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aplicada fora dos seus estritos termos, mas inventando uma Lei da Separação, que não era a que fora escrita e que eles se entretiveram a considerar uma lei de intolerância e de perseguição para a atacar, para anunciar uma paz religiosa que seria fundada nos escombros dessa lei.

Rssa campanha não alcançou fundas raízes no país, porque o povo tem sentimentos de patriotismo, de republicanismo e de liberalismo contra os clericais que a levantaram em vão.

Km vão se mantiveram como velhos loucos gritando inutilmente contra a lei, porque, cie facto, nla tinha sido a realização da aspiração mais forto da alma nacional, aspiração que vinha das primeiras idades do país.

E, portanto, perfeitamente inútil votar contra ela, quando não fosse com o propósito honrado de a aperfeiçoar. Os que quiseram lutar contra cia caíram no chão; a reacção clerical confundiu-se cora a j-eâi/vlc. política e ;is suas tentativas de destruir a República foram sempre auxiliadas por gritos de ódio contra a Lei da Separação. K rã o penião de revolta.

Ainda a lei não estava publicada, já os padres punham em prática as primeiras tentativas de rebelião contra ela, fazendo ler cm todas as igrejas, no mesmo dia e à mesma hora, a famosa pastoral defensora da Companhia de Jesus, padres clericais, reaccionários e ultramontanos, os maiores inimigos da religião católica. As rebeliões contra a República tiveram sempre esse ponto de apoio, mas como eram levantadas sobre a areia, caíram esquecidas como cies se esqueceram da história pátria, das suas lutas, da consolidação do poder rial, das páginas brilhantes do período pombalino e ainda dos conflitos liberais de 1834. Todos os combates foram vãos, rolaram no solo todos os adversários da República e da lei e todos* cies Hzcram a mais aviltante c miseranda figura que a História regista ao evocar essas incursões e tentativas.

A tais adversários quási não pode dar-se o direito de combaterem. Várias vezes à República lhes preguntou o que queriam e animou a que pedissem reformas alterações ou modificações na lei. De dentro e fora do Governo inqucria-se-lhes onde estava a intolerância e o sectarismo, os propósitos de diminuir a natural e le-

Diàrio da Câmara doe Deputados
j gítima expansão de qualquer confissão religiosa. Sempre o silêncio, a breve trecho secundado pela traição com que se perturbava toda a acção geral da República.
Os bispos eram convidados pelo Ministro da Justiça do Governo Provisório a dizerem o que pensavam acerca da Lei da Separação, votada por unanimidade em Conselho de Ministros, a que correspondia a unanimidade dos republicanos, fizeram a sua exposição com as securas do costume o com reclamações inatendí-veis, sobretudo na parte material.
Apareceu, ontão, a lei; —e os signatários da pastoral defensora da Companhia de, Jesus fecharam-se na sua torro de marfim, abstiveram-se de reclamar, e o Governo Provisório encontrou-se em frente duma perfeita cabala contra um diploma que havia sido escrito para dar satisfação a todas as religiões dentro do país, que inscrevia nas suas leis, e na forma mais essencial, a liberdade de consciência e a comp"(enfe libe.rdadc de cultos. E agora que a amnistia ihes deu a pus.oÍMÍiidadc de regressarem aos seus postos fizeram, ape-nau, unpalliar v, n R papéis com assinaturas vagas e anónimas de cat<íi>n portugueses, onde. não há senão um rcervo Ao lado destes adversários, que são contrários, outros houve que queriam a Lei da Separação cm vinte e quatro horas, como se ela pudesse ser obra feita, ajustada e certa, sem conhecimento, nem dos factos, nem da situação das classes e dos indivíduos, o principalmente dos que tinham res-ponsabilidades no direcção do partido católico e do partido ultramontano, sem se saber se a reacção produzida por esses indivíduos bastaria o cumprimento das leis de Pombal e de Aguiar.