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4 Diário das Sessões do Senado

Os jornais monárquicos lançaram à consciência republicana um repto e um desafio, querendo que o país assistisse a um verdadeiro plebiscito.

O resultado foi a estrondosa vitória dos republicanos, tanto dos partidários como dos extra-partidários, porque é bom que se diga que esta vitória estrondosa não cabe apenas ao partido a que tenho a honra de pertencer, mas aos republicanos de todos os partidos.

A vitória não pertence apenas aos republicanos que militam no meu partido, mas a todos os republicanos (Apoiados), a todos os republicanos organizados, a todos os republicanos conscientes. Os republicados aceitaram o cartel de desafio lançado pelos monárquicos, e como um só homem foram à urna demonstrar a sua crença nos destinos da República e nos destinos da Pátria.

Se ama ou outra violência foi praticada nas assembleas de Lisboa, fizeram com que os monárquicos não cobrissem de crepes o seu ideal, absolutamente perdido, ao sol ata mente inutilizado e absolutamente expulso do país pela voz unânime do povo que proclamou a República em 5 de Outubro de 1910, é porque os monárquicos são difíceis de contentar e ainda querem lançar poeira nos olhos do eleitorado português, que de há muito não tem qualquer esperança na restauração da monarquia.

Estas eleições são uma lição pára os inimigos da República, porque, embora haja divisões entre os republicanos, no momento em que os prosélitos da monarquia lançam o cartel de desafio, todos êles, esquecendo divisões, foram à urna defender é seu ideal, correspondendo a êsse cartel de desafio, sem se importar de nomes filiados no partido A, B ou C.

Não se tratava de discutir os componentes das listas que haviam de fazer parte das câmaras municipais ou das juntas de freguesia. O que se tratava era de aceitar o desafio lançado pelos monárquicos.

Democráticos, liberais, reconstituintes e independentes ou votaram ou não votaram na lista republicana contra os monárquicos, e o triunfo foi tam grande e de tal natureza que os monárquicos conscientes, aos quais presto a minha homenagem, e que põem acima da sua causa partidária e da sua idea, a grande causa da Pátria, constataram que não há possibilidade numa restauração da monarquia, banida em 5 de Outubro de 1910.

Sr. Presidente: não me quero afastar do objectivo para que pedi a palavra, de me associar aos protestos do Sr. cónego Dias de Andrade contra as violências praticadas contra o Sf. Dr. Eurico Lisboa, um dos ornamentos da classe médica e um homem de ideas absolutamente liberais.

Seu pai, segundo dizem os propagandistas da República, foi uma das pessoas que mais auxiliaram o advento das instituições vigentes. Estando o Sr. Dr. Eurico Lisboa impregnado das ideas republicanas, mas tendo pelo seu coração e inteligência afinidades religiosas, eu associo-me aos protestos do Sr. Dias de Andrade, tanto mais que também sou católico, embora sabendo separar a idea política da idea religiosa.

Eu associo-me, pois, aos protestos contra as violências cometidas numa das assembleas de Lisboa contra o Sr. Dr. Eurico Lisboa, e dum modo geral contra todas as praticadas, quer fôssem por monárquicos, quer fôssem por republicanos.

Tenho dito.

O Sr. Lima Alves: - Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar pessoalmente e em nome dêste lado da Câmara aos protestos formulados pelo Sr. cónego Dias de Andrade. Efectivamente, bem autorizados são êsses protestos e a êles me associo de toda a minha vontade.

O Sr. Dias de Andrade não responsabilizou nem o Govêrno nem qualquer partido. -Fez S. Exa. muito bem, porque tenho a certeza de que nem e Govêrno nem qualquer partido político poderá ter responsabilidade em actos como os que se praticaram a quando das eleições das juntas de freguesia.

O Sr. Ribeiro de Melo acabou também de garantir que o Govêrno não tem a mínima responsabilidade em semelhantes actos. S. Exa. falou em seu nome; não sei se falaria também em nome do seu partido, mas o que é certo é que falou em nome de todos os republicanos, pois que não podem ser considerados como tais, aqueles que praticaram êsses actos. Efectivamente, os que os praticaram, são