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Diário das Sessões do Senado.
mente o dever de lhe dar o público testemunho da minha homenagem e saudar em V. Ex.ª o indefectível republicano que sempre foi, lembrando ao mesmo tempo um facto que por certo vai agradar ao seu coração: é que, sendo eu parlamentar pelos Açôres, o Sr. Presidente do Senado vota aos Açôres uma grande amizade.
Sr. Presidente: sou chamado quási sem querer para êste debate,
O assunto tem a sua história, que eu não me permito nêste momento desenvolver.
Tendo ouvido as palavras aqui proferidas pelos ilustres parlamentares açoreanos, só me cumpre dizer nêste momento da minha justiça.
Disse há pouco o ilustre locador Sr. Alves de Oliveira que tinha havido uma grande reünião das fôrças vivas do distrito de Ponta Delgada, no sentido de formular as suas aspirações tendentes a uma mais larga autonomia dos distritos açoreanos.
E que, Sr. Presidente, desde há tempos no distrito de Ponta Delgada vinha a esboçar-se um movimento monárquico, com o nome suposto de regionalismo.
Pretendeu arrogar-se a autoridade de reivindicar uma mais larga autonomia administrativa.
Mas como atrás do regionalismo, nós os republicanos vimos mais do que isso, chegando a aventar-se cousas estranhas, os republicanos tomaram a iniciativa de convocar as fôrças vivas do distrito de Ponta Delgada, para definir situações.
À respectiva reünião assistiram pessoas da mais alta categoria; ela foi muito interessante e até importante, e nela também tive a minha cota parte, indo lá como republicano, português e micaelense.
E como vi que para essa reünião fôssem convidados os partidos políticos, eu tive ocasião de fazer afirmações concretas, de que estava ali como republicano e como membro do Partido Republicano Português.
Entendia que seria veleidade querer alargar a autonomia daqueles distritos sem participação dos partidos políticos da República.
Fizeram-se, Sr. Presidente, afirmações de princípios, mas não se chegou a definir bem as aspirações.
A autonomia de que gozam os distritos insulares é na verdade deficiente; precisam êsses distritos que se lhes garanta o exercício dela, sem peias das autoridades e sem imposições burocráticas, que às vezes aniquilam as iniciativas, de modo a que também o Parlamento possa ir ao encontro de tais aspirações.
Eu tive o orgulho, Sr. Presidente, de falar bem alto, para que todos me ouvissem.
Vinha ali, sim, tomar parte na reünião, mas sempre sob a égide da bandeira da Pátria e sob o influxo da República imortal.
Só assim eu trabalharia.
Foi dêste modo, Sr. Presidente, que eu intervim o é assim que eu espero que o movimento se delineie, para que os Açôres tenham uma mais ampla autonomia administrativa, livrando-se das peias burocráticas, mas sempre sob a égide da Pátria e da República.
Era isto o que eu desejava dizer.
O orador não reviu.
O Sr. Dias de Andrade: — Eu ouvi, com a maior atenção, as considerações feitas pelo Sr. Pereira Osório, expondo, como S. Ex.ª disse, o seu particular modo de ver, a respeito da cerimónia da imposição do barrete cardinalício ao cardial Locatelli, Núncio Apostólico em Portugal. Sôbre a importância social e política dum tam importante facto, não é a mim que me cabe responder a S. Ex.ª mas sim ao Govêrno Português, e, nomeadamente, ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Não posso, porém, deixar de discordar de S. Ex.ª quanto à classificação que deu a êsse acto, que não foi um acto de culto. É absolutamente certo que essa cerimónia foi precedida de uma missa, mas não foi essa missa que constituiu a essência do acto. A essa missa assistiu o Sr. Presidente da República e outros convidados, como S. Ex.ª confessou ter assistido a muitas. Todavia tal cerimónia foi um acto público e oficial (Muitos apoiados) onde compareceu o Estado Português, o Estado Republicano Português representado pelo Sr. Presidente da República, o primeiro magistrado da Nação, por todo o Govêrno Português, pelos presidentes de ambas as casas do Parlamento, pelos leaders de todos