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10 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

zendo parte dos fundos reformistas. Pela minha parte, nunca acreditei que s. exa. fosse reformista nem fizesse reformas, e muito menos acredito que as faça hoje.

Veremos se aquelles que lhe succederem no poder fazem reformas, e como serão ellas feitas. Veremos como o futuro ministerio se poderá organisar, e com que accordos com algum partido poderá equilibrar-se no poder.

Qualquer que seja o modo por que estes negocios se resolvam, se a camara dos pares ainda, para esse tempo, existir, e eu tiver vida, apreciarei aqui a politica do governo e os seus actos; se esta camara porém não existir, diligenciarei por me fazer eleger deputado; e em ultimo caso tenho a tribuna da imprensa, para fazer apreciações e expender as minhas idéas sobre o modo como os governos que se forem succedendo, dirigirem os negocios publicos.

Julgo pois dever manifestar a minha desconfiança a respeito do governo, deixando de lhe dar o meu voto n'esta questão de que nos occupâmos. Talvez eu seja o unico a votar contra o projecto; talvez me veja inteiramente desacompanhado, mas fico satisfeito commigo, porque cedo aos impulsos da minha consciencia que me traça a linha de conducta que tenho a proseguir; e d'este modo mostro aos meus amigos com quem tenho estado ligado, que não costumo dizer fóra d'esta camara uma cousa e praticar aqui outra.

Lá fóra disse eu que havia manifestar n'este logar a minha desconfiança pelos actos do governo.

Assim o cumpro.

Termino, pois, com estes commentarios á lei de meios, e sem restricções, porque voto contra ella, por não ter confiança alguma no governo.

(O Orador não reviu este discurso.)

O sr. Presidente: - Como mais nenhum digno par pede a palavra, vou pôr o projecto á votação na generalidade.

Posto á votação foi approvado.

Passando-se á especialidade, foi approvado sem discussão.

O sr. Presidente do Conselho de Ministros (Marquez d'Avila e de Bolama): - Tenho a declarar a v. exa. que Sua Magestade recebe hoje pelas oito horas e meia da noite a deputação que deve ir apresentar á sua real sancção o projecto que acaba de ser approvado.

O sr. Custodio Rebello de Carvalho: - Pedi a palavra por parte da commissão de resposta ao discurso da corôa para mandar para a mesa o seguinte parecer (leu).

(Leu-se na mesa.)

O sr. Presidente: - Manda-se imprimir, e será dado para ordem do dia de quarta feira.

(Pausa.)

O sr. Presidente: - A deputação que deve ir hoje apresentar á real sancção de Sua Magestade a proposta de lei de meios que acaba de ser votada, é composta, alem do presidente d'esta camara, dos dignos pares:

Antonio de Azevedo Coutinho Mello e Carvalho, secretario.

Conde de Castro.

Marquez de Sá da Bandeira.

Antonio Maria de Fontes Pereira de Mello.

José Maria Eugenio de Almeida.

Conde da Ponte.

A seguinte sessão será na proxima quarta feira, e a ordem do dia a discussão do projecto de resposta ao discurso da corõa.

Está levantada a sessão.

Eram quatro horas menos dez minutos.

Relação dos dignos pares que estiveram presentes na sessão de 29 de julho de 1871

Exmos. srs.: duque de Loulé; marquezes, d'Avila e de Bolama, de Niza, de Pombal, de Sabugosa, de Vallada; condes, de Castro, de Campanhã, de Fornos, Bispo de Bragança; viscondes, de Algés, de Benegazil, de Soares Franco, da Vargem da Ordem; Moraes Carvalho, Mello e Carvalho, D. Antonio José de Mello, Fontes Pereira de Mello, Xavier da Silva, Rebello de Carvalho, Pereira de Magalhães, Corvo, Pinto Bastos, Pestana, Reis e Vasconcellos, Preto Geraldes, Franzini.