O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 15 de Dezembro de 1925 17

Mas, Sr. Presidente, todas as praxes estão transtornadas, com mágoa o sentimento profundo vejo transtornados todos os bons princípios.

Vejo pedir explicações pelo que escreve a imprensa, a quem porventura nem conhecimento tem dessas palavras.

Com que direito se faz isto?

Para quê, senão para desviar as atenções do Parlamento o da nação de uma questão como esta, que posa sôbre o regime como chumbo, porque o regime está envolvido nos ta questão desastrada.

Uma voz: - Não apoiado.

O Orador: - Podem V. Exas. dar quantos não apoiados quiserem.

Trocam-se àpartes.

O Orador: - Quando V. Exas. ou pelo menos outros republicanos, porque V. Exas. ainda seriam muito novos nesse tempo, quando V. Exas. trataram no Parlamento o nas colunas da imprensa republicana da questão do Crédito Predial, que nem de longe só assemelha a esta, a quem atribuíram V. Exas. a responsabilidade?

À Monarquia.

Uma voz: - Aos homens principais da Monarquia.

O Orador: - V. Exas. sabem que há sentenças do Poder Judicial já depois da República...

Trocam-se àpartes.

O Orador: - Mas digam-mo V. Exas. serenamente: £0 que tinham êsses homens principais da Monarquia com um alcance vulgar o que sucedo a cada passo?

O Sr. Pires Monteiro: - E o que têm os homens da República com as notas falsas?

O Sr. Cunha e Costa: - Quais notas falsas?

O Orador: - O que digo é que V. Exas. atribuíam a culpa de um alcance do dois empregados menores do Crédito Predial à Monarquia, quando nesse caso não havia ninguém envolvido que na Monarquia tivesse uma posição de relevo.

Êsse alcance de empregados menores sucedo a cada passo nos Bancos, nas casas bancárias, nas casas comerciais.

Porventura o regime tem culpa disso?

Uma voz: - E que culpa tem o regime republicano dêste caso das notas falsas?

O Orador: - Digo eu que êste escândalo do Banco Angola o Metrópole recai sôbre o regime, porque nêle andam envolvidos homens de grande relevo no regime republicano.

Trocam-se àpartes.

O Orador: - Deixem-me V. Exas. prosseguir e não mo distraiam do fio das minhas considerações.

A verdade, ia eu dizendo, é que parece querer distrair-se a atenção do Parlamento e da nação dêste crime gravíssimo, que está apaixonando o país inteiro.

As palavras proferidas pelo orador que me precedeu pareceram destinadas a desviar a atenção do Parlamento e da nação do caso de que se trata, porque S. Exa. tratou de tudo, menos da questão do Angola e Metrópole.

Que tem com esta questão aquilo que se passa nas sessões particulares das Juventudes Monárquicas Conservadoras? Pois S. Exa. tratou disso, tratou dos artigos do Correio da Manhã, do Dia, e não tratou da questão do Angola e Metrópole. S. Exa. até já se referiu a umas palavras que eu proferi, ou que o Correio da Manhã publicou, como proferidas por mim na reunião das Juventudes Monárquicas, de que o Parlamento era um "covil de misérias".

Sr. Presidente: a minha experiência do velho parlamentar fez-me convencer de que o Parlamento era um dos travões mais perniciosos q ao havia para os legítimos interêsses da nação; essa convicção arreigou-se no meu ospíriíor e hoje, anti-parlamentar como sou, embora aqui ocupe um lugar imposto pelo meu partido, e eu tenho de ocupar todos os lugares e postos impostos pelo meu partido contra a República, essa opinião está hoje mais arreigada no meu espírito, e, se não estivesse, ela se me arreigaria mais profundamente depois de sessões lamentáveis, a que não sei só o Sr. Depu-