O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6 Diário da Câmara dos Deputados

É de lamentar, Sr. Presidente, que sempre que são julgados republicanos a justiça se faça sempre sentir desta forma.

O meu desejo é que a justiça seja absolutamente imparcial, quer se trate de monárquicos, quer de republicanos, de modo que a lei se cumpra, o que não aconteceu neste caso, conforme o Sr. Ministro da Justiça terá ocasião de verificar, mandando proceder a um inquérito rigoroso.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Catanho de Meneses): - Sr. Presidente: ouvi com a máxima atenção as considerações feitas pelo Sr. Raimundo Alves relativamente a um julgamento que teve lugar nas Caldas da Rainha.

O que S. Exa. revelou à Câmara é, na verdade, grave e assim vou dar conhecimento do assunto ao Conselho Superior Judiciário, a fim de que êsse alto Corpo mande proceder a um inquérito, como aliás S. Exa. alvitrou, de forma a que se possam apurar as responsabilidades havidas no caso a que S. Exa. se referiu.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ramada Curto: - Sr. Presidente: pedi a palavra apenas porque sou uma pessoa curiosa. Desejava que o Govêrno informasse o Parlamento do que há de verdade a propósito de alterações de ordem pública.

Diz-se que estão em Cacilhas batarias de artilharia. E a primeira vez que aquela terra é elevada a tamanha categoria histórica...

Desejava que o Govêrno satisfizesse a natural ansiedade de todos nós.

Há, de facto, fôrças insurreccionadas? Esta revolução é, certamente, uma das três, que aqui anunciei a quando da apresentação do actual Govêrno.

Disse eu então que à avia três revoluções na forja: n.° 1: uma revolução de carácter conservador ou fascista; n.° 2: a de sentido contrário; e, finalmente, a n.° 3:. aquela de que se pode lançar mão em qualquer ocasião.

Eu desejava, repito, que o Sr. Ministro da Justiça informasse a Câmara, através da sua palavra sempre correcta, se realmente, estamos ou não em revolução, se há ou não tropas insurreccionadas e se-há ou não um movimento militar em Cacilhas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Adolfo Leitão: - Sr. Presidentes desejaria usar da palavra estando presente o Sr. Ministro da Instrução Pública, mas visto que S. Exa. não está, peço ao Sr. Ministro da Justiça a fineza do lhe transmitir as minhas rápidas considerações.

Quando, há dias, o Sr. Ramada Curto dizia, a propósito da débâcle do Teatro Nacional, que era preciso afinar o diapasão da arte dramática, toda, a Câmara aplaudiu as suas palavras. E por isso de lastimar que êsse diapasão tenha baixado ao ponto mais degradante a que poderia ter baixado. O que se está passando no Teatro Nacional é extraordinariamente vergonhoso!

Há para aí uma cousa a que se chama Conselho Teatral, que deveria olhar para o Teatro Nacional de uma forma bem diferente daquela que tem seguido até aqui.

Subiu, há dias, à scena, na primeira casa de espectáculos do País, uma peça que envergonha aqueles que a interpretam, os que a traduziram e as pessoas que assistem à sua representação.

O público não tem lá ido, dando assim um belo exemplo de consciência e de dignidade.

Peço ao Sr. Ministro da Justiça que transmita ao seu colega da Instrução Pública estas minhas considerações, cônscio de que S. Exa. vai tomar as providências que o caso requer.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Catanho de Meneses): - Quando o Sr. Ramada Curto estava falando, distraí-me e, por isso, não lhe dispensei, involuntariamente, a atenção com que deve estar o Poder Executivo quando qualquer membro do Poder Legislativo se lhe dirige. Dito isto, devo declarar ao ilustre Deputado que, telefonando, há pouco, para o Sr. Ministro da Marinha, S. Exa. me deu as seguintes informações: que efec-