O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Cessão de 4 de fevereiro de 1926 15

juntando a êsses meus cumprimentos as minhas homenagens pessoais.

Não quero mesmo, neste momento, esquecer aqueles homens públicos do meu país que, antes de me saberem filiado num partido da República, confiaram na honestidade do meu trabalho, na lealdade que prestaria às instituições, o me chamaram a uma cooperação que muito me honrou.

A estima de um amigo há alguns anos, atirara-me para preocupações que até então não tivera, justamente no momento em que todos os nossos males, como que hipertrofiados pela guerra e pela política que só lhe seguiu, exigiam o esfôrço de nós todos, e Sr. Presidente, eu nunca me recusei a prestar o esfôrço que na medida dos meus recursos fôsse capaz de prestar.

Essa mesma guerra fora uma escola de provações, mas constituíra também uma razão para que muitos daqueles que nos eram quási estranhos passassem a ser nossos amigos, e, eu como técnico, prestei, na medida da minha acção, todos os serviços que a política de mim exigiu, por isso que sou daqueles que, sendo técnicos, entendem que são as directivas políticas que orientam os técnicos o não os técnicos que orientam a política.

Apoiados.

Assim, quási que sem o pressentir, fui envolvido por essas pessoas com quem trabalhava, numa atmosfera de favor que não merecia (Não apoiados], mas foi essa atmosfera que me trouxe a esta Câmara sem que eu tivesse de ostentar pergaminhos que não possuo, nem que andar a rondar pelas ante-câmaras em busca de lugares políticos que me acreditassem junto de V. Exa. e que o meu bom senso nunca ambicionou.

A todos aqueles que julgaram que eu era digno da sua estima, endereço, pois, o meu reconhecimento.

Até hoje - e espero que nunca me venha a suceder o contrário - jamais servi outro patrão que não fôsse o Estado, que ainda hoje mo manda pagar, e do qual ùnicamente recebo aquilo que possa constituir o prémio do meu trabalho. Sou daqueles que, nesta hora, crêem na acção da justiça; sou daqueles que sabem que dessa justiça há-de sair a verdade inteira para glória da Pátria e da República.

Sr. Presidente: sou daqueles que ainda querem crer que não é um crime que desonra uma pátria, mas que a impunidade para êsse crime é que poderia causar tal desonra.

Apoiados.

Sei, também, que é necessário investigar.

Sr. Presidente: apresentei uma moção; e é, pois, minha obrigação defendê-la.

E, como me habituei sempre a fundamentar a minha opinião com alguma lógica, e como V. Exas. todos podem reconhecer em mim alguns erros, quero crer, no emtanto, que nunca serão capazes de supor que eu prevariquei; e, assim, eu entendo que em voz alta devo justificar o meu voto e a minha opinião, definidos nos termos da moção que mandei para a Mesa.

Para o fazer, permitam-me V. Exas. que diga o que penso sôbre os crimes que agora nos preocupam a todos.

Quanto a mim, êsses crimes têm três fases distintas.

Há uma primeira fase em que trabalham os percursores do Banco Angola e Metrópole, mas essa primeira fase não creiam V. Exas. que tivesse saído do génio único de alguém. Não.

O que houve foi um sistema como o dos tubarões que andam no rastro dum navio, e êsse navio é o Estado, à espora que alguma vítima caia, para satisfazerem os seus apetites, ou que vão buscar os sobejos, que da tolda lhes atiram, para os aproveitar - e se, porventura, êsses sobejos não aparecerem, haverá quem os roube!...

Efectivamente, se nós quisermos analisar documentos que já são públicos - e eu simplesmente farei uso daqueles que, publicamente, todos podem conhecer - iremos encontrar nessa primeira fase, que é uma burla e uma falsificação, ideas que, com um fim muito diverso, umas foram tornadas públicas, outras eram de reserva oficial, mas que alguém as forneceu aos criminosos.

Sr. Presidente: nunca faço afirmações que não seja capaz de comprovar, e que ninguém tire, do que vou dizer, conclusões, senão aquelas que se contêm nas minhas palavras!

O primeiro elemento que publicamente levantou a possibilidade que os crimino-