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Diário das Sessões do Congresso

do trabalho, no momento de perigo para .a 'nossa vida nacional, como ó que nós queremos q^uo os de baixo trabalhem e compreendam a gravidade da situação, .se no momento do perigo nós desrnancha-.jnos a feira e vamos para as nossas cá-.sas, desertando, portanto, e merecendo a alcunha de desertores.

Mas há mais, e mais grave ainda. Para a vida da República existe neste momento um escolho : é o celebre caso dos 50 milhões do dólares.

Não nos iludamos: êaem os regimes .quando a atmosfera está preparada para que «lês caiam.

O Parlamento só devia fechar depois •de discutido este mistério.

Da Câmara dos Deputados saiu, mais ou menos, a indicação do Sr. Afonso Cos-.ta para -que elo viesse : aqui explicar os seus actos e esclarecer os pontos obscuros.

1 E sé S. Exia amanhã aqui viesse, encontraria' 'apenas as paredes, e isto depois de nós o termos mais ou menos convidado a vir aéfiá 'explicar- os seus actos.

Mas há'!mais. f -

S. Exía 'em Vez ; de vir aqui discutir e explicar aquilo' qú'é o País precisa explicado, contínua a"'-dizer cousas na imprensa, que me parecem menos exactas, acerca do contrato.

Ainda -ontem, na Imprensa da Manhã, S.- Ex.a nos alcunha a to'dos nÒSj aqueles que na Câmara dos Deputados dissemos que^eram criminosos -os meneurs do «Cré-dit», de espíritos simplistas.

É o que consta da sua entrevista. • Quere dizer, o Sr. Afonso Costa afirma que em 26 de Junho, "data da -assinatura do contrato, estava o câmbio a 6 ou .a 7.

Eu tenho aqui o boletim da 'Casa Espírito Santo, por onde V. Ex^8 poderão ver que o câmbio nesse momento estava

a83/8- "•'••',-.

Verifica-se, portanto, quê o raciocínio do Sr. Afonso Costa, -quando nos charila sa tios- . espíritos simplistas, se volta coh-Ira/êle-. • r

Pois é neste" momento, ein que uma questão tara grave apaixona a opinião pú-•blica, que • nos vamos separar. V- ©''"mètrvoto 'é terminantemente' contra

A maioria do Congresso não é da mi-

nha opinião, suponho. Faça o que quiser.

Há autorizações a dar ao Governo, sem as quais não pode viver.

Dêem ao menos essas autorizações ao Governo.

Diz-se que faiamos do mais, que trabalhamos de menos nas comissões, e depois nas sessões queremos fazer vingar as nossas opiniões pessoais, chegando à conflitos e opiniões que nunca mais tom fim.

Vcja-se o que acontece com a questão cerealífera.

Oxalá c|ue não se vote o adiamento seni se darem ao Governo as autorizações de que ele necessita, e 'qtie depois, no interregno, se trate do novo projecto do Regimento, que permita, por trabalhos de comissão, acaoar com estas questões eternas. .

• Assim raínda poderia haver unia desculpa para O acto do Parlamento; caso contrário, repito, o País não tí compreenderá. '

Vou terminar. A minha opinião não é a Opinião de alguém que queira estabelecer um principio e que, no ftfndo, deseja que o Parlameritò seja adiado.

Sinto claramente que o País nãtr compreenderá O gesto do Parlamento, adiando as suas sessões, e sinto que o País nos condenará se votarmos o adiamento dos trabalhos parlamentares.

Acima de todo o interesse pessoal e de todos os mesquinhos interesses de saúde de cadít um de nós, estão os interesses da República, que se não prestigiará, se, açodados, corrermos para nossas casas, deixando o Parlamento, pára irmos descansar, sem nada termas feito. ...

O orador não reviu*

O Sr. Júlio Dantas i — Sr. Presidente: sendo a primeira vez que levanto ã nii-nhã voz no Congresso da República, reunido em sessão conjunta, eu apresento a este alto corpo legislativo, na pessoa de V. Èx.a, a expressão, do meu grande respeito. \ '. . l'