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12 Diário da Câmara dos Deputados

aumento de material, e, implicitamente do aumento da verba respectiva.

Parece-me que a melhoria cambial se não tem feito sentir sensivelmente no preço das matérias primas empregadas nesta indústria.

Ora, desde que há estabilidade de preços, e, que a quantidade de matéria prima a adquirir tem de ser maior devido ao desenvolvimento dos serviços, a verba respectiva tem também do ser aumentada.

Eu tenho sempre procurado fazer economias, e, ainda êste ano consegui realizar uma redução do 8.000 contos no orçamento do Ministério da Guerra, mas, nos serviços industrializados não se pode fazer o mesmo.

Não quero demorar esta discussão, mas apenas quero justificar a razão por que me magoou eu ter sido forçado a assinar com .declarações um parecer que era da maioria da comissão.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ramada Curto: - A minoria socialista dá o seu voto à proposta orçamental e não ao parecer da comissão.

A Imprensa Nacional fez publicar um manifesto ou ofício em que responde por uma forma perentória às considerações da comissão do Orçamento.

Devemos considerar que há, entre outros, um serviço que está afecto à Imprensa Nacional, o Diário do Govêrno, que é fornecido às repartições do Estado por o preço do custo.

Estou convencido de que nenhuma empresa particular poderia vender a folha oficial nessas condições.

O Sr. relator diz que as contas não estão bem feitas; eu desejava saber quais foram as contas que S. Exa. fez, pois estou convencido que não chegou às suas conclusões apenas por palpite.

Desculpe-me a Câmara o tempo que lhe estou tomando fazendo estas considerações; entendo, porém, que elas se tornam necessárias e interessantes.

Na verdade, Sr. Presidente, nós vivemos num País onde a iniciativa particular em matéria industrial, e bancária, se encontra num estado que justifica dizer-se que pode limpar as mãos à parede.

A propósito dêste incidente, Imprensa Nacional, talvez seja ocasião de pôr certos princípios sem me referir propriamente ao caso Imprensa Nacional.

Uma vez falei com um director de uma sociedade anónima de responsabilidade limitada que tinha as suas acções cotadas na Bolsa a três vezes o valor nominal das mesmas; nesse momento êsse grande industrial pensava em contrair uma operação de crédito importante e estava satisfeito porque a tinha realizado. Êsse mesmo industrial tinha dado no ano anterior, aos seus accionistas, o dividendo por unidade de 30 por cento.

Por curiosidade preguntei ao homem: olhe lá, com que crédito é que V. trabalhava em 1924? Respondeu-me: nesse tempo trabalhava com um crédito de 200 contos, estava a libra a cento e quarenta mil e tal, mas agora a indústria desenvolveu se formidavelmente e tenho seguro na praça um crédito de 1:600 contos. Preguntei: mas como vai obter êsse crédito?

Os 1:100 contos são de letras, respondeu-me o industrial, e os restantes 500 obtenho-os no Banco tal e no Banco tal. Sabem V. Exas. como?

Com a caução do papel que êle tinha valorizado com os 30 por cento, dividendo absolutamente artificial, verdadeiramente fictício que o obrigava a andar, permita-se-me o termo, de calças na mão à procura de crédito.

A outros industriais aconteceu o mesmo, porque contavam que a libra fôsse a 200$ ou se mantivesse a 150$ e, isso não aconteceu.

E é no momento em que as companhias exploradoras de transportes não deminuem as suas tarifas, no momento em que a gente ouve, parecendo estarmos num arraial minhoto, estoirar o Banco tal e o Banco tal, no momento em que se impõe, em matéria bancária, como um formidável instrumento de crédito e um modelo de administração, a Caixa Geral de Depósitos, é neste momento que se vem fazer dogmàticamente a afirmação de que só a iniciativa particular é que triunfa porque o Estado é burocrático, é incompetente.

Mas, quere V. Exa. saber o que é o estatismo, o burocratismo em Portugal?

Vem a talho de fouce êste orçamentozinho da Imprensa Nacional.

A Imprensa Nacional obtém na indústria de tipografia, de composição, o que