O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

632 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

tou a emenda, com obrigação de se constituirem desde já companhias com maioria de directores portuguezes nas linhas pequenas, cuja realisação seria mais difficil obter, e acceitou com obrigação de haver a maioria de directores portuguezes na companhia que tem mais de 1:000 kilometros nas suas linhas, e que em breve terá augmentado este numero.

Eu, que tenho pugnado sempre pelo cumprimento dos contratos, não podia deixar de acceitar a emenda feita na Camara dos senhores deputados.

Em vista das considerações que acabo de expor, creia o meu amigo sr. Thomás Ribeiro que não se prejudica de modo algum o ramal de Vizeu, que ha de fazer-se.

Se o concessionario não quizer acceitar o contrato, não falta quem queira fazer esse ramal nas condições do projecto de lei, e se por fatalidade succedesse que ninguem o quizesse fazer, o que decerto não succederá, como o governo tem de vir apresentar ás côrtes uma proposta com respeito ao caminho de ferro da Beira Baixa, não se ha de esquecer, principalmente se eu for o ministro, de satisfazer os desejos dó digno par.

O sr. Thomás Ribeiro (S. exa. não reviu}: — Sr. presidente, direi ao illustre ministro que eu de certo não censuro o pensamento da proposta, de se modificarem os estatutos das companhias no sentido que se deseja, mas em verdade o meu maior desejo era que s. exa. não tivesse acceitado a auctorisação que se propoz para que o governo podesse fazer o caminho de ferro da Beira Alta. Eu antes quizera o da Beira Baixa ou o de Traz os Montes; e o facto é que hoje o que haveria mais rasão para construir era é de Traz os Montes, porque essa provincia está destituida de todos os melhoramentos.

Eu sou partidario do governo porque pertenço ao partido regenerador, como sempre pertenei. Não devo portanto desconfiar das suas promessas, e muito menos quando vejo que a propria opposição tem confiança nas promessas do illustre ministro.

De esperanças vive o homem até que morre, esperanças tem o sr. ministro das obras publicas, e eu reunindo-me a s. exa. ficarei tambem com a esperança.

O sr. Visconde de Moreira de Rey: — Usou da palavra fazendo largas considerações sobre o projecto em discussão.

(O discurso do digno par será publicado quando s. exa. o devolver).

O sr. Conde do Casal Ribeiro: — Fallou largamente sobre o assumpto.

(O discurso do digno par será publicado quando s. exa. o devolver).

O sr. Visconde de Chancelleiros: — E se elle pedisse a sua demissão de ministro do reino ainda v. exa. o devia applaudir mais.

O Orador: — Pois tambem o applaudirei então, e...

Não direi mais nada.

O sr. Visconde de Chancelleiros (S. exa. não reviu): - Começo por declarar ao meu particular amigo o sr. conde do Casal Ribeiro, que sou seu correligionario politico até ás proximas constituintes. Encontro-me porém, ácerca do projecto que se discute, em posição absolutamente opposta á de s. exa.

Estou ao lado do sr. Thomás Ribeiro, relator memoravel do projecto das reformas politicas.

O sr. Thomás Ribeiro: — Peço a palavra.

O Orador: — Fez largas considerações sobre o projecto que se discute.

(O discurso do digno par será publicado quando s. exa. o devolver).

O sr. Conde do Casal Ribeiro: — Eu proponho que se prorogue a sessão até se votar este projecto; proponho tambem que a primeira parte da ordem do dia de ámanhã seja a discussão do projecto sobre os impostos do sal e da aguardente.

Consultada a camara sobre estas propostas, approvou-as.

O sr. Thomás Ribeiro (S. exa. não reviu): — Sr. presidente, não me occuparei das referencias graciosas do digno par o sr. visconde de Chancelleiros, porque, se não as acho proprias d’esta casa, tambem entendo que aqui não se deve responder a ellas; devem ter um termo em logar differente d’este.

Agora o que tenho a pedir a v. exa. é que quando algum digno par apresente qualquer documento como o que eu apresentei, haja ou não rasão para a sua apresentação, v. exa. jaça manter a respeitabilidade que é devida a quem vem pedir aos poderes publicos o que julga de justiça.

O sr. Burnay é um dos concessionarios que-se acha prejudicado com a emenda approvada na camara dos senhores deputados, que julga os seus direitos offendidos e por isso vem reclamar.

O que é preciso é que, sempre que qualquer reclamação se apresente n’esta casa, seja respeitado quem reclama. Isto para honra do parlamento.

Sr. presidente, admirei-me muito que o digno par o sr. conde do Casal Ribeiro se esquecesse da altura da sua posição, para tratar menos respeitosamente quem não tem logar n’esta casa para se defender.

Tenho dito.

O sr. Presidente: — Como não ha mais nenhum digno par inscripto vae votar-se o projecto.

Posto á votação foi approvado.

O sr. presidente: — Peço, a attença da camara para o officio que vae ser lido na mesa.

Leu-se o seguinte:

Um officio do ministerio do reino, participando que a sessão de encerramento da actual sessão legislativa se verificará, por commissão, ámanhã 17, pelas seis horas da tarde na camara dos senhores deputados.

Ficou a camara inteirada.

O sr. Presidente: - Como a camara acaba de ouvir, é um officio do ministerio do reino participando que o encerramento da actual sessão legislativa terá logar ámanhã, pelas seis horas da tarde.

A ordem do dia para ámanhã é a discussão dos pareceres n.ºs 267 e 307 e os mais que têem sido distribuidos.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 16 de maio de 1884

Exmos. srs.: João de Andrade Corvo; Duque de Palmella; Marquezes, de Fronteira, de Penafiel, de Vallada; Condes, de Alte, do Bertiandos, do Bomfim, de Cabral, do Casal Ribeiro, da Fonte Nova, de Rio Maior, de Valbom, de Ficalho; Viscondes, de Almeidinha, de Alves de Sá, de Arriaga, da Azarujinha, de Bivar, de Chancelleiros, da Gandarinha, de S. Januario, de Moreira de Rey, de Seabra, de Soares Franco, de Villa Maior; Barão de Santos; Ornellas, Aguiar, Pereira do Miranda, Barros e Sá, Henriques Secco, Serpa Pimentel, Costa Lobo, Fontes Pereira de Mello, Telles de Vasconcellos, Barjona de Freitas, Palmeirim, Carlos Bento, Sequeira Pinto, Costa e Silva, Francisco Cunha, Margiochi, Henrique de Macedo, Larcher, Jeronymo Maldonado, Mártens Ferrão, Gusmão, Gomes Lages, Braamcamp, Baptista de Andrade, Castro, Ponte Horta, Mello Gouveia, Mexia Salema, Silvestre Ribeiro, Vaz Preto, Franzini, Placido de Abreu, Thomás Ribeiro, Thomás de Carvalho.