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Sessão de 5 de Agosto de 1918 11

em face da transformação que a guerra acelerou, dos princípios que tem até aqui regido a organização e a vida dos povos, é transigindo inteligentemente em todos os campos que o capitalismo pode minorar as colisões irredutíveis e dolorosas que o proletariado é o primeiro a não desejar.

O Sr. João Henriques Pinheiro: - Invoco o artigo 68.° do Regimento.

O Sr. Amâncio de Alpoim: - Está lendo um programa. Não é um discurso.

O Sr. Presidente: - Está V. Exa. com a palavra.

O Orador: - Vou continuar.

Continua lendo.

Sr. Presidente: por esta declaração, que acabei de ler, vê-se que um grande espírito conciliador anima o partido socialista, os trabalhadores portugueses e os indígenas.

São mínimas as reclamações nela contidas. Tive o prazer de as ler nesta assemblea depois de ter ouvido as declarações feitas aqui, nesta sala, pelo Sr. Secretário de Estado do Interior e tambêm pelo Sr. Secretário de Estado do Comércio, relativamente a medidas que julgam absolutamente necessárias para reprimir o proletariado e evitar os seus movimentos de justo protesto contra a sua precária e aflitiva condição. Essas palavras são justamente consideradas pelo prolectariado como uma declaração de guerra. Não obstante isso...

O Sr. Tamagnini Barbosa (Secretário de Estado do Interior): - V. Exa. não estava com atenção.

O Orador: - Não está o Govêrno na intenção de abolir o direito à greve?

O Sr. Presidente: - Já passaram os dez minutos.

O Orador: - Peço que me reserve a palavra.

O Sr. Tamagnini Barbosa (Secretário de Estado do Interior): - Responde ao orador antecedente, salientando as disposições legais existentes sôbre o exercício do direito da greve.

O discurso será publicado na integra quando S. Exa. restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente: - Vai entrar-se na ordem do dia. Os Srs. Deputados que tiverem documentos para mandar para a Mesa podem fazê-lo.

O Sr. Cruz Amante: - Eu tinha pedido a palavra a V. Exa.

Vozes da esquerda: - Ordem do dia, ordem do dia.

O Sr. Cruz Amante: - Peço a V. Exa., Sr. Presidente, que consulte, a Câmara sôbre se permite quê use da palavra, pois prometo tomar pouco tempo à Câmara.

O Sr. Presidente: - Consulto a Câmara sôbre se permite que o Sr. Deputado Cruz Amante use da palavra.

Consultada a Câmara, resolveu afirmativamente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Cruz Amante.

O Sr. Cruz Amante: - Protesta contra o ataque feito ao Sr. governador civil dê Coimbra pelo Sr. Correia Monteiro, classificando o procedimento deste Sr. Deputado como menos digno.

O discurso será publicado na integra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

Levantam-se protestos ruidosos nas bancadas da esquerda, reclamando alguns Srs. Deputados que o Sr. Cruz Amante retire as suas expressões.

Nas bancadas da direita outros Sra. Deputados respondem que o Sr. Correia Monteiro usou primeiramente de. expressões ofensivas, classificando de deslial a atitude do Sr. governador civil de Coimbra.

O Sr. Presidente: - Convido o Sr. Cruz Amante a retirar a expressão ofensiva que usou no seu discurso.

Muitos apartes.

O Sr. Cruz Amante: - Não houve da minha parte intenção de ofensa pessoal.

Muitos apartes.