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SESSÃO DE 20 DE JULHO DE 1887 715

Despezas ordinarias e extraordinarias no ministerio 8:000$000

Despezas extraordinarias nas legações 14:000$000

Franquia de correspondencia 1:200$000

Telegrammas para o estrangeiro 2:000$000

Despezas reservadas 2:000$000

Renda da casa 4:420$000 59:400$000

Verba para condecorações 2:400$000

Empregados aposentados e em disponibilidade 16:875$316

Exercicios findos 600$000

19:875$316

Recopilação

Corpo diplomatico 168:300$000

Despezas eventuaes 59:400$000

Outras despezas 19:875$316

Somma total........... 247:575$316

Camara dos pares, 18 de julho de 1887. = Conde de Alte, par do reino.

Resolveu-se que este projecto fosse enviado á commissão de negocios externos.

O sr. Francisco de Albuquerque: - V. exa. não me deixou hontem concluir umas pequenas observações que eu estava fazendo a proposito do que tinha dito o sr. D. Luiz da Camara Leme.

Pedi a palavra porque, não estando habituado a occupar a attenção d'esta camara, e fugindo quanto possivel das suas discussões, achei estranho, e lamentei, que v. exa. procedesse para commigo por maneira que reputo illegal e injustificada.

Confesso a v. exa. que me magoou profundamente o seu procedimento.

V. exa. não tinha direito, estando eu no uso da palavra, de dar por terminado o incidente; o seu direito limitava-se simplesmente a fazer-me as advertencias ique indica o regimento ou mesmo a fazer-me sentir que, tendo acabado as explicações pessoaes, me convidava a reservar para outra occasião o mais que porventura houvesse a dizer, sobre o assumpto em discussão; porque eu da melhor vontade accederia ao convite de v. exa., pois que pelo estado em que estava a camara e pelo adiantado da hora não desejava prolongar o debate.

Como não estava presente quando fallou o sr. Camara Leme, entendi, segundo informações que me foram dadas, que s. exa. se equivocara; pretendi, portanto, restabelecer a verdade dos factos; mas como v. exa. me cortou a palavra tão abruptamente, fiquei collocado n'uma situação deploravel: por uma parte, o sr. Camara Leme poderia suppor que eu, no que disse, tinha, intenção de o maguar; por outra Aparte, quasi que nem a camara percebeu bem porque é que eu tinha pedido a palavra para explicações pessoaes.

Sem me querer demorar sobre este assumpto, devo dizer ao sr. Camara Leme que eu era incapaz de proferir palavra que melindrasse qualquer dos membros desta casa, e muito menos s. exa. a quem ha muitos annos dedico a mais particular amisade.

É certo que s. exa. estava equivocado e eu precisava, como disse, restabelecer a verdade dos factos, sobretudo, para desviar de sobre os signatarios de uma proposta que foi apresentada em tempo e que não quero discutir agora, desviar, repito, uma certa responsabilidade que, pela fórma por que foram narrados os factos, cabia aos auctores d'essa proposta.

Eu peço a v. exa. que não torne a cortar-me a palavra, estando eu no uso d'ella, porque desejando respeitar os preceitos da presidencia declaro a v. exa. que se o facto de hontem tivesse occorrido, antes da ordem do dia, mesmo na ordem do dia, ou emfim, em uma conjunctura diversa d'aquella em que nos encontravamos, eu não teria obedecido ás intimações de v. exa. e continuaria no uso da palavra.

Passando agora a rectificar o que foi dito pelo sr. D, Luiz da Camara Leme, notarei a que as expressões a que s. exa. se referiu não continham allusão pessoal a nenhum dos pares que hoje têem assento n'esta camara e que então faziam parte da outra casa do parlamento. A phrase por s. exa. citada, foi perfeitamente vaga, e apesar disso o sr. Marianno de Carvalho que então era deputado, tomou a palavra e disse.

(Leu.)

A phrase, pois, foi levantada pelo sr. Marianno de Carvalho, e trocadas as devidas explicações accentuou-se que não tinha havido o menor intuito de dirigir allusões pessoaes.

Sr. presidente, eu uso poucas vezes da palavra; não tenho pretensões a orador, porque o não sou; mas em todo o caso costumo dizer sempre aquillo que quero, quando quero e pela forma que julgo mais conveniente.

Quando me foi hontem cortada a palavra começava eu a dizer que me parecia que era um bom serviço que os partidos viessem a um accordo, sendo eu, aliás, contra todos os accordos que, no meu modo de ver, não fazem mais do que diminuir a força dos partidos. (Apoiados.) Dizia eu, repito, que era um bom serviço que todos os partidos accordassem na conveniencia que ha em se respeitarem reciprocamente todas as individualidades mais ou menos importantes da politica, e sobretudo aquellas que se sentam nos bancos do poder.

Não me refiro nem a um nem a outro grupo politico; refiro-me a todos que no parlamento e na imprensa, sem respeito algum pelas pessoas, e tambem pela verdade, se dirigem aos individuos que se sentam nos conselhos da coroa, da maneira mais inconveniente.

Elles são immoraes, elles são devassos, elles emfim, são classificados por fórma que eu me pejo de o reproduzir n'esta casa.

Nós podemos e devemos respeitar a dignidade dos ministros.

São homens que podem errar, não attribuamos por má intenção o que póde ser um erro, e muito mais quando não não podérmos provar aquillo que avançâmos.

Se elles, prevaricam, deixemos as reticencias e formulemos francamente a accusação em face dos documentos que a comprovem.

Eu sou tanto mais insuspeito n'esta minha opinião quanto é certo que, pelo meu temperamento, sou talvez um tanto violento, mas tendo feito muitos annos opposição ao partido regenerador fiz a alguns membros as mais graves accusações, requeri accusação criminal contra os ministros, mas precisei factos e não usei de insinuações nem reticencias.

Tanto aqui como lá fora se falla em syndicatos, sublinhando a phrase.

Sr. presidente, todos os individuos que foram ministros, que o são actualmente, e que o podem vir a ser, têem os seus amigos particulares; direi mais, teem necessidade de os ter e obrigação de satisfazer a um certo numero de pretensões d'elles.

Mas porque os têem, segue-se que tal amisade é superior aos interesses publicos que devem zelar no poder?

Sejamos justos, essas amisades a maior parte das vezes são contraproducentes e deixa da se lhes satisfazer as licitas e justas pretensões porque são amigos, fazendo-se com toda a facilidade aos que o não são.

Eu não quero malsinar nem estes ministros nem os que foram, porque uns e outros hão de ter amigos e tanto me importa que sejam amigos do sr. marquez da Foz como do sr. Burnay, podem ser amigos de quem quizerem, que a todos faço a justiça de que o bem e interesse publicos são superiores a qualquer consideração de amisade mas se o