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CAMARA DOS DIGNOS PARES.

EXTRACTO DA SESSÃO DE 14 DE NOVEMBRO DE 1859.

presidencia do ex.mo sr. visconde de Laborim, vice-presidente.

Conde de Peniche Secretarios os Dignos Pares! Conde de Mello.

(Assistiam os Srs. Presidente do Conselho, e Ministros, do Reino, Obras Publicas, Fazenda e Justiça.)

Pelas duas horas da tarde, tendo-se verificado a presença de 27 Dignos Pares, declarou o Ex.™ Sr. Presidente aberta a sessão.

Leu-se a acta da antecedente, contra a qual não houve reclamação.

O Sr. Secretario Conde de Peniche deu conta da seguinte correspondencia:

Um officio da Academia Real das Sciencias de Lisboa, remettendo para serem distribuidos pelos Dignos Pares 45 exemplares do volume 17 do Quadro elementar das relações politicas e diplomaticas de Portugal, e da 2.º parte do 1.° volume das Lendas da India, por Gaspar Corrêa. Mandaram-se distribuir.

O Sr. Presidente — Peço attenção á Camara. Vai ler-se o projecto de resposta á falla do Throno leu). Vai a imprimir para depois se distribuir competentemente.

O Sr. Visconde de Fonte Arcada — Sr. Presidente, vejo no Diario de hoje a relação do lamentavel naufragio da embarcação ingleza Royal Charter, junto das costas de Inglaterra; por aquella occasião um marinheiro portuguez se distinguiu por um acto de dedicação e valor digno dos maiores louvores, e do ser avaliado devidamente. Permitta-se-me que leia uma pequena parte dessa relação (leu).

«Eram proximamente tres horas e meia, foi então que um marinheiro portuguez, calculando que apenas distávamos da terra dez ou doze braças, tentou corajosamente um derradeiro exforço a favor da salvação commum. Preso pelo meio do corpo lançou-se ao mar com toda a resolução, e fazendo exforços sobrehumanos, conseguiu prender um cabo á costa.»

Vê-se pois que se não fosse esse marinheiro portuguez morreriam infallivelmente todas as quatrocentas pessoas que estavam a bordo, e de que escaparam trinta e nove, graças á valorosa resolução do intrepido cidadão portuguez. Avista pois de tão generosa acção, que tanto honra a nação portugueza, e posto que fosse praticada por um cidadão obscuro, não deve todavia ficar desapercebida, pedia ao Governo que, informando-se a este respeito, saiba quem é este marinheiro, se elle morreu depois, se a sua familia precisa de alguns auxilios, e finalmente que se mostre quanto o paiz se interessa e deseja que acções similhantes, e que tanta honra dão, não fiquem esquecidas, e sejam recompensadas como merecem.

O Sr. Ministro do Reino — Tive conhecimento pelos jornaes do facto a que allude o Digno Par; e logo me entendi com o meu collega, o Sr. Presidente do Conselho e Ministro dos Negocios Estrangeiros, afim de que se averiguasse o que havia de verdadeiro a respeito do honroso acto desse nosso compatriota, a fim do Governo ficar habilitado para o poder recompensar. Assim que haja sobre isto informações officiaes o Governo ha de proceder de conformidade com o desejo manifestado por S. Ex.ª

O Sr. Visconde de Fonte Arcada — Fico plenamente satisfeito com a resposta do Sr. Ministro, e muito estimo que eu já fosse previnido pelo Governo.

O Sr. Julio Gomes da Silva Sanchee — (Leu).

A Camara municipal e o Administrador do concelho de S. Roque, na ilha do Pico, encarregaram-me de apresentar a esta Camara uma representação, em que se pede que se estabeleça a cabeça do circulo eleitoral na villa de S. Roque, e não na villa da Magdalena. Varios são os argumentos que para isto apresentam, por exemplo que na villa de S. Roque se acham todas as commodidades necessarias, e que o Correio chega aquella villa no mesmo dia em que chega á da Magdalena, no caso de não haver demora na administração delle.