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Sessão de 15 de Dezembro de 1925 13

niência que se realize um inquérito parlamentar para apuramento das responsabilidades dos casos que politicamente se ligam com o Banco Angola e Metrópole, afirma o seu maior respeito pelo Poder Judicial. - Ermano de Morais da Cunha e Costa.

O Sr. Manuel José da Silva: - Sr. Presidente: cumprindo o Regimento, leio a minha

Moção

A Câmara, reconhecendo que o Poder Legislativo deve manter-se sempre, quanto à vida de relação com os outros Poderes do Estado, na posição que a Constituição da República define, afirma a sua decidida vontade de que, com a maior brevidade, se averiguem, no caso do Banco Angola e Metrópole, todas as responsabilidades, caibam a quem couber, e se faça inteira justiça, e passa à ordem do dia. - Manuel José da Silva.

Sr. Presidente: é a primeira vez que falo na Câmara dos Deputados, nesta sessão legislativa. Cumpro, pois, o dever de apresentar a V. Exa., Sr. Presidente da Câmara, as minhas homenagens pessoais, felicitando-o pola alta honra que a Câmara dos Deputados a V. Exa. concedeu, elegendo-o seu Presidente.

A todos os parlamentares, desde a extrema esquerda desta Câmara à extrema direita, envolvendo, não só aqueles com quem mantenho relações pessoais, mas até mesmo aqueles que nesta Câmara cometeram já a descortesia de se afirmarem inaptos para saudações, apresento os meus respeitosos cumprimentos, afirmando a todos a minha inabalável disposição de a todos dar, na alta missão que nos incumbe, a colaboração leal...

O Sr. António Cabral: - Eu não pratico aqui descortesias, nem permito a ninguém que faça tais afirmações. Não confunda V. Exa. o que é um acto político, uma afirmação política, com uma descortesia política, que eu seria incapaz de praticar aqui dentro da Câmara ou em qualquer outro lugar!

Apoiados da extrema direita.

Vozes: - Mas então quem é que tem a palavra?

O Orador: - Sr. Presidente: se não bastassem as palavras há dias proferidas pelo leader da minoria monárquica, por ocasião da posse do V. Exa. do lugar de Presidente desta Câmara, bastava o facto que agora se verifica: é uma descortesia interromper um orador sem lhe pedir licença!

Apoiados.

O Sr. António Cabral: - Descortesia está-a praticando V. Exa.! (Apoiados e não apoiados). Temos de nos respeitar mutuamente! Eu não falto ao respeito a ninguém, e não permito, portanto, que me faltem ao respeito a mim! Tenha V. Exa. a certeza disso!

O Sr. José Vicente Barata (em àparte): - E que para V. Exas. há direitos especiais!...

Risos.

O Sr. António Cabral: - V. Exa. está lá na sua escola!...

O Sr. José Vicente Barata: - Onde me acostumei a ser educador, e é por isso que assumo esta atitude com V. Exa.! Se V. Exa. tivesse passado pela minha escola tinha, outros processos!

Vozes: - Ordem, ordem!

O Sr. Presidente: - A ninguém é permitido interromper um orador.

Apoiados.

O Sr. António Cabral: - Mas eu pedi licença para interromper. Não admito, portanto, que estejam a dizer cousas que não são verdade!

Apoiados da extrema direita.

O Orador: - Por intermédio de V. Exa., Sr. Presidente, eu desde já concedo ao Sr. António Cabral o direito de me interromper sem pedir licença... Mas antes das minhas palavras, é descortesia - classifiquei bem - o interromper-se, mesmo pedindo licença, sem que eu tenha concedido permissão para tal!

Apoiados.

Sr. Presidente: as pessoas que, como eu, ocupam na Câmara uma situação de