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24 DIARIO DA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE

encerrada a sessão, e referente aos reservistas que se apresentaram a alistar-se, bem como aos voluntarios.

E já que estou no uso da palavra, pergunto a V. Exa. Sr. Presidente, qual foi o motivo d'este facto?

(O orador não reviu).

O Sr. Presidente: - A moção a que V. Exa. se refere não foi recebida na mesa porque não era occasião de ser apresentada. Isto mesmo disse eu a V. Exa. Podia tê-la mandado para a mesa no dia seguinte.

A proxima sessão effectuar-se-ha na segunda feira, ás duas noras da tarde. Antes da ordem do dia realizar-se-ha a interpellação do Sr. Deputado José de Abreu ao Sr. Ministro do Interior; na ordem do dia continua a discussão do projecto da Constituição.

Está levantada a sessão.

Eram 6 horas e 30 minutos da tarde.

Documento mandado para a mesa nesta sessão

Representação

Illmo. e Exmo. Sr. Presidente das Constituintes Portuguesas.- Levamos ao conhecimento de V. Exa., e da digna Assembleia constituida, que os operarios corticeiros portugueses vêem collectivamente protestar contra a forma com que o Deputado Sr. Jacinto Nunes pretendeu collocar perante a mesma Camara a questão corticeira.

Não é um facto, Sr. Presidente, a classe corticeira ser constituida, na sua maioria, por operarios espanhoes, e muito menos, lesar nos seus interesses quaesquer interessados no assunto; mas sim pretender desenvolver a industria de maior riqueza em Portugal, como se tem provado desde os ultimos tempos da ruinosa monarchia, onde a classe corticeira deu tantas provas do seu civismo e valor, e que alguns d'esses movimentos teem trazido ainda que vagamente, alguns beneficios ao commercio, quer local quer geral.

Não é um facto que a ultima portaria de 21 de novembro de 1910 tenha aifectado a industria, muito pelo contrario ella a tem beneficiado de uma forma lenta, na verdade, mas tem minorado a crise do presente anno, como se pode provar pelas estatisticas de exportação de rolhas.

Não é facto, Sr. Presidente, como se affirmou que a portaria exigia a cortiça para exportação ser recortada e classificada, pois que já antecedentemente o era não tendo nesse ponto a portaria ou o Governo da Republica cousa alguma com o assunto, sendo obra exclusiva da defunta monarchia, e á qual o Sr. Jacinto Nunes não fez a menor referencia, assim como mostrou a commissão; que não faria opposição a portaria em vigor.

Os operarios corticeiros vêem, num alto dever patriotico, pedir a manipulação da cortiça, não desejando que ella saia em estado bruto. Pois que aqui se encontra uma verba importante para o Estado, e desenvolvendo mais o commercio e deixando de fazer concorrencia, pelos braços, as outras industrias que vivem em circunstancias penosas.

Os operarios corticeiros, confiados no Governo, e especialmente no Ministro das Finanças, o Sr. José Relvas, e na Camara dos Senhores Deputados, vêem por esta forma pedir attenção para esta rica e florescente industria de Portugal.

Saude e Fraternidade.

Lisboa, 7 de julho de 1911. - (Seguem as assinaturas).

Os REDACTORES:

(Antes da ordem do dia) = Alberto Pimentel.
(Na ordem do dia) = Affonso Lopes Vieira.