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DIARIO DO GOVERNO.

ço esta consideração, porque me parece ser necessario que haja declaração das votações que acabam de ter logar. Entretanto, no caso de se não porem já á votação as questões divididas, ha de se mandar a negocio a uma Commissão.

O Sr. Castro Pereira: — Eu tinha pedido a palavra sobre a ordem, porque, no estado em que estava a questão, queria rogar a V. Ex.ª propozesse á Camara que esta materia voltasse de novo á Commissão, vista a diversidade de opiniões que a respeito, della se têem apresentado, o que bem mostra a difficuldade que ha em a resolver, junto a quatro votações que houve, sem que nenhuma dellas merecesse a approvação do Senado. Parece-me portanto que se ganharia muito se a Camara conviesse em que o assumpto fosse de novo á Commissão para ella melhor reflectir, apresentando outro Parecer que concilie as idéas aqui emittidas (Apoiados).

O Sr. Miranda: — Em parte fui prevenido pelo meu illustre collega que acabou de fallar; porque realmente não é possivel tornar-se a votar esta materia na presente occasião, como se lembrou: o meu voto é, que volte a uma Commissão, mas Commissão nova, e eu desde já me escuso de continuar a fazer parte daquella a que pertencia, se este objecto lhe tornar a ser commettido.

O Sr. Barão da Ribeira de Sabrosa: — Eu concordo com o Sr. Miranda, por quanto os objectos que se rejeitaram estão rejeitados; e então vá a questão a uma Commissão nova, a fim de vêr se apparece outra qualquer idéa que concilie as opiniões.

O Sr. Pereira de Magalhães: — Eu queria requerer que se nomeasse uma nova Commissão, porque, a mesma já não póde fazer obra, exprimiu a sua opinião, é tudo quanto podia: vá por tanto este negocio a outra Commissão, e seja de nove membros.

O Sr. Trigueiros: — Eu sou de opinião que vá á Commissão de Legislação.

O Sr. Vellez Caldeira: — Primeiro que tudo opponho-me a que este objecto vá á Commissão de Legislação, depois opponho-me ao numero de nove; de quanto menos gente fôr a Commissão, melhor para os trabalhos.

O Sr. Visconde de Laborim: — Levanto-me, para dizer que convenho se nomeie uma nova Commissão, que me parece deverá ser eleita por escrutinio.

Não se fazendo outra observação, o Sr. Presidente expoz o estado da questão, e em seguida resolveu a Camara que o §. 7.º do Parecer, bem como as Substituições fossem remettidas a uma Commissão Especial de 5 Membros, indicados pela Mesa, a fim de propôr o que julgar conveniente.

Acto continuo foram propostos, e ficaram approvados os Srs. Visconde de Laborim, L, J. Ribeiro, Vellez Caldeira, General Zagallo, e A. Castello Branco.

(O primeiro nomeado pediu dispensa, e lhe foi negada.)

Tendo a palavra (para explicação) disse

O Sr. Amaral: — Eu tinha pedido a palavra para uma explicação, quando fallava o illustre Senador o Sr. Miranda, e é de S. Ex.ª que eu preciso essa explicação. Quando o illustre Senador fallava, exprimiu-se elle, pouco mais ou menos, pelas seguintes palavras = as authoridades no Ultramar fazem o que querem, e os Senadores serão servos fieis dos Governadores, que os fizerem eleger.....

O Sr. Miranda: — Porque, já foi Governador?

O Sr. Amaral: — Não Sr. mas fui alli authoridade, e presentemente sou Senador, e não sou, nem nunca fui servo do Governo, nem de ninguem: e nunca fiz o que quiz, mas fiz sempre o que devia fazer.

O Sr. Miranda: — Eu me explico, e o faço esta vez para todas. Sr. Presidente, eu vim aqui servir o meu Paiz, com cortezia e com delicadeza; quando eu fallo é sempre em geral, e não com referencia a ninguem em particular, e menos aos meus collegas. – Creio ter dado a explicação pedida pelo illustre Senador (Apoiados).

O Sr. Presidente deu para Ordem do dia a eleição da Mesa, seguindo os outros objectos que se achavam destinados para a de hoje: fechou esta Sessão, pelas tres horas e meia.

Errata. — No Diario do Governo N.° 42, de 18 de Fevereiro, pag. 225, col. 2.ª lin. 14, (discurso do Sr. Visconde de Laborim) aonde se lê = e injusto sem subsequente = deve lêr-se = e injusto um subsequente =. Na mesma col. lin. 25, aonde se lê = e riam de nós = deve lêr-se = e não de nós =. Na mesma col. lin. 60, aonde se lê = mais parece-me = deve lêr-se = mas parece-me.