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30 Diário da Câmara dos Deputados

é, para aqueles que necessitam de recorrer ao crédito, as disponibilidades dos bancos, visto que a indústria e a agricultura ficariam cobertas por meio duma operação financeira.

É possível que, não sendo eu um técnico nem um financeiro, tenha talvez o arrojo de vir para aqui preconizar medidas financeiras, que aliás, e nesta minha maneira de ver, não teria dúvida em pôr em prática se tivesse nas mãos os meios necessários para o fazer, e que os técnicos não fazem, atendendo às leis que existem.

Creio, Sr. Presidente, que seria esta a única forma, de fazer-se alguma cousa, tanto mais quanto é certo que o Estado ficaria com a garantia dos valores das instalações industriais.

Eu pregunto se seria possível fazer-se qualquer especulação à sombra desta operação.

Não era.

Ao Estado nada se pediria, e aos bancos deixavam-se livres as suas reservas para acudirem a todas as necessidades fora da lavoura e da indústria. Teríamos assim conseguido, a um juro módico, facilitar a vida das indústrias e da agricultura.

A pouco e pouco ir-se-ia substituindo a emissão pelos juros e teríamos, em pouco tempo, constituído o fundo do crédito agrícola e do crédito industrial, com a nota do Banco de Portugal, sem de maneira alguma se afectar a circulação fiduciária normal. Tracei por norma da minha conduta apresentar com todo o desassombro a minha maneira de pensar, quando esteja certo de que ela corresponde ao que se considera ser o interêsse do País. Tenho a coragem de arcar com os comentários da sciência traduzidos pelas apreciações dos técnicos, e igual coragem tenho para afirmar que, se é certo que à sciência se deve respeito, e aos técnicos se deve a consideração que merecem pelos seus conhecimentos, também não é menos verdade que não podemos deixar de nos curvar ante os conselhos práticos da vida que temos de respeitar igualmente.

Julgo que o Sr. Ministro das Finanças não deverá deixar de pensar no caso, quanto mais não seja para o considerar uma base de estado, afirmando eu desde já, e mais uma vez, que, se não houver o cuidado de acudir de pronto a êste problema, correr-se há o risco de chegar tarde com qualquer remédio.

Os casos que se apontam já não podem ser hoje classificados de casos isolados. São sintomas de se haver já começado no levantar de pano, e estamos a ver que o espectáculo vai ser bem triste. Chamo, pois, a atenção do Sr. Ministro das Finanças para esta situação, e peco-lhe que lhe acuda de pronto. Assim terá S. Exa. prestado ao seu País um serviço verdadeiramente inestimável.

O Sr. Presidente: - Deu a hora de se passar ao período de "antes de se encerrar a sessão"; se V. Exa. quere, pode ficar com a palavra reservada.

O Orador: - Fico com a palavra reservada.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, guando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Alfredo Nordeste: - Há algumas sessões que tenho pedido a palavra para quando esteja presente o Sr. Presidente do Ministério, mas S. Exa. não se digna aqui comparecer.

Peço a V. Exa. que informe o Sr. Presidente do Ministério de que amanhã, antes da ordem do dia, desejo a presença de S. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão é amanhã à hora regimental com a seguinte ordem de trabalhos:

Antes da ordem do dia: Parecer n.° 82, que alteia o § 4.° do artigo 13.° da lei n.° 1:368, de 21 de Setembro de 1922.

Ordem do dia:

Parecer n.° 45-A, Orçamento do Ministério do Interior.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 35 minutos.