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Cessão âe 2 de Agosto de

gum se excedeu a possibilidade das matas nacionais, ou seja o rendimento que a seu capital lenhoso permite anualmente auferir.

Dito isto, permitam que faça notar o importante aumento da área sujeita à acção dos Serviços Florestais no período de vinte anos a que me reporto.

Em 1901-1902 a acção dos Serviços Florestais exercia-se unicamente gôbre uma superfície de 33:303 hectares, compreendendo, além das dunas, em que pouco então se despendia, dois perímetros de arborização nas serras, com a área de 14:118 hectares, criados em. 1838, em virtude da reforma dos Serviços Florestais de 1886. - '

Esses dois perímetros de arborização eram o do Manteigas, na Serra da Estrela, e o do Gerez, na serra deste nome.

Actualmente a acção dos mesmos Serviços exerce-se directamente sobre 78:047 hectares e indirectamente sobre 152:853, ou seja ao todo sobre 230:901, sendo de l f o 'número de perímetros em via de arborização nas serras e outros tantos nas dunas, sem falar nos baldios já arboriza-, dos ou em via de valorização nas planícies e das matas de corpos ou corporações administrativas directamente exploradas pelo Esta'do ou sob a'sua fiscalização.

Estes dados mostram suficientemente o desenvolvimento que p s Serviços Florestais tomaram, devido aos efeitos do artigo 45.° do j ú referido decreto .de 24 de Dezembro de 1901-, que lhos deu a autonomia administrativa, e as mais disposições dessa lei, que estabeleceu o regime florestal.

Mas se considerarmos a obra a realizar e ponderarmos que dos 33:930 hectares de dunas nióveis e estéreis, que havia por fixar em 1896, ainda faltam arborizar 29:848 hectares; qup dos 34:811 hectares dos perímetros pouco a pouco crjados nas cumiadas das serras só se tem revestido 6:000 hectares, e que, para bem do regime dos nossos principais cursos de água e melhoramento dos nossos portos de mar, muito conviria arborizar nas montanhas:

litíctaroi

Além-Dourp........ 110:700

Entre Douro e Tejo . . . \ . 180:400

Alentejo.......... 8:100

Total . , . . . 299:200

facilmente deduziremos que pelo fundo especial dos Serviços Florestais e Aqiiico-las, apenas constituído pelas receitas provenientes dum pequeno núcleo de matas em produção, só decorridos séculos, quando não receba qualquer auxílio, se poderia levar à efeito a empresa iniciada.

Necessário é que nos convençamos de que jamais os capitais particulares seem-pregarãp na. dispendiosa tarefa de fixai-os nossos areais estéreis ou no reyesíi-mentq florestal das cumiadas, onde teriam de lutar não ró com os elementos atmosféricos, mas com a anii»!adversão dos povos serranos.'

Auxiliemos, pois, a obra de arborização empreendida pelo fundo especial doe Serviços Florestais e Aqiiícolas, e isto |anto mais é para a^ aconselhar que a guerra de 1914 'a 1916 bem demonstrou não só a utilidade das matas sob o ponto de vista estratégico, mas também sob o económico.

Foi devido ao capital lenhoso (em 1900, segundo a Carta Agrícola, ocupava hectares 1.956:540 ou seja 22 por cento d a superfície do nosso país) que a partir do 1916 -as noç.sas indústrias e os nossos caminhos do ferro se puderam manter em actividade, não obstante lhes faltar quási por completo l milhão de toneladas de carvão ,mineral que anualmente importavam para a sua laboração.

Tivemos, pois, de substituir durante trCs anos este déficit, ou seja de consumir anualmente a mais, que em tempos normais, 3.400:000 metros cúbicos de lenhas, volume necessário para perfazer as calorias que o carvão mineral deixou de fornecer.

Necessitamos reparar as perdas sofridas, tanto mais que a exportação que antes da guerra se fazia de produtos florestais (madeiras, cortiças e produtos resinosos), e que convém manter para bem da nossa balança comercial, constituía uni dos seus mais importantes factores.