcada, na sessão de 23 do corrente, pag. 313, col. 2.ª, lin. 8.ª, em logar de = camas - leia-se = cousas =; e a pag. 314, col. l.ª, lin. 38.ª, em logar de = escolares = leia-se = escaleres =.

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