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tolerância e generosidade, mas sem lhe tirar nenhuma das defesas que ela encerra, com respeito á supremacia do poder civil sobre a igreja.

Todavia, se lhe preguntassein, se elo, orador, desejava que essa lei fosde discutida muito cedo, diria que não achava nisso vantagem alguma, por entender que era necessário deixar radicar bem na consciência de todos aquilo quo na Lei da Separação representa somente uma legitima defesa do Estado, e pôr em evidência aquilo quo nela representa uma imperti-nf-ncia inútil.

Estimaria mais, contudo, que essa discussão se fizesse estando no poder o Sr. Afonso Costa, como autor da Lei da Separação, porque lhe parecia que ela havia de ser feita com mais liberdade do que agora vai ser.

Nada terá que estranhar o Governo da atitude dele, orador, e dos seus amigos, relativamente à amnistia e á discussão da Lei da Separação, porque ela será duma inteira liberdade, mas duma rompida cor recção.

Se o Ministério quiser fazer o que o Sr. Presidente do Ministério chamou uma política de acalmação, quiser restabelecer a harmonia, desde há muito perdida, na família portuguesa, só tem uma cousa a fazer, é administrar e governar para o país, por cima dos partidos.

Se o Governo, partindo do princípio que o poder, sendo de todos, não é de ninguém e que não se pode negar a nenhum partido aquilo que justamente lhe pertence e entender que os encargos do Estado são para todos, mas que os favores do Estado não podem ser monopólio de ninguém; se o Governo fizer o conseguir que saia do Parlamento uma boa lei eleitoral e uma honesta divisão de círculos, de modo que permita uma honesta consulta ao eleitorado, de modo que as eleições sejam dignas duma democracia, o Governo terá prestado o maior e o mais inapreciável dos serviços.

Isto pode exigir-se de todos os Ministérios, mas sobretudo dum Ministério quo se apresenta som vir pela mão dum partido.

Nestes termos, perante a declaração ministerial, tem a dizer quo a atitude da união republicana, dentro e fora do Parlamento, será aquela quo a união já dc-

Diàrto da Câmara dos Deputados
finiu perante o Sr. Presidente da República, nos termos duma mensagem que o Sr. Presidente do Ministério conhece.
Nenhuma paixão política desvairará o partido em nome do qual fala, porque nenhuma paixão política o move. Por conseguinte, só tem que aguardar os actos do Ministério, e, o seu procedimento, para, por eles, moldar a sua conduta. Quer dizer, que o Governo que naquele momento se apresenta terá da união republicana todo aquele apoio e auxílio que o Governo lhe impuser pelos seus actos.
O d!fic,urnn será publicado ixt íntegrn qutindv o oradur restituir as nottis titrjui-yrá ficas.
O Sr. António José de Almeida: — Sr. Presidente: tenho muito que dizer sobre a crise ministerial que afundou o Governo transacto e trouxe à tona da política o actual Ministério, mas as ocasiões não hão-de faltar para a min lia crítica se exercer contundente e severa. Por hoje quero limitar-me a fa/er simples declarações, que eu posso concretizar nesta palavra — oposição!
Oposição formal, expressa, severa e apertada, embora, é elaro, liai, republicana e patriótica. Porque, entendamo-uos, o partido evolucionista nunca faltou nem faltará a qualquer Governo com a sua solidariedade republicana.
A mensagem ministerial fala em paz c concórdia, fazendo destas duas palavras o balanço em que oscilará como uma pêndula a sua acção governativa. A sua obra, diz, vai ser de reconciliação, de acalmação, de pacificação.
^ Que medida nos traz ele para conseguir este desidaratum'} A revisão das leis que regulam o princípio associativo o de reunião, ti promessa dumas eleições livres garantindo a genuinidade de voto, a revisão da Lei da Separação c uma ampla amnistia para os delitos políticos e- sociais.
Está bem. E como o partido evolucionista presta sempre homenagem à verdade e à justiça, pode o Governo contar com o seu apoio para estas medidas salutares. ^Ató onde irá esse apoio? Não sei, visto que só o âmbito das respectivas propostas de lei pode marear o limite do mesmo apoio.