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Sessão de 5 de Agosto de 1918

para todos os aliados, porque nela repousou as cinzas de tantos heróis, que ali morreram enobrecendo o nome da sua raça.

A reconquista desta terra deve ser para nós um motivo de alegria e de júbilo inefável.

Sendo provável que as sessões do Parlamento venham a ser encerradas daqui a algumas horas e, entendendo eu que o não devem ser sem que o Senado aprove e faça inserir na acta da sua última ou penúltima sessão um voto de congratula-cão, com todos os países aliados, pelas recentes vitórias alcançadas pelos seus exércitos. E isso que consta da seguinte proposta que vou ler e para a qual peço a V. Exa. que consulte a Câmara sôbre se permite a urgência e dispensa do Regimento para ser imediatamente aprovada.

Proposta

Proponho que se lance na acta um voto de congratulação com os nossos aliados, na guerra contra a Alemanha, pelas recentes vitórias alcançadas em França, e que a Mesa fique autorizada a telegrafar êste voto a todas as Câmaras congéneres dos países aliados.— Júlio F. de Morais Sarmento (Visconde do Banho).

O Sr. Presidente: — O Sr. Visconde do Banho pediu para esta proposta a urgência e dispensa do Regimento. Os Srs. Senadores que aprovam o referido requerimento tenham a bondade de levantar-se.

Foi aprovado.

O Sr. Zeferino Falcão: — Era escusado pedir a palavra, porque a proposta está no ânimo de todos, e porque tenho a certeza de que todos os corações portugueses sentem júbilo pela vitória dos nossos aliados. Declaro a V. Exa. que me associo gostosamente à proposta do Sr. Visconde do Banho.

O Sr. Pinto Coelho: — Duas palavras apenas, Sr. Presidente, simplesmente para me associar de todo o coração e com o maior entusiasmo à proposta do Sr. Visconde do Banho. Escuso de dizer quais são os sentimentos do Centro Católico, que aqui tenho a honra de representar. Já por duas vezes tive ocasião de afirmar êsses sentimentos a respeito da grande batalha que se está ferindo, e que nós acompanhamos com o maior entusiasmo, porque nessa batalha tambêm entraram armas portuguesas. Não compreendo que, com os nossos soldados, batendo-se na guerra possa haver alguém que não deseje ardentemente a vitória dos aliados, mas sim a dos nossos inimigos. (Apoiados).

Isto não é uma questão que se discuta, é uma cousa instintiva, e creio que não pode haver dois pontos de vista individuais ou colectivos, sôbre tam importante assunto. Concluo nesta altura porque sei que há muito que discutir. Declaro, porêm, que igualmente me associo de todo o coração à proposta do Sr. Visconde do Banho.

O Sr. Vasconcelos e Sá (Secretário de Estado das Colónias): — Sr. Presidente: sendo a primeira vez que falo nesta casa, tenho a honra de cumprimentar V. Exa. e em V. Exa. todo o Senado.

Sr. Presidente, duas palavras apenas. Associo-me, em nome do Govêrno, ao voto de congratulação desta casa do Congresso, pela vitória das armas aliadas.

É óbvio que o entusiasmo que todos sentimos com os últimos feitos dos exércitos nossos aliados é extraordinário. Em Portugal, como muito bem disse o ilustre leader da minoria católica, não pode haver um único português que não deseje do íntimo da alma a nossa vitória, engrandecida por feitos de heroísmo praticados. Basta ver o carinho que nos merecem os nossos soldados tanto em França como em África, batendo se com a valentia própria de portugueses.

Em nome do Govêrno, pois, Sr. Presidente, associo-me ao voto de congratulação do Senado, pela vitória das armas aliadas, desejando que a brilhante ofensiva, que ficará na história militar do mundo atestando a sciência do brilhante general francês que comanda em chefe os exércitos aliados, continue desenrolando-se
com o mesmo êxito memorável.

O Sr. Presidente: — Julgo interpretar os sentimentos do Senado considerando aprovada a proposta do Sr. Visconde do Banho. Tambêm o Sr. Eduardo de Faria pediu a palavra para um negócio urgente, que se refere à eleição, há dias realizada