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Diário dm Câmara do& Deputados

O Sr. Paiva Gomes : — Sr. Presidente : pedi a palavra para chamar a atenção do Governo para os efeitos das trovoadas em determinados concelhos do norte do País, porquanto os prejuízos causados são realmente consideráveis. Eecebi reclamações sobre o assunto por parte dos concelhos de Tabuaço e Armamar, e justo seria que o Governo atendesse à situação crítica em que se encontram os proprietários da região, pois que não só as colheitas ficaram destruídas em parte dos referidos concelhos, mas ainda os caminhos ficaram intransitáveis. Parece-me que a assistência do Estado se deve efectivar sob o ponto de vista de melhorar a situação daquelas regiões, tornando os caminhos transitáveis, e promovendo, ao mesmo tempo, trabalhos públicos, o que remediará a crise de falta de trabalho com que ali muita gente está lutando.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva):— Sr. Presidente: em-resposta às considerações do Sr. Paiva Gomes, devo dizer que, infelizmente, mais duma vez tem sido solicitada a assistência do Estado por virtude de circunstâncias idênticas. Comunicarei o caso ao meu colega do Comércio, e estou certo de que ordens serão dadas no sentido requerido polo ilustre Deputado. Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu : — Sr.

Presidente: é de lamentar que nos poucos dias em que é possível agora tratar de assuntos de ordem geral, para o que está, pelo Regimento, reservado o espaço de «antes da ordem do dia», os membros do Governo não se encontrem presentes, de modo aos Deputados poderem tratar de tais assuntos e reclamar para eles a sua atenção.

Não se compreende, seja qual for o motivo, porque o Governo, ou pelo menos algum dos seus membros, não comparece no princípio das sessões.

Sr. Presidente: estava inscrito para falar quando estivesse presente o Sr. Ministro das Colónias, e aguardarei a chegada de S. Ex.a para tratar do assunto para que pedi a palavra»

Devo dizer que S. Ex.a esteve aqui efectivamente ontem, mas mandou-me pedir para o dispensar, porque tinha urgência em sair da Câmara, e combinámos que compareceria hoje antes- da ordem.

Aguardarei do novo a vinda do Sr. Ministro das Colónias.

E estando na- Câmara o Sr. Presidente do Ministério, eu peco a S. Ex.a o favor de chamar a atenção do Sr. Ministro do Comércio para outro assunto.

A Câmara sabe — e estes assuntos já em nada impressionam a opinião pública— que há dois dias se deu um UDVO incêndio em depósitos pertencentes aos Transportes Marítimos do Estado, incêndio que, porventura, teve por fim aquilo que o Sr. Presidente do Ministério dissa há dias na Câmara : j acabar com aquele foco de infecção !

O Sr. Presidente, do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva) :— Qual foco de infecção ?

O Orador :— O dos Transqortes Marítimos do Estado.

E o terceiro incêndio que se verifica em curto espaço de tempo em depósitos e materiais dos Transportes Marítimos do Estado!

Ainda hoje a imprensa faz referência a este caso e acentua que a impressão geral é de que o incêndio não foi casual.

Ontem o jornal A Pátria acentuava este facto e estranhava que se não tomassem providências rigorosas, de modo a proceder-se a um inquérito minucioso sobre assunto de tamanha gravidade, e hoje li em outro jornal que o Sr. Ministro do Comércio mandou proceder a averiguações a este respeito.

Em face do que os jornr.is dizem, a impressão que se estabeleceu na opinião pública —e há todo o direito de o supor— é de que não se trata de um incêndio casual.

Os prejuízos, que vejo computados em 800 a 1:000 contos, são importantes.

Tenho a impressão de que, a continuar este desleixo, a vontade do Sr, Presidente do Ministério, para se acabar ?om aquele foco de infecção, vai ser satisfeita dentro de pouco tempo.