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N.º 55

SESSÃO DE 18 DE MAIO DE 1885

Presidencia do exmo. sr. João de Andrade Corvo

Secretarios - os dignos pares

Eduardo Montufar Barreiros
Henrique de Macedo Pereira Coutinho

SUMMARIO

Leitura e approvação da acta. - Ordem do dia: Apresentação de pareceres. - O digno par Telles de Vasconcellos apresenta, por parte das commissões reunidas de fazenda e administração, o parecer relativo ao projecto de lei, concedendo o edificio do convento de S. Gonçalo, em Angra do Heroismo, á associação denominada Educadora do sexo femenino. - Mandou-se imprimir e distribuir. - O sr. presidente levantou a sessão dando para ordem do dia de sexta feira, 22 do corrente, a apresentação de pareceres e a discussão do que fôra hoje apresentado.

Ás tres horas da tarde, estando presentes 21 dignos pares, o sr. presidente declarou aberta a sessão.

Lida a acta da sessão precedente, julgou-se approvada na conformidade do regimento, por não haver reclamação em contrario.

Não houve correspondencia.

O sr. Presidente: - Vae entrar-se na ordem do dia. Se algum digno par tem pareceres de commissões a mandar para a mesa queira apresental-os a fim de se lhes dar o destino conveniente.

O sr. Telles de Vasconcellos: - Mando para a mesa o parecer das commissões reunidas de fazenda e administração publica, relativo ao projecto de lei que concede o edificio do convento de S. Gonçalo, em Angra do Heroismo, á associação denominada Educadora do sexo feminino.

O sr. Presidente: - O parecer que acaba de ser apresentado vae a imprimir, e será distribuido por casa dos dignos pares.

Não ha mais ninguem inscripto.

A proxima sessão terá logar sexta feira, 22 do corrente, sendo a ordem do dia a apresentação de pareceres e a discussão do que hoje foi apresentado.

Está levantada a sessão.

Eram tres horas e dez minutos da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 18 de maio de 1885

Exmos. srs.: João de Andrade Corvo; Marquezes de Vallada, de Vianna; Condes, de Alte, de Ficalho, de Gouveia, de Sieuve de Menezes; Bispo de Lamego; Viscondes, de Almeidinha, de Bivar, da Gandarinha; Barão de Santos; Aguiar, Sousa Pinto, Barros e Sá, Fontes Pereira de Mello, Serpa Pimentel, Telles de Vasconcellos, Palmeirim, Montufar Barreiros, Henrique de Macedo, Jeronymo Maldonado, Mártens Ferrão, Gomes Lages, Pinto Basto, Costa Cardoso, Mexia Salema, Silvestre Ribeiro, Vaz Preto, Thomás Ribeiro, Thomás de Carvalho.

Discurso do digno par Daun e Lorena, proferido na sessão n.° 53, de 15 de maio, e que devia ler-se a pag. 401, col. 2.ª

O sr. Daun e Lorena: - Sr. presidente, as poucas palavras que vou proferir têem por fim cumprir um dever de lealdade a que sou levado pela minha consciencia; por este modo prestarei um testemunho de reconhecimento e gratidão ao sr. presidente do conselho e a todos os seus collegas, pela maneira por que s. exas. procederam para se levar a effeito a construcção do edificio do Rato, em que hoje se acha estabelecido o asylo de Nossa Senhora da Conceição para raparigas abandonadas.

Este meu testemunho é tanto mais insuspeito, quanto é certo que parte de um homem que nunca militou, nem esteve filiado no partido regenerador, que muito respeito, assim como respeito todos os partidos politicos.

A minha consciencia está, porém, acima de tudo.

Sr. presidente, quando tomei conta da administração do asylo de Nossa Senhora da Conceição para raparigas abandonadas, tinha sido seu primeiro provedor o sr. Geraldo José Braamcamp, cujo elevado caracter todos nós conhecemos e respeitâmos.

Este benemerito homem levou a sua dedicação pelo asylo a tal ponto, que lhe consagrava todo o seu tempo, promovendo quanto podia o desenvolvimento d'aquella instituição.

Assim procedeu até ao ultimo momento da sua vida.

Por morte de s. exa. foi nomeado provedor o sr. Polycarpo Anjos, que apenas administrou o asylo desde 10 de fevereiro de 1876 até 2 de março de 1878.

Tendo o sr. Anjos pedido a sua exoneração, fui eu convidado para acceitar a provedoria do asylo pelo exmo. sr. Henrique da Gama Barros, então governador civil de Lisboa.

Ao meu coração repugnava dar a este convite uma resposta negativa, por entender que aos homens a quem a fortuna torna independentes, não precisando de aproveitar o seu tempo para grangear meios de subsistencia para si e suas familias, assiste o dever moral de velar pelas classes menos favorecidas da sociedade, e de lhes prestar todo o auxilio que esteja ao seu alcance.

Havia, comtudo, um motivo que me fazia hesitar a acceitação da provedoria; era o da minha forçada ausencia de Lisboa durante alguns mezes do anno, porque os negocios de minha casa a isso me obrigam.

Apresentei esta observação ao sr. Gama Barros, mas s. exa. objectou-me que, tendo bons adjuntos, poderia correr regularmente a administração do asylo durante a minha ausencia.

Foi então convidado o sr. dr. Marinho da Cruz, que era adjunto da administração transacta, para continuar a fazer parte da nova administração, e o sr. Margiochi para acceitar outro logar de adjunto, que se achava vago.

Com estes dois cavalheiros tenho tido a honra de servir, e creio que os seus respeitaveis nomes são garantia bastante de que a administração do asylo emprega todos os seus esforços para bem gerir es negocios d'aquelle estabelecimento de caridade, procurando alliar quanto possivel o bem estar das asyladas com a justa e rasoavel economia.

Vejamos agora em que condições se achava a casa no alto de Santo Amaro, sede do asylo. Essas condições eram pessimas em todo o sentido, e tanto que me obrigaram a expôr no meu primeiro relatorio ao exmo. sr. governador civil de Lisboa os inconvenientes gravissimos que se davam

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