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Diário das Sessões do Senado

rés de apresentarem qualquer projecto ' de lei que envolva aumento de despesa sem trazer a correspondente receita.

Esta era uma maneira de se sair da dificuldade.

Estou convencido de que o projecto da Câmara dos Deputados, mais ou menos alterado, há de ser votado. Esse'projecto há-de produzir uma receita importante para este Sm, e portanto o crédito que agora se abrisse seria apenas um inero adiantamenro. Depois de estar em. vigor a lei votada pelo Parlamento, tirar-se-ía em. primeiro lugar da receita realizada esta verba de 100 contos ou a que fossa votada.

Entendo "que cometemos um verdadeiro crime deixando continuar naquele estado a Biblioteca, porque não é possível coin o pessoal que lá está, nem com as condições do edifício e actual arrumação dos livros, obstar a que o fogo continue lavrando.

São quilómetros de corredores'e em toda essa grande extensão se aglomeram livros sem conta em estantes c!e madeira, nas piores condições de luz, ar e immi-dade. Foi-me mostrado um livro muito interessante, pelo qual a biblioteca de Londres já ofereceu muitas dezenas de milhares C.Q escudos, porque é o único exemplar conhecido ; refiro-me ao tragado de Qtrecht.

Felizmente que esse livro apenas sofreu no seu texto uma ou outra nódoa de humidade, e no bordo das suas folhas alguns vestígios de ter sido atacado por ratos ou insectos. Em todo o caso, este livro é uma preciosidade, que um inglês anda a copiar.

Chamo pois para este assunto a atenção

do Sr. Kinistro das Finanças, a ver se

realmente é possível votar um crédito a

título de adaantamento, para acudir desde

"já a este mal.

Se S. Ex.a entender que devo apresentar uma proposta neste sentido, não tenho dúvida alguma em fazê-lo..

Terceiro ponto e não menos importante: Quando na segunda feira última vim do Porto li E o «Notícias» de Lisboa uma conferência feita pelo nosso cônsul no Kio de Janeiro, Sr. Santos Tavares, grande republicano, pessoa dotada de muita ilustração e de muita inteligência; e, como quer que se tra-te de um funcio-

nário público daquela categoria, convencionei, e julgo que cora verdade, que não poderia ir fazer publicamente uma conferência sobre qualquer assunto que respeitasse às nossas relações entre o Brasil e Portugal, ou seja mesmo entre a colónia portuguesa no Brasil e Portugal, sem ter dado disso conhecimento a S. Ex.a o Sr. Ministro dos Estrangeiros.

Li com atenção essa conferência e há sobretudo uma parte sobre que A-inha pedir a S. Ex.a que esclareça a Câmara: é aquela eni que se fala duma cooperação que a nossa colónia do Brasil "daria a Portugal no caso de se fazer um empréstimo interno.

Nós sabemos que já há tempos foi aqui votado um interessante projecto com grande entusiasmo por toda a Câmara, apenas com uma modificação quanto à criação de uma comissão parlamentar que se entenderia com outra similar brasileira.

Nessa ocasião, falou-se na necessidade inadiável de estabelecer e intensificar as nossas relações com o Brasil, debaixo de todos os aspectos e especialmente do económico, financeiro e intelectual, salientando-se que é raro ver já estudantes brasileiros frequentarem as nossas universidades, como sucedia no meu tempo, de Coimbra.

Agora derivam pa,ra as Universidades da América do Norte, apesar da diversidade da raça e língua, como foi constatado pelo Sr.BettencourtKodriguesnuma notável conferência que a respeito do Brasil realisou na Sociedade de Geografia, salvo erro.

Se neste momento a colónia brasileira quer apoiar ou auxiliar efectivamente um empréstimo, a meu ver seria isso admirável cpnio um forte elo de interesses que mais a prenderia à mãe pátria e conse-quentemente aos destinos da Eepública Portuguesa, servindo porventura para acabar com as dissensões de carácter político que lamentavelmente têm lavrado no seu seio.