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4 Diário das Sessões do Senado

Pedido de licença

Do Sr. João José da Costa, pedindo trinta dias de licença.

Para a comissão de faltas.

Requeiro que, pela Secretaria do Estado do Comércio, me seja fornecida uma nota sôbre todos os pedidos de aproveitamento da energia das águas da bacia hidrográfica do Tejo e seus afluentes para a produção de energia eléctrica, que tenham sido apresentados até a presente data, com as informações seguintes:

a) Os que foram concedidos, com indicação dos locais destinados às barragens e instalações e nomes dos primitivos e dos actuais concessionários;

b) Indicação das concessões que estão sendo aproveitadas e dos que iniciaram quaisquer trabalhos para a sua exploração e género dos trabalhos realizados:

c) Dos pedidos que ainda não foram atendidos, com indicações dos respectivos locais, nomes dos pretendentes e estado do andamento dos respectivos processos.

Requeiro mais que nas repartições competentes me seja facultado o exame dos processos relativos a todos êstes pedidos de concessões.— A. R. Adães Bermudes.

O Sr. Pedro Barbosa Falcão de Azevedo e Bourbon (Conde de Azevedo): — Requeiro urgência e dispensa do Regimento para entrar imediatamente em discussão o projecto de lei que acaba de ser lido ns Mesa, do Sr. Visconde do Banho, relativo à entrega dos seminários às autoridades eclesiásticas.

Foi rejeitada a urgência e dispensa do Regimento,

Leram-se na Mesa várias comunicações.

O Sr. Presidente: — Comunico ao Senado que, em vista do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados pedir a reunião das, duas Câmaras em sessão conjunta, marco essa reunião para amanhã, às 16 horas, na sala das sessões da Câmara dos Deputados.

O Sr. Visconde do Banho pediu a palavra para um negócio urgente. S. Exa. deseja referir-se às últimas notícias vindas da frente da batalha, que marcam uma vitória para as armas aliadas e à contra ofensiva dos exércitos aliados. Eu
vou submeter à aprovação do Senado a urgência requerida.

Foi aprovado por unanimidade.

O Sr. Júlio Morais Sarmento (Visconde do Banho): — Sr. Presidente: o quinto ano da guerra europeia inicia-se para os países aliados sob muito melhores auspícios do que os anos anteriores. A ofensiva que os alemães retomaram na primavera, e que vitimou uma grande parte do Corpo Expedicionário Português, manteve, durante algum tempo, no espírito público, uma dolorosa ansiedade sôbre as suas consequências. Essa ofensiva converteu-se - não há motivo para duvidá-lo — numa derrota não total, mas certa e positiva. Mais uma vez o inimigo encontrou nos campos do Marne uma barreira o uma resistência tal que o fez recuar e retomar, em poucos dias, o terreno que lenta e vagarosamente havia conquistado. Nesta vitória não permitiu a Providência que as nossas tropas tivessem o largo quinhão de glória que a sua heroicidade merecia, mas isso não é motivo para nos entristecermos. Muito pelo contrário, porque o solo agora libertado e reconquistado ao inimigo tem sido tambêm abundantemente regado pelo generoso sangue português.

Àparte o êxito, que é sempre o que consagra a utilidade de todas as empresas, eu não sei onde reside maior e mais bela glória, se nos arraiais dos triunfadores, se nos sepulcros dos sacrificados. E por isso que espero que, quando se levantar um coro de hossanas àqueles que libertarem do inimigo a civilização latina ameaçada, ninguêm esquecerá, por certo, aqueles que, na defesa dessa civilização, se deixaram estóicamente trucidar.

Creio que as mãos que hão-de tecer coroas de louros para os exércitos aliados hão-de tambêm tecer coroas de mirtos e perpétuas para depor nas lousas debaixo das quais jazem os soldados portugueses a quem coube a sorte de morrer honrosamente na jornada de Abril. Temos hoje, como tantos outros povos, mais êste laço de dar e sentimento a prender-nos à bela e gloriosa nação francesa. Seja qual fôr í o futuro que a êste nobre país esteja reservado no mundo, a terra da França será, de ora avante, terreno sagrado