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Sessão de 8 de Fevereiro de 1926 17

coes e todos tinham a convicção intima que o caso se complicaria de tal forma que seria inevitável uma resolução.

Quando as investigações mudaram de rumo dizia-se que o novo magistrado não tinha espírito judicial; que não possuía a frescura necessária - como se ela fôsse necessária para estas cousas - numa palavra, que não prestava o rumo que o Govêrno tinha dado às investigações.

Hoje porém as cousas mudaram e só há uma que eu não compreendo: é a razão por que ainda se discute uma proposta na generalidade, quando toda a gente está convencida da sua utilidade.

Apoiados.

E assim que não damos razão aos que lá fora dizem que nós estamos apostados em nada fazer.

Que culpa tenho eu de que o Partido Nacionalista tenha aspirações a ser Govêrno?

Mas os partidos políticos não se fizeram para outra cousa!

Eu não compreendo a posição de pessoas que vão para as cadeiras do Govêrno dizendo que não são políticos.

O Sr. Carvalho da Silva: - Então seja demitido o Sr. Ministro da Marinha que declarou que não era político.

O Orador: - S. Exa. é até essencialmente político, e tem o demonstrado. O que êle quere dizer é que não é político à moda de alguns; não é um político negativista, não é um político como V. Exa., puramente derrotista, sem utilidade, alguma na sua actividade parlamentar. Isso é que não é e honra-se muito com isso!

Apoiados.

V. Exa., Sr. Carvalho da Silva, inteligente como é, devia usar da sua inteligência para exercer uma acção mais proveitosa ao país. Assim, por exemplo, V. Exa. homem honrado, devia ter um procedimento honesto dentro desta Câmara, já que anda a dizer constantemente mal da República, dizendo que, pelo menos, agora se seguiu um processo diferente daqueles que se tem seguido até aqui.

Não queira V. Exa. ser representante da nação, para a representar tam mal.

O Sr. Carvalho da Silva: - V. Exa. é que a representa bem!...

O Orador: - Represento-a um pouco melhor do que V. Exa., sem desprimor para si.

Mas, ainda quanto à moção do Sr. Pestana Júnior, êste Govêrno não fez, nem faz coação alguma para que se não fiscalizem os seus actos. De resto, até tem sido fácil fazer essa fiscalização,, porque não tem sido realmente muita a legislação trazida a esta Câmara pelo Govêrno, e não tem - e respondo desta forma às acusações feitas ao Govêrno nesse ponto - porque o Govêrno julga que não interessa à nação pagar as colunas do Diário do Govêrno de propostas de lei só pelo prazer de apregoar grande sabedoria, num país que é já pletórico em legislação, achando melhor limitar a sua acção aos problemas mais importantes da vida pública.

Na verdade, ninguém honradamente poderá dizer neste país, ou em qualquer país do mundo, que há maneira de realizar um detalhe sem antes se fazer o que é basilar na administração pública;

Pois o que tem feito êste Govêrno até agora? Tem procurado manter a ordem, sem e o que nada se poderá fazer de útil e eficaz; e, como a primeira cousa para isso era apurar as responsabilidades do caso Angola e Metrópole, tem-se preocupado com êste assunto.

O que é preciso mais? Depuração do sistema económico e financeiro? E o que V. Exas. querem? Mas isso está na nossa mão, discutindo e votando os orçamentos.

Um Parlamento que não discute, nem faz aprovar os orçamentos no tempo competente, condena-se.

Apoiados.

Não se pode pôr a direito a vida económica dum país sem que os seus orçamentos estejam aprovados.

O Govêrno faz questão de confiança, já o disse mais de uma vez, de que se cumpra o preceito constitucional que manda discutir e votar a lei primacial do Estado até o fim do ano económico.

A par da análise dêsse documento, há que analisar também outras propostas de carácter financeiro.

O Govêrno já tem uma proposta que amanhã, possivelmente, o Sr. Ministro das Finanças trará à Câmara, que é a dos tabacos.

Por consequência, acabando a sessão