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Diário da Câmara dos Deputados

narquiá que perdemos grande parte de nosso domínio colonial, que foi ela que nos fez perder Olivença^ e que foram os seus adeptos que maiores campanhas fizeram contra a intervenção de Portugal na guerra?

Queria o Sr. Carvalho da Silva, que me esquecessse de que foram os monárquicos, demonstrando a sua falta de patriotismo, que se forarn armar em Espanha para atacar a bandeira da República, com^o fim de a derrubar, quando, se tal sucedesse, poderia porventura ser derrubada a integridade da Pátria?

Não, Sr. Carvalho da Silva.

Eu não estou aqui para agradar a V. Ex.a nem aos seus correligionários.

Sempre fui republicano, e hei-de sempre proclamar bem alto, com toda a força dos meus pulmões, as virtudes do ideal republicano, as glórias da Eepública e da raça.

Não, Sr. Carvalho da Silva.-

Não venha V. Ex.a com palavrinhas doces, querer fingir que lança uma onda de bondade na família portuguesa.

Nós, republicanos, 'estamos fartos de saber como as palavras dos monárquicos correspondem aos actos,

Nós não esquecemos as amabilidades de que fomos alvo, durante o consulado de Sidónio Pais, nem tam pouco que foi durante esse consulado que os monárquicos foram os verdugos'dos republicanos. (Apoiados}.

Igualmente não podemos esquecer que foi exactamente durante o dezembrismo que os monárquicos se fingiram republicanos, para mais fundo,, para mais vil-mente, cravarem o punhal envenenado no coração da República. (Apoiados),

Não têm os monárquicos autoridade para vir aqui falar em pacificação da família portuguessa, quando todos sabemos como vai adiantada a obra de combate, a obra da conspirata, feita por eles contra a República.

Só quem não conheça o que se faz na província, em volta de soldados e oficiais dos regimentos ali aquartelados é que. não sabe como os monárquicos, com o seu habitual" ódio e rancor, se preparam para dar o salto de hiena que derrube a Repú-' blica.

Eram estas palavras que tinha de dirigir ao Sr. Carvalho da Silva, e lamentar

que S. Ex.a não tivesse apontado as frases concretas que tinham saído da minha boca.

Emquanto S. Ex.a fica a pensar nas frases aqui proferidas, eu fico no mesmo campo em que tenho estado, à espera do ver quando é que as palavras ie S. Ex.a correspondem a factos.

Até aí, tem de proclamar as virtudes e glórias da República. Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente : em poucas palavras vou" responder aos ilustres Deputados Srs. Agatão Lança e João Camòesas, mas,'pelo muito respeito que tenho pelo prestígio parlamentar, não posso acompanhar os ilustres oradores nos termos em que falaram;

Chamou-me o Sr. João Carneesas o homem mais importante da monarquia; j enganou-se S. Ex.a porque ajpenns sou um soldado disciplinado da cmisa. que defendo !

Já o mesmo não sucede com o ilustre Deputado Sr. Camòesas, cujo nome é o mais apregoado de todos os Deputados.

S. "Ex.", sem lisonja, é, indiscutivelmente, um dos homens em quem a Ropú-blica deposita uma das maiores e mais bem fundas esperanças.

Não respondo nos mesmos termos, repito. Não foi a primeira vez quê o Sr. Camòesas proferiu este discurse, já de todos nós muito conhecido.

O Sr. João Camòesas. que tom a propriedade de saber dizer as mesmas cousas por forma que tanto cabem na discussão dum orçamento como err. qualquer outra, sem querer, talvez, já fez este mesmo discurso muitas vezes.

Referiu-se S. Ex.a à atitude dos monárquicos na situação Sidónio Pais. Os monárquicos não repudiam nenhuma das responsabilidades que lhes possam caber nessa situação política, mas mio querem aquelas que não lhes pertencem.

Já mais duma vez tive a hoara de dizer nesta Câmara que, em questões de ordem pública e internacionais, os monárquicos deram todo o seu apoio à situação Sidónio Pais. E disso se não arrependem.