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CAMARA DOS DIGNOS PARES

SESSlO DE 22 DE AGOSTO

PRESIDÊNCIA DO EX.™" SR. VISCONDE DE CASTRO VICE-PRESIDENTE SUPrLEMENTAR

Secretários: os dignos pares |g^J| jjjj fjgj^

(Assistiram os srs. presidente do conselho, e ministros das obras publicas, e ãa fazenda.)

Pelas duas horas e meia da tarde, tendo-se verificado a presença de 30 dignos pares, declarou o ex.mo sr. presidente aberta a sessão.

Leu-se a acta da antecedente que por não excitar reclamação foi approvada.

O sr. Secretario:—Deu conta do seguinte: Officio da presidência da camará dos senhores deputados, enviando uma proposição sobre a fixação da receita e despeza do estado para o anno económico de 1861-1862. A commissão ãe fazenãa.

O sr. Conãe ãe Linhares: — Pediu a palavra, vendo pK-sente o seu nobre amigo e collega o digno par marquez de Niza, a fim de agradecer a s. ex.a a promptidão com a. qual, segundo lhe consta da acta, s. ex.a apresentara na ultima^ sessão alguns dados e esclarecimentos estatisticos que elle, orador, lhe havia pedido para estudar melhor a questão dos arrozaes.

Como não é agora o momento de se entrar n'esta questão que será tratada quando o governo apresentar a sua proposta a tal respeito, limita-se por emquanto a declarar ao digno par que, aproveitando os cálculos apresentados por s. ex.a e procurando obter todos os outros esclarecimentos que haja a tal respeito, tenciona estudar a matéria, o melhor que lhe for possivel, e habilitar-se assim, quanto lhe permittam os seus fracos recursos, a entrar na discussão d'este importante assumpto.

O sr. Marquez ãe Niza:—Eu declarei na ultima sessão, que foi na immediata aquella em que s. ex.a o sr. conde de Linhares me pediu esclarecimentos e as provas sobre o que eu tinha avançado a respeito dos arrozaes; declarei, digo, que estava prompto a apresentar a s. ex.a esse3 esclarecimentos. Eu vejo que esta minha declaração foi sabida por s. ex.a por via dos jornaes. Devo pois responder^ á pergunta que s. ex.a me tinha feito. Não se tratava de discutir o merecimento dos arrozaes nem a sua conveniência; s. ex.a não entrou n'essa discussão nem mesmo me emprazou a entrar n'ella, apenas duvidou da veracidade do facto: isto é, duvidou de certos dados que eu apresentei como extrahidos do relatório. Primeiro duvidou de que dois moios de arroz custassem a vida de um homem. Na pagina 543 do relatório está um mappa das differentes freguezias em que os membros da commissão acharam uma, estatistica bastante regular da mortalidade dos últimos annos antes da cultura do arroz. O calculo que o sr. relator da commissão fez foi o seguinte: tomou a media da mortalidade antes da producção do arroz, em relação á população existente; depois calculou a media da mortalidade annual das mesmas freguezias nos annos em que se cultivou o arroz, eliminando os dois annos em que houve a epidemia, e comparou os dois termos d'esta proporção entre si, e o resultado é o que se acha aqui escripto: não o leio á camará para a não cançar, mas mostrar-lhe-hei todavia o resumo que vem no fim da pagina: cada dezeseis hectolitros de arroz custam uma vida! São dezeseis hectolitros; cada hectolitro tem pouco mais ou menos sete alqueires e meio, os quaes multiplicados por dezeseis dão em resultado cento e vinte alqueires ou dois mqios. Aqui está escripto na pagina 543.

Disse eu também, sr. presidente, que dois moios de arroz não eram alimentação para um* homem durante um anno. O que s. ex.a disse a esse respeito não entendi bem... O sr. Conãe ãe Linhares: — Eu aceito n'essa parte... O Oraãor:—O que?

O sr. Conãe ãe Linhares: — Eu aceito o calculo; porque, a fallar a verdade, um individuo que fosse sustentado com arroz, não podia passar muito bem; pelo menos era uma alimentação muito inconveniente. | O Oraãor: — Effectivamente, em rigor, dois moios de I arroz tem alimentação sufficiente para um homem. Isto I hoje são questões positivas da sciencia; sabe-se quanto é